CAPÍTULO VINTE NOVE

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AYLA

— Meu irmão? – são as únicas palavras que saem da minha boca, enquanto olho para o homem que até então só sabia ser rival de Almir nos negócios. Seu sorriso aumenta com a provável surpresa estampada em meu rosto. Procuro me manter calma.

— Também foi uma surpresa quando soube. – sua voz é calma e gentil bem diferente da vez em que o conheci, que estava carregada de sarcasmo. – Eu realmente não acreditei que ele poderia ser tão baixo! – ele segura minha mão, mas eu puxo sem pensar duas vezes. – Não tenha medo de mim! — ele pede.

— Medo não é o que estou sentindo. – falo sem olhar para ele, nojo seria a palavra certa. – Quem foi baixo, Almir? – pergunto tentando entender seu jogo.

— Sim, ele sabe que você é minha irmã e pelo que vejo não te contou nada, claro porque assim você não atrapalharia seus planos. – minha cabeça da um giro e sinto novamente a tontura.

Então o que nós temos não é de verdade? Começo a lembrar de seu jeito no início, sempre me deixando confusa com seu comportamento. Das nossas viagens, dos nossos momentos a sós, ele cuida de mim e da minha família. Ele não é essa pessoa fria que Mustafá está sugerindo, não comigo pelo menos.

— Não! — falo em voz alta. – Ele não é assim!

— Eu sei não é fácil, você acreditou em um conto de fadas, e de repente saber que é somente mais uma peça no seu joguinho. – passo minhas mãos em minha barriga sentindo uma leve dor no estômago.

— Cala sua boca! – falo me levantando e me afastando dele. – Isso não é verdade, você não o conhece! – ele segura meu braço, me impedindo de me afastar.

— Você Ayla que não o conhece, como consegue confiar num homem que não conta algo como ter descoberto sobre sua família? – eu chego a sentir o gosto amargo do seu veneno que sai junto com as palavras, ou é o gosto ruim que sinto em minha própria boca ao tentar imaginar se tudo isso for verdade.

— Temos conceitos diferentes para a palavra confiança, Mustafá. – falo puxando meu braço do seu aperto. – Pra confiar nele, eu não preciso saber de tudo o que ele faz, e sim ter a certeza que sempre é pensando no melhor para mim. – uso todas as palavras que Almir usou comigo dias atrás na casa da minha mãe, sobre confiança. Omar chega ao meu lado e afasta Mustafá com um empurrão. – Tudo bem Omar, ele já está indo.

— Me larga seu infeliz! – ele tenta revidar. – Ele já conseguiu fazer tua cabeça. – ele ri. – Você é uma pessoa muito fácil de ser manipulada, irmãzinha. – ele ajeita suas roupas.

— Não! Eu não sou, se fosse você já teria conseguido fazer minha cabeça contra ele. – ele sorri.

— Será que não consegui? – sinto um frio na barriga só em pensar nessa possibilidade, mas não demonstro. Chego mais perto. Lembro dos versos que Almir recitou no meu ouvido a noite passada enquanto fazíamos amor. "Acredite em mim e basta"

— Se ele sabe e não me contou nada sobre isso, ele deve ter seus motivos, e eu confio nele! – seu olhar é de puro ódio.

— Nunca foi por você Ayla, sempre foi um jogo de poder somente isso!

— Um jogo que começou quando você tentou passar ele para trás nos negócios esses dias? Ele tem bola de cristal para adivinhar o que você ia fazer? Faça-me o favor não sou tão burra assim o quanto você pensa! – sinto uma raiva dentro de mim.

— Ele é mais esperto do que você imagina, você não o conhece!

— Espero que ele seja mesmo, e te de uma lição bem dada que te ensine a ser gente! – minha respiração está ofegante.

A Escolhida do Sheik Onde histórias criam vida. Descubra agora