Michael
Os dias parecem intermináveis e sem sentido, falta apenas 3 dias para o casamento de Malú, confesso não me sentir preparado para isso, não dei continuidade ao livro, já não tenho saído do meu quarto, somente Mey tem acesso para trazer meus remédios, minha única força vital.
Mey
O senhor Jackson já não anda mais por Neverland, está sempre trancado no quarto, o que eu estou fazendo? Não devia estar ajudando ele com isso! Me sinto péssima.
- bom dia Mey.
- bom dia Bill. Digo choramingando.
- o senhor Jackson está agindo de uma forma muito estranha não acha? Não deixa ninguém chegar perto dele a não ser você, porque será?
- não sei dizer. Minto
- Mey...
Eu não olho, sinto vergonha só da presença do Bill, ele se aproxima desconfiado, me sinto encurralada.
- vou levar o café do senhor Jackson lá pra cima. Bill me para.
- me fala agora o que está havendo!
- eu... eu não queria isso, mas eu preciso do emprego e não podia falar. Falo tentando segurar o choro.
- como assim?
- o senhor Jackson vem me pedindo muitos frascos de remédios nos últimos dias ele ameaçou me colocar na rua se eu contasse algo - começo a chorar - eu não queria o mal dele eu juro - acrescento.
- você sabe a gravidade disso? O senhor Jackson não está bem, ele está doente e precisa de ajuda.
- por favor não conte a ele que eu disse isso, não quero perder meu emprego, eu amo esse trabalho.
- nada vai acontecer Mey, mas agora temos que ir lá pra cima, quero que ache o número da senhora Taylor e da senhorita Janet que eu vou ver o patrão.
- tudo bem Bill - falo com a voz e a mão trêmula pegando o telefone enquanto acho os números na lista em cima da mesa de centro.
Bill
Ao chegar na porta bato 3 vezes.
- senhor Jackson? Digo porém sem resposta, bato novamante 3 vezes e sem êxito, coloco o ouvido na porta mas não ouço nada.
- SENHOR!!! grito dessa vez e só escuto um murmuro, bato na porta que infelizmente está trancada, e então decido chutar a mesma até derruba-la e me deparo com uma cena que eu jamais tiraria da minha cabeça, todos os empregados da casa escutam o estrondo e entram no quarto, pego o senhor Jackson desacordado, sua pele estava extremamente pálida, seu rosto magro, seus olhos fundos eu me sentia como se tivesse segurando um cadáver e o quarto estava impregnado com um terrível fedor, eu nem sabia se o senhor Jackson tinha sinais vitais seu pulso estava tão fino que era difícil pegar, escuto Mey gritar atrás de mim.
- é tudo minha culpa!. Ela diz
- chamou algum médico?. Pergunto.

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PELO OLHAR DELA
FanfictionMaria da Luz, ou como preferir Malú, uma jovem de 20 anos que nunca conheceu o amor puro sendo que foi abandonada pelos pais ainda pequena e nem sabe quem são, quando era apenas uma menina fugiu do orfanato onde estava sendo criada, e acabou passan...