Capítulo 8

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MANDY

Ele pensa que eu vou ficar de fora dessa? Nem pensar.

Me agacho novamente no momento em que ele se vira para ver se está sendo seguido em direção a nave logo a sua frente.
Ele entra e antes que a porta se feche eu me jogo dentro da mesma, me escondendo atrás de uma pilastra.

- Humana, eu te vi.

- Eu vou!

Continuo me escondendo atrás da pilastra.
Escuto seus passos cada vez mais próximos, então corro em direção a outra pilastra, mas sou puxada pela cintura para trás.

- Não, não!

- Pensa mesmo que eu te deixaria correr esse risco?

- Você não tem que me deixar fazer nada, faço essa escolha por mim mesma.

- Nem pensar.

- Não tem como me impedir, não vê que já fiz?

- Faço questão de te levar lá para fora.

Me agarro a ele e surpreso cambaleia para trás, caindo no chão comigo em cima de si.
Sento em cima de sua barriga e apoio meus joelhos no chão, ainda agarrada a ele.

- O que está fazendo?

- Te impedindo de me colocar para fora.

- Eu não me oponho a essa posição em que estamos, mas você estará mais segura lá fora.

- Não me importo, eu vou!

De repente a nave parece se movimentar.

- Ha, você não pode me colocar mais para fora!

Ergo minhas mãos em sinal de vitória.
Sinto suas mãos em minha cintura, então ele troca nossas posições ficando por cima.

- Você se pôs em risco, entende isso?

- Pouco me importa, eu quero saber o que tá pegando aqui e vou saber.

- Eu já te disse tudo que precisava saber.

- Mas não foi o necessário para mim, agora saia de cima de mim.

Dou tapas em seu peito, o que não surte sequer algum efeito nele.

- Saia!

Ele se levanta e me leva junto segurando no meu braço, aproximando seu rosto do meu sussurra.

- Não fique em cima de mim se não quiser ser devorada, o que eu farei da próxima vez sem hesitar.

- Me solta!

Ele me encara com seus olhos penetrantes que oscilam entre o azul e o negro.

- Não me faça te dar uns tapas!

Suas mãos me soltam quase que lentamente.
Me encosto na parede mais próxima e respiro fundo.

Apenas sua proximidade me faz queimar por dentro.

- Já que entrou, vai ficar em um lugar seguro.

Vhant anda em direção a porta um pouco a frente de nós, que se abre quando ele chega perto.
O acompanho em todo o percurso seja lá para onde.

- Com você nada parece ser seguro.

De repente, ele para e se vira para me encarar.

- Pode ter certeza que você estará mais segura comigo do que com qualquer um nesta nave. Alguns não tem fêmeas, outros gostam das fêmeas humanas e tem aqueles que estão a meses sem tocar em qualquer fêmea que seja.

Engulo a seco e enquanto ele anda eu me escondo atrás de si.

Eu não parei pra pensar nisso em nenhum momento.

Sinto algo tocar no meu cabelo, me surpreendendo, então solto um grito alto e me agarro a Vhant.
Ao me virar para ver o que é, sem me desgrudar de Vhant que tem suas mãos em minha cintura possessivamente, vejo um homem alien de cabelos vermelhos e pele verde atrás de mim.

- Não toque nela. - Vhant rosna.

Seu rosnado faz com que seu peito trema e eu posso senti-lo pois tenho minhas mãos ali.

- Guert? Sua thany? Sinto muito por isso, eu apenas...

- Não quero saber, apenas não a toque novamente.

- Certo, assim o farei.

Vhant me puxa mais para si e me leva para longe, entrando em uma das portas do corredor.

- Tudo bem?

Ele segura meu queixo e o ergue, e isso me faz lembrar quando nos conhecemos.

- Estou bem, Vhant.

Seguro sua mão com a minha e continuo a olhar nos seus olhos.

- Eu...

Antes que eu possa terminar de falar seu relógio de pulso começa a apitar.
Vhant rosna, bravo.

- Nos vemos depois, preciso ir, Mandy.

- Certo...

Ele sai do quarto e as portas se fecham.

Merda, oque eu estava pensando em fazer?
Pensa direito, Mandy, pensa!

Me sento na cama redonda e fofa coberta com um lençol branco.

- Meus globos oculares pedem socorro por uma cor tão clara.

Olho em volta e o quarto parece realmente sem graça, não tem nada muito demais e nada decorativo de fato.

Me levanto e começo a mexer nas coisas, procurando por qualquer coisa que seja, e acabo encontrando uma espécie de faca com uma lâmina em forma de lua cheia de desenhos.

Isso são... Flores?

Coloco-a no mesmo lugar onde encontrei e continuo a mexer em suas coisas, mas não encontro mais nada de interessante.
Passo do lado da parede de metal e algo me empurra.

Um gigante guarda-roupa saindo da parede! Sério!?

- Não deixa de ser interessante.

Puxo o primeiro pedaço de pano que vejo e ela cai no chão.

- Uma cueca?

Me ajoelho e a pego novamente com apenas uma mão.

- Eu nem sabia que eles usavam is...

As portas do quarto se abrem e eu viro o rosto para encontrar com o olhar envergonhado de Vhant.
Ele se aproxima a passos largos e puxa a cueca da minha mão.

- Calma!

- Eu não uso isso, mas dizem que mexer nas coisas íntimas dos outros em seu planeta é mal.

- Eu não diria mal... Você não usa mesmo? Por quê tem um então?

Sua expressão passa de envergonhado para sério.

- Realmente? Não sei. Eu acho os humanos usarem isso uma perda de tempo.

- Mesmo?

Ele guarda a cueca dentro da guarda-roupa e toca na porta, o que faz com que elas se fechem e se fundem a parede novamente.

- Você envergonhado, isso sim é uma surpresa.

Me levanto e aproximo meu rosto do seu.

- Mandy...

Quando vou dizer algo para lhe provocar Vhant gruda seus lábios nos meus e me prensa na parede atrás de mim.
Sinto sua perna direita pressionar minha intimidade o que me faz gemer em sua boca.
Passo minhas mãos em volta de seu pescoço e retribuo seu beijo ardente.

Thany: Esposa.

Alien de Vhartan - Trilogia EspaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora