Capítulo 12

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VHANT

- Foram capturados? Certo. Para onde vão mandá-los?

- Mandaremos eles para a central de naves em Vhartan.

- Mudaremos nosso curso para Vhartan e irei dar uma boa olhada nesses thurs*. - Solto um rosnado involuntário de raiva.

- Credo, parece um cachorro rosnando. - Mandy murmura.

Olho para ela e a mesma parece voltar a se distrair com o livro em suas mãos.

- Certo, Guert, estaremos te esperando.

Desligo a chamada e me sento ao lado de Mandy nos travesseiros no chão.

- O que aconteceu?

- Que?

- Sobre o que estava falando?

- Aqueles que nos atacaram foram capturados.

- Entendi.

Sua expressão parece pensativa, mas eu diria que não é sobre a história do qual está lendo.

- Poderia me dizer algo?

Ela coloca o livro sobre seu colo e me encara seriamente.

- Claro.

- O que vai acontecer com isso?

Mandy abre suas mãos e as coloca diante de meus olhos.

- Eu acho...

A verdade é que eu não faço ideia do que vai acontecer com "isso".

- Eu...

Não consigo sequer pensar em algo reconfortante para lhe dizer.

- Você não sabe, não é?

- Não, não sei.

Encosto minha mão enluvada na sua e passo meu polegar entre seus dedos.

Alerta de tempestades magnéticas!

A nave começa a tremer, me fazendo deslizar e parar com as costas encostada na parede com Mandy se segurando em mim.

- O foi isso? - Mandy retruca.

- Tempetades magnéticas.

- Eu sequer sabia que isso existia.

A nave volta a tremer, virando para o outro lado e nos fazendo deslizar até o centro do quarto, Mandy se segura na cama e me puxa pela gola.

- Isso é muito perigoso?

- Se formos atingidos diretamente, sim.

- Existe essa possibilidade?

- Não.

- Certo, vamos sair logo daqui.

Com dificuldade nos levantamos e saímos do quarto, indo para a sala de comando.

- Desviem do curso! Desviem!

- Não é possível, estamos muito próximos de planetas menores!

- Então, aumentem a velocidade da nave!

- Estamos o mais rápido que podemos nessa área tão perigosa.

De repente escutamos uma batida alta vindo do lado de trás da nave.

- Fomos atingidos no lado direito de trás da nave! Estamos perdendo velocidade!

Então os vidros da sala de comando começam a trincar aos poucos.

- Céus, e você disse que não existe nenhuma possibilidade! - Mandy grita. - Isso é o que então?!

Me aproximo dos painéis de controle e tento arrumar o curso da nave que parece estar se descontrolando.

- Mandem alguém para ver o que exatamente foi atingido na nave! - Ordeno.

- Sim, Guert.

Dois dos meus correm para fora da sala, Mandy se aproxima dos painéis e alguém grita.

- Estamos sendo atingidos novamente pelas tempestades magnéticas!

- Tentem desviar o curso novamente!

- Não há mais tempo, Guert.

Mandy se posiciona no meio da sala, ergue suas mãos e seus olhos ficam completamente brancos, ela abre suas mãos e do lado de fora se abre um portal.
A nave vai exatamente na direção do portal, ficando tudo completamente escuro em volta.

[...]

Sinto meu corpo leve.

É como se estivesse realmente flutuando no ar...

Abro meus olhos, ainda os sentindo pesar um pouco, me viro e não consigo sentir algo sólido a minha volta.

- Vha...!

Escuto a voz de Mandy me chamando.

Longe.

Tudo a minha volta ganha forma, deixando de ser totalmente escuro, e estou realmente flutuando no centro da sala de comando juntamente com os outros tripulantes desacordados.
Vejo Mandy se segurando no painel e gritando por mim.

- Você acordou!

- O que aconteceu?

- Eu não sei... Eu... As tempestades e aquilo... O que foi aquilo?

- Acalme-se.

- Me acalmar? Como?

Ela olha para todos desacordados.

- Estão mortos?

- Não.

Olho para seus cabelos flutuando para cima e então suas lágrimas acompanham os fios para cima.

- Estou indo até você.

Movimento meus braços para frente e para trás como se estivesse nadando e lentamente chego a Mandy.
Seguro-a pela cintura e a puxo para mim, Mandy coloca seu rosto em meu peito e se agarra a mim, sem deixar de soltar o painel.

- Eu tive tanto medo. Tudo ficou claro e então escuro, de repente quando abri os olhos estávamos em uma espécie de buraco negro e todos estavam desacordados e flutuando... Você estava longe...

- Você nos salvou.

- Acredita mesmo nisso?

Acaricio sua cabeça e olho para o lado de fora da nave.

- Estamos exatamente onde deveríamos estar se as tempestades não tivessem começado.

- E eles?

Ela olha para os tripulantes.

- Assim como eu vão acordar em breve.

- Eu me senti realmente culpada achando que tinha matado a todos. O que foi exatamente isso que eu fiz?

- Não tenho certeza, mas vamos descobrir.

- Então, devo lhe dizer agora o quão ridículo você ficou "nadando" no ar?

Dou risada.

- Deveríamos colocar a nave de volta no curso?

- Provavelmente.

Thurs: Desgraçados.

Pessoal, eu sei que demorei um pouco para postar algo e que não estive respondendo aos comentários, mas estive ocupada resolvendo algumas questões pessoais e espero que me entendam.

Alien de Vhartan - Trilogia EspaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora