Capítulo 5

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VHANT

Sinto seu cheiro doce muito próximo de mim, me fazendo despertar com sede de tê-la em meus braços.
Ao abrir meus olhos e me virar para o lado encontro com seu rosto que tem uma expressão serena.

Ela está dormindo.

Sinto uma fisgada no meu braço e resmungo de dor.
Ela abre os olhos, alerta e demora algum tempo para perceber que já estou desperto.

- Você acordou. Como se sente?

- Bem...? - Estranho sua atitude preocupada.

- Como você se feriu? Me diga a verdade.

- Eu me feri na missão.

Tento me sentar na maca, mas apenas um braço não me permite fazer isso.
Ela coloca seus braços de baixo dos meus e me ajuda a ficar sentado.

- Melhor?

- Sim, obrigado.

- Eu gostaria que fosse sincero comigo, caso contrário serei obrigada a realmente quebrar o seu nariz perfeitinho.

- Aquele maldito puto me feriu com sua tjin, satisfeita? - Rosno apenas de me lembrar daquele maldito Yarten.

- Quem seria o "maldito puto" e sua tjin?

- Tjin, uma espada. Maldito puto, um Yarten do planeta Yart.

- Apelido legal, e ele te pegou de jeito com essa tjirin.

Me diverte sua forma errada de dizer tjin.

- Tjin.

- Foi o que eu disse. Certo, por que esse ódio todo, além de ser por ele quase ter cortado seu braço fora?

- Isso aqui é uma guerra, fêmea.

- Mandy, meu nome é Mandy, você diz fêmea e eu me sinto uma cadela.

Buscando significados para cadela... Cadela, igual a palavra Ragnar ou um Vhork fêmea terráqueo.

- Não estou te chamando de Ragnar.

- Ragnar?

- Qual seria a palavra? Ahn... Puta?

- Eu estou falando de um cachorro! Cachorro!

- Ah.

- Tudo esclarecido, agora me conte sobre essa tal guerra.

- Não pense que vou te envolver nisso.

- Me envolver? Eu estou atolada nisso tudo até a cabeça.

- Eu não entendi essa expressão.

- Esquece, quer dizer que eu já estou mais que envolvida.

- Como estão suas costelas?

- Não mude de assunto.

- Quero saber, diga-me como se sente.

- Estou me sentindo bem, na medida do possível, claro.

Ela parece se sentir desconfortável com suas próprias dores, mas continuava aqui.

- Venha aqui.

- Não.

- Venha. - Insisto.

- Me recuso.

Seguro seu braço e antes que possa reagir a puxo para mim, fazendo com que fique entre minhas pernas.

- O que pensa que está fazendo?

- Estou te dando apoio para que durma.

- Durmir?

- Durma.

Coloco a mão em sua cabeça e faço-a apoiar sua cabeça no meu peito.
Seu cheiro doce me deixa cada vez mais embriagado, então solto um rosnado involuntário por não poder tocá-la do modo que quero.
Ela se assusta, colocando as mãos nos meus braços e olhando nos meus olhos como se quisesse ter certeza de que tudo é real.

- O-O que foi isso?

- Não consigo evitar, seu cheiro...

Ela se cheira.

- O que tem o meu cheiro? Parece tudo normal.

- É doce, muito doce.

- Quer saber? Quem precisa descansar? Talvez tenha algum livro por aí, não sei.

Ela tenta se afastar, mas eu a puxo novamente para mim.

- O que a assusta tanto?

- Eu não diria assustar... Mas seus olhos... Eles... Eles mudaram de cor, estão mais escuros...?

- Eu a desejo. - Sussurro no seu ouvido.

Suas pernas parecem ceder, então a seguro mais apertado em meus braços sem machucá-la.

- Vhant...

Passo minha boca pelo seu pescoço, sentindo-a se arrepiar.
Mandy fecha seus olhos e eu continuo a beijar seu pescoço, sentindo seu cheiro doce de canela.
Solto um rosnado e de repente ela coloca suas mãos em meu peito, me afastando.

- Não.

Beijo sua bochecha, então Mandy coloca sua mão sobre minha boca para me impedir de continuar e eu a lambo.

- Argh! Pare com isso!

- Me deixe sentir seu corpo ao meu... - Rosno de desejo.

- Mais?

Coloco minha mão em sua cintura e uma eletricidade passa de seu corpo para o meu.

- P-Pare.

De repente ela força suas duas mãos no queixo e me afasta de si.
Sinto falta de seu calor e rosno de insatisfação.
Quando me dou conta ela já saiu da enfermaria.

[...]

Atenção. Mantenham-se onde estão e se segurem, estamos pousando nesse exato momento no planeta Zuki.

Sinto a nave balançar um pouco e logo sei que a nave pousou.
Desço da maca e vou direção ao meu quarto, entro e encontro Mandy dormindo calmamente em minha cama.
Me sento ao seu lado e toco em seu ombro.

- Mandy. - Chamo-a.

Ela se senta na cama e olha para mim, seu olhar é confuso.

- Pousamos.

- Terra? - Ela sorri.

- Não. Zuki.

- Como se eu soubesse onde estamos.

- Sinto muito, mas precisamos descer.

Alien de Vhartan - Trilogia EspaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora