Capítulo 10

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VHANT

Seu corpo continuava a tremer descontroladamente e eu continuo paralisado perto da maca onde Tshila e Yartn tentam dar-lhe algum remédio para que melhore, então uma luz azul passa de seus pés até sua cabeça e Mandy para de tremer.

- Estamos perdendo ela, Yartn! Dê logo esse remédio! - Tshila rosna.

Yartn segura a cabeça de Mandy e a faz tomar o chá que usamos para recuperar nossas forças.

- Como ela está?

Ele coloca a mão entre os seios de Mandy e eu solto um rosnado que ele apenas ignora.

- Seus batimentos parecem estar voltando ao normal.

Tshila suspira de alívio e me encara.

- Vai ficar tudo bem, Guert, não se preocupe.

Ela coloca a mão no meu ombro e só então sinto uma forte tontura, me apoio na maca e encosto minha cabeça na mesma.

- Tudo bem?

- Apenas uma tontura.

- Precisa descansar agora.

- Não vou deixá-la aqui.

- Estare... - Yartn tenta dizer.

- Não vou deixá-la aqui. - Repito a mesma frase com um rosnado.

- Tudo bem.

Os dois tiram suas luvas e as jogam fora.

- Se algo acontecer, apenas nos chame. - Diz Tshila. - Ela ainda está em observação, não sabemos como a luz pode se comportar em seu corpo ou se saiu, então não tente tirá-la daqui.

Apenas concordo com a cabeça e me levanto ainda apoiado na maca.
Toco em sua bochecha por impulso e levo um choque forte que me faz rosnar e ser jogado contra a parede de metal ao lado da porta.
Tshila e Yartn entram correndo na enfermaria novamente, me ajudando a levantar.

- O que você fez!?

- Eu...

Não encontro forças para dizer algo, apenas me solto de suas mãos e me levanto sozinho.

- Como ela vai viver com isso dentro dela?

- Não sabemos. - Ela se vira para Yartn. - Pode ir, Yartn.

Ele apenas acente e sai.

- Escute, Vhant. Ela é forte, se não fosse não teria nem mesmo sobrevivido, e nós faremos o possível para que ao menos consiga conviver com isso.

- Estarei confiando em você.

- Não se culpe por nada disso, certo?

- Certo.

Como não me sentir culpado se a cada passo minha mente grita que eu deveria ter a deixado exatamente onde estava, que estaria bem melhor sem mim?

[...]

Encaro seu rosto com uma expressão calma.

Ainda dorme.

Coloco minhas mãos na maca e sinto o impulso de tocá-la, mas evito fazer isso.

Dói tanto não poder tocá-la.

- O que eu fiz com você? - Sussurro.

- Você ao menos dormiu?

Viro o rosto e vejo Kisar na porta da enfermaria.

- Como você entrou aqui?

- Bom, eu vim do corredor e te vi aqui, então entrei.

- Estou falando da nave.

- Ora, eu ainda faço parte dessa tripulação.

- Eu não diria que você faz ou já fez parte dessa tripulação.

- O que quer dizer com isso?

- Você sabe muito bem o que eu quis dizer com isso.

- Me poupe desse seu drama todo, Vhant, eu só vim aqui pra saber como você estava.

- Estava muito melhor antes de sua ilustre presença.

- Sendo irônico num momento como esse, Vhant?

- Saia.

- Eu preciso...

- Saia. - Rosno, interrompendo-a.

- É tão difícil dialogar com você.

- Não estou para diálogos. Saia.

De repente Tshila aparece na porta e a puxa para fora.

- Saia logo, Kisar, ninguém é obrigado a aturar sua presença aqui.

- Quem você pensa que é!?

Tshila rosna para ela em resposta, Kisar se solta de suas mãos a força e sai andando pelo corredor.

- Tudo bem?

- Eu estou bem.

- Não se preocupe, tenho certeza de que ela vai se recuperar logo.

- Assim espero.

- E assim verá. Precisa sair, tomar um banho, trocar de roupa e comer.

Antes que eu possa argumentar ela volta a falar.

- Vou dar um banho e trocá-la também, além disso você tá um caco.

Sorrio sem tanto humor e me levanto.

- Obrigado pelo elogio, volto logo.

- Claro.

Respiro fundo e vou para meu quarto.

[...]

- Ela parece bem melhor agora.

- Realmente.

Escuto os dois conversarem sobre sua recuperação.

- Vamos evitar tocá-la sem as luvas por enquanto, não sabemos como pode reagir conosco também.

Os dois se afastam da maca e se sentam na mesa perto da parede, mexendo em alguns papéis.

- O que é isso?

- Exames de rotina.

- Olhe. - Yartn aponta para algo no papel. - Apesar de tudo seu corpo não tem nenhuma fratura, sequer tem um arranhado por fora ou por dentro.

- Eu não esperava por isso.

- Digo o mesmo.

- O que isso quer dizer? - Pergunto.

- Ela parece resistente a luz que a atingiu.

- Como isso é possível? - Yartn murmura para si mesmo.

- Precisamos fazer mais exames, Vhant, precisamos procurar por resposta.

Rosno quando ela se aproxima da maca novamente.

- Escute bem. Ela não é um experimento ou um rato de laboratório, então não pense que vai ficar mexendo nela sem seu próprio consentimento.

- Ela não pode responder agora por si.

- Quer mesmo me questionar?

- Eu apenas queria...

- Não me importo. Saiam.

- Como?

- Saiam! - Grito.

Yartn se levanta e segura no braço de Tshila.

- Vamos, Tshila.

- O que há com você, Vhant?

- Tshila, pare. - Yartn insiste.

- O que há com você, Tshila, vocês por acaso não estavam se tornando amigas?

- Isso não deve interferir no meu trabalho como uma ruthie.

- Menos, Tshila, menos.

Ela me encara por alguns segundos, então resolve sair e Yartn a acompanha.

Situação tensa, adoro 😂

Alien de Vhartan - Trilogia EspaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora