Capítulo 16

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VHANT

A nave tremeu violentamente, nos levando para o outro lado da sala de comando.
Vejo Mandy se segurando nas placas de metais para não bater em algum lugar enquanto Ysan tenta desviar dos tripulantes voando para todas as direções.

- Segure eles, Vhant!

Faço o que Mandy diz e seguro Fair pelo pescoço.

- Consegue colocar a nave no curso certo novamente se eu o colocar na cadeira?

Ele afirma com a cabeça e me segurando onde posso o coloco na cadeira novamente, a nave volta a posição correta e os tripulantes correm para o painel.
Mandy corre para perto da janela e seus olhos ficam em um tom branco.

Isso novamente.

Ela ergue seus braços, abre suas mãos e com movimentos rápidos leva eles a lados contrários, para cima e para baixo, fazendo com que as luzes e asteróides não nos atinjam.

Todos na sala de comando a encaram surpresos e então fazem expressões de alívio.

- Ataquem! - Ordena com uma voz metálica.

Um dos tripulantes imediatamente aperta vários botões do painel e escutamos fortes explosões.

Olho para Mandy e vejo suas pernas tremerem demonstrando seu cansaço.
Corro em sua direção e a pego em meus braços, em forma de auto-defesa ela aperta meus braços com força, uma força sobre-humana.

- Vai ficar tudo bem, Ranim* - Sussurro em seu ouvido.

Sinto seu corpo relaxar em meus braços e suas mãos diminuírem o aperto contra mim.

Vai ficar tudo bem.

[...]

- Já não bastava Katara ferido e inconsciente, agora Mandy.

- Ela foi de certa forma inconsequente. - Tshila resmunga.

Seguro a gola de seu macacão e rosno alto para ela.

- É sua inconsequência que a mantém viva e para que não haja desperdício cale sua boca ou farei questão de acabar com ela aqui mesmo.

- Você não fari...

- Eu faria. - Sorrio sem humor algum.

Imediatamente ela se solta de minha mão e volta a medir o pulso de Mandy.

- Parece tudo bem, ela está apenas dormindo.

- Eu quero explicações sobre o que já nela agora! - Rosno. - Houve mais do que tempo suficiente para que você descobrisse o que era.

- Eu não...

- Ela sabe.

Me viro para Ysan encostado a porta da enfermaria.

- Como?

- Ela trabalha para os Yartn e desde o começo nos atingir com aqueles raios era o objetivo, que nada mais eram do que parasitas feitos com eletricidade norr* e de nossa raça em um laboratório comandado por ela.

- Isso é mentira eu nunca faria tal coisa, nunca trairia meu próprio povo! - Rosna.

- Sabe que mente. Olhe bem para ela e veja quem mente aqui.

Olho para Tshila e sua veia do pescoço está saltada, sua expressão assustada e surpresa, além de seu corpo estar em total defensiva por sua forma retraída.

- Eu odeio ter que fazer isso, mas se isso pode vingar o que aconteceu com Mandy e os ferimentos de Katara eu não me importo.

Seguro em seu braço com força e a jogo na cadeira mais próxima.

- Conte-nos tudo, abra sua boca.

- Eu...

- Não ouse abrir sua boca para proferir mais mentiras. Diga a verdade! - Rosno.

- Eu não queria, eu juro... Eu... O que fiz? - Sua última frase parece ser dirigida a si mesma. - Eles me procuraram quando eu estava a bordo pela segunda vez na nave, no começo não sabia quem eram, mas logo revelaram sua verdadeira identidade bem longe da população de Vhartan. Me disseram que estavam montando um novo tipo de laboratório, com testes muito mais avançados do que qualquer um já pode chegar. E, todos que me conhecem sabem como sou curiosa e amo o que faço. Ele me disseram que eu poderia comandar os testes, ser a visadora de tudo e todos do laboratório. Fui até o laboratório e passei a trabalhar com outros Yartn, descobri e fiz muitas coisas novas, até que nós enviaram eletricidade norr para investigar e ver o que poderíamos fazer com aquilo...

Ela engoliu em seco e respirou fundo.

- Fizemos muitos testes e descobrimos que poderia ser perigoso se misturado com várias outras coisas, explosivo se misturado com a eletricidade de nossa raça. E, foi o que fizeram. Mas, então, como usar aquilo? Não sabíamos ainda, até que tiveram a brilhante ideia de testar em bactérias. Obviamente todas falharam. Então, se tudo estava falhando, por que não um teste com pequenos parasitas de Yartn? Pensei que daria errado como em todos os outros testes, mas estava errada.

- Você tem noção de quantas vidas colocou em risco com essa ideia estúpida!?

- Eu sinto muito!

- Sentir muito não vai mudar o que fez.

- Acalme-se, Guert.

Ysan colocou a mão em meu ombro e eu dei um passo para trás.

Tudo que eu não precisava naquele momento era perder a calma.

- Continue.

- Eles decidiram testar em cobaias, em seres. Mais que imediatamente morreram dolorosamente. Primeiro seus corpos fritaram e então se dividiram em pequenas partículas não visíveis. Eu tentei dizer a eles que era perigoso e que não deveriam usar aquilo novamente, concordaram e me deixaram examinar o que exatamente tínhamos em mãos naquele momento. Fiz diversos relatórios e até melhorei aquilo. Então eles vieram com a ideia de usar em sua guerra contra outras espécies, fui contra e eles me disseram que se não me mantesse calada seria morta e não estaria mais no comando da pesquisa. Eu não poderia abandonar a pesquisa sem mais nem menos.

- Tudo que te importa são as malditas pesquisas!? Você é responsável por colocar vidas em perigo. Aquilo até pouco tempo não era conhecido por nós, mas e quem já o vira antes? Será que isso não te importa?

Dou um soco em uma das macas vazias.

- Você foi responsável por quase matar minha companheira. Agora, me diga o que fez a Katara!

- Eu não fiz nada! Eu não sei nada sobre seu ataque, nada. Eu procurei por vestígios de minhas diversas pesquisar e não havia nada nela, juro!

- Mesmo que isso seja verdade, seu futuro já está traçado e sei que não te agradará nem um pouco.

Ranim: Uma flor de cheiro doce de Vhartan, muito difícil de ser encontrada.
Norr: Outro forma de dizer humano ou algo assim.
Guert: Guerreiro chefe.

Espero que esse capítulo tenha esclarecido algumas dúvidas.
Bye, bye.

Alien de Vhartan - Trilogia EspaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora