Capítulo 4

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MANDY

- Como se sente? - Pergunta Tshila.

- Consigo respirar melhor.

- Bom, bom. Se quiser tomar banho, pode entrar por aquela porta. - Ela aponta para uma porta arredondada de metal a minha direita.

- Sim, obrigada. Me diz uma coisa.

- O que seria?

Ela parece muito concentrada em arrumar os aparelhos de metal na mesa ao lado da maca onde estou.

- Ahn... Onde você acha que ele foi?

- Em uma missão.

Sua resposta foi de grande ajuda, obrigada.
Até parece que ela iria me dizer algo mesmo.

- Certo.

Desço da maca com dificuldade, me aproximo aos poucos da porta de metal, ainda sentindo minhas costelas doerem.
Ao parar em frente à ela percebo que não tem nenhum botão ou maçaneta.

- Sério isso?

- Algo de errado?

- Não, não, tudo bem.

Apoio minha mão na parede e a porta se abre sozinha, me assusto e escorrego para dentro.

Esse destino deve estar rindo dá minha cara.

Me segura na primeira coisa que encontro, uma espécie de pia de metal e fico em pé.
Olho em volta e tem apenas uma toalha felpuda na parede.

Tô vendo coisas ou, melhor, não tô vendo nada.

Ando em volta do banheiro e nada, então chego perto da parede e algo sai do chão, me erguendo junto.

- Mas que me...!?

Meus pés deslizam pela banheira que sai do chão e a primeira coisa que faço é me encolher, bato minhas costas na banheira e grito de dor.

- Quem inventou essa coisa?

Tshila entra correndo no banheiro e me ajuda a levantar.

- Eu esqueci de avisar...

Ela me avalia com seu olhar e me apalpando.

- Tem alguma coisa que faça essa dor parar, nem que seja uma resposta ruim?

- Sua pele parece sensível demais para que eu use uma tecnologia muito avançada.

- Certo, fiquei com a resposta ruim, além de ser a que não soluciona o meu problema.

[...]

Sinto um cheiro forte de sangue chegar ao meu nariz, me levanto, pisco várias vezes para me acostumar com a claridade do quarto e vejo Vhant na porta.
Seu braço parece ferido e sua expressão é de dor.

- O que aconteceu com você?

Ao me mexer para tentar ir em sua direção minhas costelas doem, solto um gemido de dor e me apoio na cama.

- Parece que estamos na mesma situação. - Murmuro.

Seu olhar parece perdido, vagueando em qualquer lugar que não seja o em que estamos.

Sem me mover de forma brusca me aproximo dele e pego em sua mão, então ele me acompanha no automático, levo-o até sua cama e o faço se deitar.
Olho para seu ferimento e aperto para parar o sangramento.

Anos de SCI Miami deve servir para alguma coisa, né?

Ele resmunga algo do qual não consigo entender e coloca suas mãos na minha cintura.

- Seu abusado!

Tiro a mão de seu ferimento e o sangue volta a jorrar, então coloco minhas mãos novamente.

- Aproveite enquanto pode, vou quebrar seu nariz com a primeira coisa que encontrar assim que melhorar.

Olho em volta e vejo um enorme feixe de luz sair de cima da porta.

Preciso tentar.

- Ei, olá!?

- Deseja algo?

Levo um susto com a voz robótica feminina que soa no ambiente, mas não me deixo abalar.

- P-Pode chamar por ajuda?

- Qual tipo de ajuda devo chamar, senhorita?

- Uma que seja médica.

- Pesquisando o significado de médica... Procurando... Médica, também conhecida em nossa língua como Ruthie.

- Rápido, por favor!

- Uma ruthie está a caminho, senhorita, pode informar a situação atual do paciente?

- Ele está com um ferimento no braço esquerdo, sangrando muito, parece estar delirando também.

- Informações passada a ruthie. Porta se abrindo.

As portas do quarto se abrem e Tshila entra com um homem vestindo a mesma roupa branca com detalhes cinzas que ela.
Os dois se aproximam de nós e avaliam o braço de Vhant.

- Pode tirar sua mão, Mandy, assumirmos a partir daqui.

Tiro minha mão de seu ferimento com cuidado para que Tshila coloque a sua, então o homem pega Vhant como se fosse uma pena e eles o levam para o corredor.
Sigo os dois até a enfermaria e vejo todo o processo de limpeza e cura de seu ferimento, com um pequeno objeto de metal curvado com uma placa vermelha na ponta eles curam sua ferida completamente, de alguma forma eles fazem com que suas células se formem de maneira rápida.
Suspiro de alívio ao perceber que ele está melhor e só então lembro que minhas costelas ainda não estão totalmente recuperadas, gemendo novamente de dor.

- Parece que a adrenalina e seu espírito de vontade te fizeram esquecer de suas próprias dores. - Diz o homem de olhos de gato e pele alaranjada.

Eu ainda vou quebrar o nariz dele, pode apostar.

Alien de Vhartan - Trilogia EspaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora