CAPÍTULO TRINTA E DOIS

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AYLA

É uma mistura de sentimentos, um aperto no peito, meu coração está acelerado. Olho para todos os lados reparando na casa ou em qualquer outro lugar, menos para a mulher sentada a minha frente. Sinto um aperto em minha mão, e olho para Almir sentado ao meu lado, seus dedos começam a fazer aquela massagem.

— Tudo bem? – pergunta todo preocupado, seu gesto de carinho me tranquiliza, eu concordo com um sorriso fraco. Respiro fundo e olho para... Não sei como definir. Ela me olha e sinto tantas coisas que chegam a me incomodar, desde dor, felicidade, angustia, sei lá.

— Como você está? – sua pergunta é dirigida a mim. Engulo em seco desfazendo o nó que se formou e respondo.

— Bem. – ela sorri concordando, e nesse momento vejo uma lágrima escorre em seu rosto.

— Eu pedi tanto a Allah que me permitisse te ver uma única vez mais antes de morrer. – sua voz embarga e um soluço escapa, envergonhada ela desvia o olhar.

— Porque você me abandonou? – a pergunta sai sem que eu perceba.

— Não abandonei você, tudo que eu fiz foi pra salvar você, salvar a mim também. – ela balança a cabeça. – Apesar, que me sinto morta a tantos anos.

— Salvar de quem? – a pergunta é feita por Almir.

— Do seu pai. – ela enxuga as lágrimas que agora caem com mais força. – Vou contar do início assim vocês talvez entendam. – ela me olha. – Não espero que você me perdoe, mas não me arrependo do que fiz. – ela suspira. – Mesmo que isso tenha custado minha felicidade, e tive que viver uma vida de sofrimento e dor longe de você. – ela me olha, e posso ver o sofrimento dentro deles. – Mas eu procurei manter minha fé e esperança que você estava melhor lá.

— Aziz me contou que você era o grande amor do meu pai. – Almir é direto, e ela sorri para ele.

— Fauzi. – sua voz baixa entrega que relembrar dele lhe trás emoção. Hoje me dou conta que nunca perguntei a Almir sobre seu pai. – Eu me apaixonei por ele logo que o conheci. – ela esfrega as mãos e sorri ao falar. – Eu havia saído de casa sem autorização do meu pai, eu amava andar a cavalo, saia pelo deserto e passava horas, era como se naquele momento eu e sentisse livre de tudo. – ela conta como se estivesse vivendo novamente os fatos, suas feições dizem isso pela alegria que vejo. – Mas naquele dia, no dia em que encontrei seu pai pela primeira vez, o meu cavalo não estava me obedecendo, as horas estavam passando e eu comecei a ficar nervosa sabia que seria punida, foi quando ele apareceu. – ela fecha os olhos por um momento. – Parecia um verdadeiro príncipe, montado em seu cavalo. No início fiquei com medo assustada, estava longe de casa, ele poderia fazer comigo o que quisesse, mas então ele desceu, se aproximou e perguntou o que estava acontecendo. – ela levanta pegando um copo e tomando um pouco de água.

— Quer alguma coisa Ayla? – Almir me pergunta, nego com a cabeça e vejo que esse gesto faz com que Mirit fique nos observando com carinho. Ela volta a sentar.

— Ele foi gentil comigo, ficou um tempo ali, conversando e acalmando o cavalo que obedeceu ele direitinho, pode parecer algo simples, mas eu sabia o que me aguardava em casa caso não chegasse logo, então eu fui muito grata a ele. – ela sorri. – Esse foi o nosso primeiro encontro, mas foi o suficiente para fazer meu coração bater mais forte, me pegava pensando nele a todo momento, fechava meus olhos e procurava lembrar da sua voz, então eu comecei a procurar saber quem ele era, e quando eu descobri soube que ele também estava a minha procura.

— Mas o que deu errado, se vocês estavam apaixonados porque não se casaram?

— Isso não foi tão rápido, levou algum tempo, nos encontrávamos as escondidas, coisa rápida mal dava pra conversarmos, ele vinha de uma família rica e eu não. – ela respira fundo. – Seu pai era o homem mais correto que eu conheci, nunca me desrespeitou. – um sorrisinho a faz suspirar. – As vezes ele roubava um beijo ou outro, mas nunca nada alem disso, fazíamos planos, mas nossos pais pensavam diferente, ele estava sempre viajando com seu avô. – sua voz fica fraca. – Um dia cheguei em casa e meu pai estava com visita, quando dei por mim era um pretendente, não tive reação no momento não podia falar que já tinha um namorado, não poderia fazer isso sem falar com ele, então ele demorou a voltar, quando voltou ele soube que eu estava casada, não conseguimos conversar sobre nada, mas também não adiantaria o que estava feito estava feito, logo ele se casou também!

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