{ 10 }

451 41 36
                                    

Malú

Assim que me sentei na cadeira seu Jackson pediu pra mim levantar.

- algum problema? Perguntei.

- não se senta assim, não seja tão agressiva e mais delicada, vou mostrar.

Ele se poscionou, arrumou a camisa e sentou devagar.

- agora faz como eu fiz.

Fiquei de frente pra cadeira e foi colocado a bunda devagar, e relaxei o corpo.

- assim tá bom?

- indireita a postura e fica reta.

- é muita coisa seu Jackson. Eu disse me arrumando e colocado os braços na mesa.

- sem cotovelos sobre a mesa.

- desculpa. Eu disse fazendo o que ele mandou.

- e Malú, agora você é parte dessa casa e das pessoas aqui dentro, pode me chamar de Michael.

- tá bom seu... Michael.

- ótimo, Francis traga o café da manhã por favor.

- sim senhor.

Era tanta coisa naquela mesa, nunca vi tanta comida junta, peguei dois pães e enfiei na boca.

- ei calma, a refeição não vai fugir.

- desculpa, é que eu nunca tive um rango assim, é bom comer sem ter que roubar pra isso.

- entendo, mas fique calma, sem desespero, se preferir você pode cortar o pão e passar geleia, tenho certeza que assim vai ficar bem mais gostoso.

- geléia? O que é isso?

- vou mostrar.

Ele pegou um pote de algum doce, colocou um pouco na faca, pegou meu pão e passou aquilo e depois me deu di novo.

- agora experimente.

- tá bom. Eu peguei o pão devagar e coloquei um pedaço na boca e logo senti uma explosão de sabores.

- isso é geléia?

- gostou?

Eu nem respondi e enfiei tudo na boca, até lembrar o que ele disse sobre isso, e coloquei o pão no prato.

- agora me observe.

Ele levou o pão na boca e deu uma pequena mordida, depois pegou um copo de suco e me fez fazer o mesmo, eu peguei com as duas mãos o copo mas ele me corrigiu a pegar com apenas uma mão.

- fiz certinho? Perguntei.

- sim, você está se saindo muito bem, agora vamos as sopas, Francis por favor.

- sim senhor.

Eu peguei a colher e enchi e tomei tudo de uma vez, mas estava errado, eu devia deixar a postura certa, e colocar a colher na boca, não a boca na colher, isso já estava entediante.
Dobrei meus dedos sobre o cabo da colher e outra vez tomei a sopa, bem mais devagar dessa vez.

- agora vamos para as carnes.

- seu Jackson...

- Michael, Malú.

- desculpa, mas eu acho que já tá bom você não acha? Isso é um tédio.

- estou tentando te ajudar a ser uma mulher distinta, você não quer isso?

- não, é que, o que é distinta mesmo?

Ele riu e pediu um outro prato, desta vez era carne, eu nunca tinha comido carne.

- prove.

- está bem. Ele me ensinou a pegar a faca e cortar, não vou mentir que estava muito boa mesmo, seu Jackson brigava comigo toda hora, mas eu sempre me acertava depois, eu sabia que ainda tinha muito o que aprender.

●●●

- pode me dizer aonde está os Estados Unidos Maria da Luz?... Maria da Luz?

Sou despertada do meu transe quando Francis me chamou, estávamos na sala e tinha um grande globo no meu colo, ela me pergurtava onde ficava os países e eu tinha que apontar conforme via no livro, da mesma forma que tinha que aprender como segurava um lápis pra escrever.

- você precisa concertar melhor os seus " r " então vejamos com essa, pegue o livro, e repita o que eu disser: " o rato, roeu, a roupa, do rei, de roma. Agora você.

- o rato roeu a roupa do rei de roma.

- calma, não tão rápido e faça uma pausa a cada palavra, o que valhe aqui é a perfeição... Maria da Luz?

Eu não estava querendo prestar atenção no que Francis dizia, a vista do lugar era tão linda e tinha até um parque e animais, daria tudo para estar aproveitando o ar fresco do que ficar infurnada dentro dessa casa..

Michael

- sim eu entendo, irei apressar os ensaios o quanto antes.

Enquanto eu falava ao telefone e passei pela sala observei um olhar tristonho de Malú, uma moça como ela sempre ficou livre, ficar presa em uma casa não combinava com ela.

- tudo bem por Aqui? Perguntei.

- senhor, essa garota se recusa a aprender boas maneiras.

Malú se levantou e me encarou com seus olhos negros, eu percebi tristeza pelo olhar dela, como uma água cristalina, eu podia ver tudo pelo olhar dela.

- é que eu fiquei olhando lá pra fora e o senhor mora em um lugar muito lindo.

- quer conhecer neverland?

- eu posso?

- lógico, percebi sua empolgação com o lugar, todos que vem até aqui querem conhecer o rancho, porque não vamos agora? Você estudou demais.

- valeu Michael. Ela correu primeiro até a porta principal e eu fui atrás deixando Francis na sala.

Francis

- essa garota vai pagar caro por entrar nas nossas vidas, muito antes do que ela imagina.




PELO OLHAR DELAOnde histórias criam vida. Descubra agora