VHANT
Seu corpo continuava a tremer descontroladamente e eu continuo paralisado perto da maca onde Tshila e Yartn tentam dar-lhe algum remédio para que melhore, então uma luz azul passa de seus pés até sua cabeça e Mandy para de tremer.
- Estamos perdendo ela, Yartn! Dê logo esse remédio! - Tshila rosna.
Yartn segura a cabeça de Mandy e a faz tomar o chá que usamos para recuperar nossas forças.
- Como ela está?
Ele coloca a mão entre os seios de Mandy e eu solto um rosnado que ele apenas ignora.
- Seus batimentos parecem estar voltando ao normal.
Tshila suspira de alívio e me encara.
- Vai ficar tudo bem, Guert, não se preocupe.
Ela coloca a mão no meu ombro e só então sinto uma forte tontura, me apoio na maca e encosto minha cabeça na mesma.
- Tudo bem?
- Apenas uma tontura.
- Precisa descansar agora.
- Não vou deixá-la aqui.
- Estare... - Yartn tenta dizer.
- Não vou deixá-la aqui. - Repito a mesma frase com um rosnado.
- Tudo bem.
Os dois tiram suas luvas e as jogam fora.
- Se algo acontecer, apenas nos chame. - Diz Tshila. - Ela ainda está em observação, não sabemos como a luz pode se comportar em seu corpo ou se saiu, então não tente tirá-la daqui.
Apenas concordo com a cabeça e me levanto ainda apoiado na maca.
Toco em sua bochecha por impulso e levo um choque forte que me faz rosnar e ser jogado contra a parede de metal ao lado da porta.
Tshila e Yartn entram correndo na enfermaria novamente, me ajudando a levantar.- O que você fez!?
- Eu...
Não encontro forças para dizer algo, apenas me solto de suas mãos e me levanto sozinho.
- Como ela vai viver com isso dentro dela?
- Não sabemos. - Ela se vira para Yartn. - Pode ir, Yartn.
Ele apenas acente e sai.
- Escute, Vhant. Ela é forte, se não fosse não teria nem mesmo sobrevivido, e nós faremos o possível para que ao menos consiga conviver com isso.
- Estarei confiando em você.
- Não se culpe por nada disso, certo?
- Certo.
Como não me sentir culpado se a cada passo minha mente grita que eu deveria ter a deixado exatamente onde estava, que estaria bem melhor sem mim?
[...]
Encaro seu rosto com uma expressão calma.
Ainda dorme.
Coloco minhas mãos na maca e sinto o impulso de tocá-la, mas evito fazer isso.
Dói tanto não poder tocá-la.
- O que eu fiz com você? - Sussurro.
- Você ao menos dormiu?
Viro o rosto e vejo Kisar na porta da enfermaria.
- Como você entrou aqui?
- Bom, eu vim do corredor e te vi aqui, então entrei.
- Estou falando da nave.
- Ora, eu ainda faço parte dessa tripulação.
- Eu não diria que você faz ou já fez parte dessa tripulação.
- O que quer dizer com isso?
- Você sabe muito bem o que eu quis dizer com isso.
- Me poupe desse seu drama todo, Vhant, eu só vim aqui pra saber como você estava.
- Estava muito melhor antes de sua ilustre presença.
- Sendo irônico num momento como esse, Vhant?
- Saia.
- Eu preciso...
- Saia. - Rosno, interrompendo-a.
- É tão difícil dialogar com você.
- Não estou para diálogos. Saia.
De repente Tshila aparece na porta e a puxa para fora.
- Saia logo, Kisar, ninguém é obrigado a aturar sua presença aqui.
- Quem você pensa que é!?
Tshila rosna para ela em resposta, Kisar se solta de suas mãos a força e sai andando pelo corredor.
- Tudo bem?
- Eu estou bem.
- Não se preocupe, tenho certeza de que ela vai se recuperar logo.
- Assim espero.
- E assim verá. Precisa sair, tomar um banho, trocar de roupa e comer.
Antes que eu possa argumentar ela volta a falar.
- Vou dar um banho e trocá-la também, além disso você tá um caco.
Sorrio sem tanto humor e me levanto.
- Obrigado pelo elogio, volto logo.
- Claro.
Respiro fundo e vou para meu quarto.
[...]
- Ela parece bem melhor agora.
- Realmente.
Escuto os dois conversarem sobre sua recuperação.
- Vamos evitar tocá-la sem as luvas por enquanto, não sabemos como pode reagir conosco também.
Os dois se afastam da maca e se sentam na mesa perto da parede, mexendo em alguns papéis.
- O que é isso?
- Exames de rotina.
- Olhe. - Yartn aponta para algo no papel. - Apesar de tudo seu corpo não tem nenhuma fratura, sequer tem um arranhado por fora ou por dentro.
- Eu não esperava por isso.
- Digo o mesmo.
- O que isso quer dizer? - Pergunto.
- Ela parece resistente a luz que a atingiu.
- Como isso é possível? - Yartn murmura para si mesmo.
- Precisamos fazer mais exames, Vhant, precisamos procurar por resposta.
Rosno quando ela se aproxima da maca novamente.
- Escute bem. Ela não é um experimento ou um rato de laboratório, então não pense que vai ficar mexendo nela sem seu próprio consentimento.
- Ela não pode responder agora por si.
- Quer mesmo me questionar?
- Eu apenas queria...
- Não me importo. Saiam.
- Como?
- Saiam! - Grito.
Yartn se levanta e segura no braço de Tshila.
- Vamos, Tshila.
- O que há com você, Vhant?
- Tshila, pare. - Yartn insiste.
- O que há com você, Tshila, vocês por acaso não estavam se tornando amigas?
- Isso não deve interferir no meu trabalho como uma ruthie.
- Menos, Tshila, menos.
Ela me encara por alguns segundos, então resolve sair e Yartn a acompanha.
Situação tensa, adoro 😂
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Alien de Vhartan - Trilogia Espaço
Random#Livro 3 Mandy é uma leitora nata, ama um romance "diferentão" entre aliens e humanas, além de ser uma desenhista de HQs. Vhant é um guerreiro de Vhartan, sente muita curiosidade sobre os humanos. Mas nunca buscou saber muito sobre sobre os humanos...