Capítulo Cinco

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AYLA

Sozinha. Mais uma vez sozinha.

Ainda buscando forças para entender o que acabou de acontecer. Sigo para meu quarto, agarrada ao meu roupão, sentindo como se ele tivesse me despido completamente. Mas é assim que me sinto. Totalmente nua. Fecho a porta do quarto tentando buscar um refúgio. Como ele consegue me deixar assim? Com um beijo. Um único beijo, meu Deus.

Ainda encostada na porta deixo meu corpo cair, eu me entregando ao choro. Esse homem é um verdadeiro mistério, me confunde como ninguém. Quando estou em sua presença me sinto como outra pessoa de quando estou sozinha, como agora. Me, sinto abandonada. Me, arrasto até a cama e deito querendo que o sono chegue logo.

Barulhos me acordam, não sei o que é. Ouço novamente um forte barulho, como algo quebrando, levanto-me assustada e vou até a porta escutar alguma coisa. Escuto passos no corredor e vozes exaltadas. Meu coração acelera, com o fato de não saber o que está acontecendo. Amarro o roupão, e abro a porta. Ao abrir me deparo com Jasmim assustada no corredor. De onde ela saiu? Ela veio com a gente?

Ela me olha sem saber o que fazer. Vou para perto dela.

— O que está acontecendo? — pergunto, e vozes exaltadas são ouvidas da sala. Olho na direção, e ela segura em meu braço.

— Senhorita Gonzales! — ela também olha na direção da sala. — Entre, por favor! — ela está nitidamente assustada.

— O que eles estão falando? — pergunto tentando entender o que possa estar acontecendo.

— Alsyd não gostaria que a senhorita fosse lá!

Sem saber o que fazer eu fico parada no corredor com Jasmim, que baixinho recita um tipo de mantra ou oração sei lá. Tudo, no idioma deles para mim é estranho. As vozes param e um silêncio paira no ar. Ela me olha com um olhar suplicante para que eu entre.

Acabo entrando, seja lá o que tenha acontecido naquela sala, não irei saber hoje. No quarto ando de um lado para o outro com as mãos na cabeça. A angústia com a qual eu fui dormir foi substituída pela adrenalina do momento. Acabo pegando meu telefone e mando uma mensagem para minha mãe. Sei que ela pode responder, se aqui são três da madrugada, no Brasil ainda são onze da noite. Mas não obtenho resposta. Deito novamente.

Acordo com os raios de sol batendo no meu rosto. Acho que acabei abrindo as cortinas ontem, e, acabei esquecendo de fechar. Ao levantar deixo cair meu celular no chão, mais uma espatifada e ele não funciona mais. O coloco na mesinha e vou tomar um banho.

Depois de um bom banho tomado, e, vestida decentemente, saio do quarto. Meus passos são meios incertos, não sei o que vou encontrar depois do que escutei na madrugada. Passo pela sala e não vejo nada que indique que algo tenha sido quebrado. Com certeza Jasmim já limpou. Chego á pequena cozinha e a encontro.

— Bom dia!

— Bom dia, já estava levando seu café da manhã. — seu sorriso é tímido.

—E seu... Alsyd, onde ele está? — ela desvia o olhar.

— Está no escritório. — e, tem escritório aqui? Creio que minha cara de confusão descreve minha pergunta interna, porque ela sorri e responde. — Uma pequena saleta a esquerda do seu quarto. — concordo com a cabeça, quer dizer que passei por ele e nem sabia.

— Ele não vai comer nada? — pergunto como quem não quer nada.

— Eu já comi um pouco mais cedo, Ayla! — cacete, meu coração dispara só em ouvir sua voz atrás de mim. Jasmim, nem se mexe.

A Escolhida do Sheik Onde histórias criam vida. Descubra agora