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Os pesadelos são reais...

Michael

Como amo essa garota, e ela ainda dormia coberta pelo lençol, deixando apenas as costas expostas, aconteceu mesmo, me sinto um rapaz que acabou de perder a virgindade, talvez possa ser isso, porque não consigo lembrar demais nada da minha vida antes de Malú fazer parte dela, ela havia se tornado minha e nada vai mudar isso, mas o que tememos pode nos assombrar, os pesadelos são reais, levantei com cuidado para não acorda-la, vesti meu roupão, lhe dei um beijo e fui em direção a porta e abri com o maior cuidado, ia fazer uma surpresa com um ótimo café da manhã, deixando claro que agora estamos juntos, desci as escadas com um sorriso estampado no rosto, nada podeira estragar minha felicidade, nada, nem ninguém.

- Brookie?!

- oi meu amor!

Talvez tenha me esquecido desse detalhe, não tive coragem de terminar com ela, a garota que amo está dormindo no meu quarto enquanto a mulher que um dia amei está parada na minha frente.

- Mike! Ela veio me abraçar apertado e não tentei afasta-la ainda estava sem reação, não sei no que isso daria.

Malú


Assim que acordo Michael já não está mais ao meu lado, nossa noite foi tão incrível, o que fizemos foi tão inexplicável, como eu amo esse homem, a casa estava tão silenciosa que consegui ouvir vozes que vinham lá de baixo, era Mike... e uma mulher? Coloquei uma roupa e tentei não fazer ruídos, desci as escadas lentamente mas na metade dela vi Michael abraçando alguém, é ela, é a Brookie Shields, ele não tentava afasta-la em nenhum momento, correspondia seu abraço até ela beija-lo, meu coração se rompeu com aquela cena, o beijo deles tinham uma paixão, ela estava voraz no pescoço dele, desviei o rosto com aquilo que via, era o suficiente, subiria as escadas e teria uma conversa séria com Michael, claro que ele não teve coragem de terminar com ela, mas antes que eu pensasse em me mover ela o soltou e sorriu, decidi ouvir a conversa dos dois.

- que bom te ver querido!

- e.. eu também.

- foi muito cansativo essa viagem, aquele diretor, o Tommy, é um arrogante, sou eu que encho o bolso dele todo mês, ele deve a mim tudo o que tem, mas preciso tirar férias, ficar com meu namorado por uns tempos, mas eu soube que você de divertiu bem enquanto estive fora.

- como assim? Michael perguntou.

- da peginte, Eddie me contou tudo.

- ele contou?

- sim, da aposta maluca entre vocês!

Aposta? Ela falou em aposta? Por isso aquele cara estava sempre por perto, mas parecia que não era só aquilo.

- que feio Mike! Apostar com seu amigo em transformar uma mendiga em uma dama, será que você conseguiu? Eu estava muito brava porque ontem a noite fui te procurar na casa da Elisabeth Taylor e as fofocas era que você e essa menina estavam juntos, mas aí Eddie falou que fazia parte da aposta também, ela tinha que acreditar que você a amava.

Meus olhos ficaram marejados com tudo que eu ouvia, não acredito que ele mentiu para mim assim, ele não tinha esse direito, não tinha, sem fazer barulho subo as escadas novamente, entro no meu quarto e minhas lágrimas descem rapidamente enxarcando todo meu rosto, sento no chão e abraço meu joelho, como pude ser tão enganada, como ele teve coragem de fazer isso comigo, o amor dói de uma forma inexplicável, me levantei, peguei uma mala que havia em cima do guarda roupa e peguei minhas roupas, somente as minhas, as que na qual eu tinha quando vim para cá, desse homem eu não quero mais nada, coloquei meu velho vestidinho Branco, abri a gaveta do criado mudo e encontrei meu colar, a única lembrança da minha mãe, jamais vou me esquecer dele outra vez, pus no pescoço, eu precisava encontrá-la, era minha única saída, em cima do criado mudo tinha o presente que Michael me deu, peguei um bilhete e escrevi uma mensagem, ele devia saber que não queria tornar a ve-lo nunca mais e grudei no seu presente, não tinha como sair pela porta da frente então decidi descer pela Janela, era alto, mas sou uma garota das ruas que sempre soube se virar, coloquei os pés com cuidado pelo enorme arbusto que estava grudado a janela do quarto e pude descer com cuidado, olhei para trás, para a enorme neverland, sequei a última lágrima que caiu do meu rosto, subi em uns móveis para escalar o muro, assim que desci senti a pele arder, eu tinha arranhado a mão, eu chorava muito, não sabia o que fazer ou como seguir em frente, mas eu tinha que ser forte e nesse momento começou a chover, me levantei, apertei a mala no meu corpo e andei sem rumo pela estrada, e não olharei para trás.

Michael

Brookie me abraçava e parecia feliz, mas eu não estava e tinha que dizer, a afastei e a encarei nos olhos.

- a aposta é verdade, mas eu me apaixonei, ela não é peginte e nem mendiga, ela tem nome, e o nome é Maria da Luz, mas ela gosta de ser chamada de Malú, tem um sorriso encantador e eu a amo.

- o que disse?

- estou tentando terminar com você a muito tempo, mas não tive coragem, não podemos mais ficar juntos.

- está me dispensando? Eu venho aqui pra uma noite romântica e você está me chutando ? Dizendo que ama outra Michael ? É isso?

- sim, é isso.

Meu rosto ardeu com sua bofetada, e eu merecia.

- que vocês sejam infelizes por toda vida Michael Jackson, e quando você perceber que é um erro o que estava fazendo, eu não vou te perdoar.

Brookie virou as costas e bateu a porta com muita força, voltei a subir as escadas para ver se minha garota ainda dormia mas ela não estava no meu quarto.

- Malú?

Fui para seu quarto mas ela também não estava lá até ver que  todas as roupas que dei para ela estavam rasgadas e jogadas no chão, peguei algumas peças e apertei contra meu peito, olhei para o criado mudo e vi um bilhete, assim que peguei e li meu coração doeu muito, por um estúpido erro havia perdido ela, para sempre.

●●●

Malú

A chuva lavava minha alma e também era uma forma de ninguém ver minhas lágrimas, até um carro parar ao meu lado e um rosto se mostrar.

- Malú? O que faz nessa chuva?

-... Por favor me ajuda.

Senti a cabeça pesar e apaguei.

PELO OLHAR DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora