CAPÍTULO QUATORZE

16.8K 1.7K 205
                                    


AYLA

Após tomar banho, e devido ao comentário de Almir, com relação ao irmão, resolvi colocar um vestido que ganhei dele. Ele é parecido com os que Jasmim usa, mas com muito mais detalhes, entre bordados, aplicações de pedras. Começa com uma cor bege nos ombros, que tem um decote canoa muito discreto por sinal, mangas longas e justas ao braço, e ao longo do vestido um degrade de vários tons de verde, terminando com um verde musgo nos pés. Não disse nada quando ele me presenteou com esse vestido entre outras coisas, já que o acompanho a eventos, tenho que estar bem vestida, e assumo que nunca usei nada tão chique e de bom gosto.

Dou mais uma olhada no espelho, e vendo como estou linda. Deixo o véu que acompanha o vestido de lado. O vestido é comportado por si só. Saio do quarto indo em direção a sala aonde encontro com Jasmim, arrumando algumas revistas, na mesa de centro. Ela me olha e fica de boca aberta.

— O que foi? – pergunto porque sua reação me surpreende, e começo a olhar novamente em busca de algo que tenha feito errado. – Fiz algo de errado? Não é assim que se usa?

—Não! A senhorita está linda. – sorrio com seu elogio e vou até ela, cochichando em seu ouvido.

— Ele não gostou de saber que conheci o Ibraim estando vestida como eu estava, então resolvi me comportar. – ela solta uma leve risada que me faz duvidar do meu intuito de estar comportada.

— Ayla, alsyd Almir, terá que aprender lidar com isso, no nosso país é fácil manter uma mulher fora dos olhares dos outros, onde ninguém a toca ou até mesmo a vê, mas fora de lá acho algo impossível. — ela ri balançando a cabeça. — Mas não creio que Ibraim seja algum problema, eles são irmãos. – cada vez que ela fala algo relacionado aos costumes de seu país eu sinto uma distância tão grande entre mim e Almir.

— Bom eu estou com fome... Ele está na cozinha?

— No escritório pediu que a senhorita fosse lá, assim que saísse do quarto.

— Ai meu Deus, espero que deixem as conversas para depois eu estou morrendo de fome. – me despeço dela, e sigo em direção ao tal escritório. Bato na porta, antes de entrar.

— Entre! - Assim que entro o vejo de costas para mim, está mexendo em algo dentro do cofre.

— Vamos tomar café? – falo fechando a porta e o som de sua risada faz meu peito vibrar com algo, que tenho medo em admitir em voz alta, para mim mesma. Eu não posso estar apaixonada.

— Já vamos, antes eu quero... – suas palavras somem assim que seus olhos fixam em mim. Eu sei que estou bonita, mas a forma como seus olhos me analisa, causa arrepios. Ele encurta a distancia entre nós com passos lentos. – Nossa, quando imaginei você vestida com ele saberia que ficaria linda, mas... — ele não termina a frase.

— Mas? – pergunto gostando muito do que vejo. Seus olhos percorrem todo meu corpo como se estivesse me despindo.

— Você está maravilhosa, Ayla. – seu dedo desliza delicadamente pelo contorno do decote.

— Obrigada. — beijo de leve seus lábios, não querendo lhe borrar de batom. — Você falou que queria algo, o que era? – estreitando seus olhos ao me observar, vejo quando ele recobra na memória o que queria.

— Assim. – ele volta até a mesa pegando um papel. – Queria lhe dar isso. – pego olhando do que se trata e fico surpresa ao ver o que é.

— Aulas de pintura? – ele concorda.

— Eu sei que você gosta, e ela virá aqui sempre que quiser. Você mesma fará seus horários.

— Bom... Muito obrigada, mas isso não faz sentido. – lhe devolvo a folha. – Não quero ser ingrata, não me entenda mal, mas depois do nosso envolvimento... Não me sinto bem aceitando esses presentes, sinto como se estivesse sendo paga de alguma maneira.

A Escolhida do Sheik Onde histórias criam vida. Descubra agora