PELO OLHAR DELA

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Malú

Desde que saí de neverland nunca mais vi Mey, ela era a pessoa mais importante pra mim entre todos daquele rancho, e lá estava lá, com os olhos marejados, parecia que havia chorado, uma mão segurava uma mala e na outra um paninho pra secar o suor.

- menina Malú?. Ela indagou surpresa, eu abracei no mesmo momento, como se fosse um peso que eu estivesse carregando por não ter me despedido dela a 5 anos.

- Mey, por favor entre, eu pego sua mala.

A convidei para entrar e a servi com um pedaço de torta de morango e uma xícara de café.

- eu não sabia que a senhorita morava aqui. Ela disse ainda em prantos.

- é tão bom te ver novamente! Mas o que se trata isso tudo, essas malas e você aparecer aqui as 8:30 da manhã? Perguntei.

- me perdoe por te atrapalhar.

- você jamais iria atrapalhar, o que aconteceu?

- o senhor Jackson me mandou embora.

- Michael? Eu disse com a voz um pouco falha.

- sim, ele me deu dinheiro pelo tempo que fiquei lá e esse cartão de recomendação, dizendo que a pessoa pra quem eu ia começar a trabalhar precisava mais de mim do que ele, mas acho que ele errou o endereço.

Peguei o cartão e li atentamente, me senti tão feliz. Ele mandou a Mey pra cuidar de mim, ele sabia que ela me faria bem.

- você está no lugar certo - coloquei o cartão na mesa de centro - você está aqui pra cuidar de mim, ele fez isso por mim.

- poxa. Mey suspirou.

- qual o problema?. Perguntei.

- é que depois de todo esse tempo, o senhor Jackson não deixou de te amar.

Aquilo me deixou sem palavras.
O maior dilema da minha vida, voltar a amar um antigo amor.

●●●

Ao chegar no quarto do Deni, Michael já estava lá, e os dois, jogando baralho, o quarto estava um pouco frio e escuro.

- não precisa abrir as cortinas amor, eu gosto assim. Deni disse ao me ver tomando a iniciativa de deixar aquele lugar um pouco mais claro.

- vocês estão jogando?. Perguntei.

- Michael é ótimo em baralho, quer se juntar a nós?. Deni sugeriu.

- não sou boa com cartas e na verdade preciso ir falar com o médico.

- quer que eu te faça companhia Malú?. Michael se ofereceu se levantando.

- não se preocupem comigo, eu preciso descansar um pouco. Deni disse.

Michael e eu saímos da sala, eu juntei minhas mãos e comecei a estalar os dedos, eu estava meio nervosa de falar com ele e não sabia as palavras certas, mas pensei em começar com um:

- obrigada. É, suou melhor do que eu pensava.

- obrigada pelo que ?