We're leaving

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   Acordei com uma movimentação no quarto que eu habitava, ainda na tregua dos dias do período, a verdade é que acabaria hoje ou amanhã, que seja amanhã, essa fi a minha oração. Abri os olhos e vi o Marc com uma mochila de escalada nas costas. Ele parecia meio perturbado, e não há nada que eu tema mais do que o olhar perturbado dele.

   - Annie, levanta nós vamos sair daqui. - ele me jogou uma roupa sobre mim.

   - Por que? - se saíssemos daqui as possibilidades deles me acharem diminuiria, eu confiei na caixa, mas até hoje nada...

   - Porque eles querem me separar de você - ele falou ainda atordoado. - Se a gente ficar aqui eles vão te tirar de mim, e eu não posso deixar isso acontecer, se eles nos encontrarem você vai dizer que quer ficar comigo, não vai? - ele me olhou e eu o encarava - Não vai? - O tom da voz dele aumentou e eu anui. Fui para o banheiro e tomei um banho enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

   Será que eu nunca me libertaria disso? Por enquanto estava tudo bem, ele parecia controlado, mas hoje o medo brilhava nos olhos dele, e para o medo se tornar raiva era um pequeno passo. Vesti as roupas que ele me deu e assim que eu desci as escadas ele colocou o boné sobre meus cabelos, eu fiz um rabo de cavalo com ele.

   - Vamos rápido. - ele entrou do lado do motorista e eu entrei do lado do carona. Em uma arrancada rápida nem via mais o sobrado que por um pouco mais de uma semana tinha sido meu cativeiro, depois de um tempo ele parou de permitir as minhas tentativas de falar com Hannah, mas por que não tentar agora? A rádio estava ligada, tocava uma música da Lorde - Team.

   - Marc?

   - Sim.

   - Me deixa ligar para a Hannah? Por favor, você não me deixou mais ligar e eu preciso saber se ela está bem, se ela está viva. - A última palavra saiu como quase um sussurro dos meus lábios, ele suspirou e me passou o celular, depis de digitar o código do desconhecido, claro. O celular tocou duas vezes até que uma voz que eu conhecia soou do outro lado da linha.

   - Alô?

   - Hannah - eu senti uma lágrima descer pelo meu rosto.

   - Annie! - ela gritou e eu escutei as lágrimas do outro lado. - Você está bem? Ai meu Deus, você está viva.

   - Eu que deveria falar sobre isso, não é? Como você está, o que aconteceu?

   - O Nash ligou para a ambulância e eu acordei quatro dias depois. Mas tem coisas que eu preciso te contar quando estivermos juntas. Onde você está?

  - Eu não posso falar - Marc assentiu - Mas eu estou bem, eu te amo, ok? Você fala? - eu disse querendo que ela entendesse que eu pedia que ela dissesse ao Cameron que o amo.

   - Eu vou dizer, e eu também te amo.

   - Na rádio local... A pergunta que ainda ronda a Califórnia é onde está a sequestrada namorada do viner Cameron Dallas? Ela sumiu por quase duas semanas...

  Marc pegou o celular do minha mão e desligou a ligação.

   - Por favor, qualquer informação sobre ela qualquer nos contatem. - Era a voz do Cameron eu comecei a chorar quando eu ouvi aquilo - Annie se você estiver ouvindo isso saiba que eu não desisti de te encontrar, eu te amo...

   Ele desligou a rádio e apertou o volante com força eu não temi, eu só fiz com a boca sem emitir som algum "Eu também te amo". A viagem durou horas e horas eu adormeci, acordei quando ele me sacudiu, era noite e estávamos em um hotel que me lembrava um episódio de teen wolf.

   Ele tinha a mochila nas costas enquanto conversava com o balconista, o hotel estava vazio a última coisa que notei foi que Marc estava passando algumas notas para o senhor que olhou para mim com um sorriso estranho nos lábios. Me deu calafrios, eu não fugi por dois motivos, primeiro eu não tinha a mínima ideia de onde estava, segundo se ele me pegasse no meio da fuga, o que eu tenho certeza que aconteceria, os produtos seriam aterrorizantes.

   - Vamos para o quarto. - ele passou o braço ao meu redor e eu subi as escadas ao lado dele. O hotel só tinha um andar e muitos quartos. Ele abriu a porta e eu me senti mesmo no hotel da série porque além de tudo eu estava aterrorizada. Ele jogou a mochila em uma cadeira e me abraçou.

   - Eu não vou deixar eles te tirarem de mim. - e ele tentou me beijar eu instintivamente me afastei. Ele franziu o cenho.

   - Por que você pagou ele agora? A gente costuma a pagar hotel quando saí.

   - Para o caso de isso acontecer. - O brilho no olhar, aquele brilho doentio apareceu e eu me escolhi para longe. - Sabe o que eu disse? - eu neguei com os olhos arregalados - Eu disse que quando a gente faz você grita muito, então se alguém reclamace eu não queria ser incomodado.

   - O que você quer dizer com isso? - eu falei mesmo que no fundo eu soubesse a resposta.

   - Significa que você vai se deitar ali e fazer tudo que eu mandar.

   - Eu estou menstruada!

   - Você acha que eu não notei o fato de você não colocar um absorvente?

   - Mas eu coloquei! - eu disse a verdade.

   - Mas eu sei quanto tempo isso dura e a sua acabou hoje.

   - Eu vou gritar. - disse, já tinha desistido de bancar a cena.

   - Então serão os 100 dólares mais bem gastos da minha vida. - ele sorriu e se aproximou eu regredi até que senti a parede nas minhas costas.

   - Marc, por favor eu te imploro não faz isso. Não de novo. - minha voz saiu um misto de dor medo e choro.

   - Eu vou e você vai gostar.

   - Não! - eu gritei prolongadente.

   Mas como sempre ele foi mais forte que eu, mas isso não significava que algum dia eu pararia de tentar. Ele retirou minhas roupas e segurando minhas mãos sobre minha cabeça. E prendendo minhas pernas com as suas me beijou massacrando meus lábios quando ele parou eu cuspi no rosto dele, sem me importar com as consequências. Ele bateu forte na minha cara eu senti minha bochecha formigar e o soluço de dor saiu dos meus lábios, ao mesmo tempo que as lágrimas saíram dos meus olhos. Eu chorava uma série de nãos e pedidos de socorro, mas ninguém veio ajudar. Eu não parei de chorar um único segundo soluços saíram dos meus lábios quando maldosamente ele apertou meus seios e o tempo todo que ele me penetrava com força velocidade e brutalidade a ponto  de sentir um sangramento. Não parei de chorar quando ele terminou e me deu um outro tapa dessa vez na minha desnuda bunda que ardeu. Eu corri daquela cama e fui para o banheiro eu fiquei de baixo da água chorando compulsivamente eu escutei um barulho de porta e saí do banheiro peguei uma roupa na mala me vesti com velocidade e corri até a porta do quarto, não importava se eu não sabia onde estava ou se ele podia me pegar no meio da fuga. Girei a massaneta que estava trancada.

   Fui até a janela e a destravei, abri-a vagarosamente e olhei de um lado para o outro, não havia sinal dele, então eu me esgueirei pela janela e não afastei o sorriso quando me vi do lado de fora. Fui até a porta mais próxima e bati nela repetidamente, e ninguém apareceu. Então fui para a próxima, repeti o processo e quando uma moça abriu a porta eu quase chorei de emoção.

   - Meu Deus, a gente não consegue descançar nem em um hotel. - a frase dela foi diminuindo gradativamente - Meu Pai, o que houve com você? O seu rosto... - ela levou as duas mãos a boca.

   - Já estive pior, por favor...

   - Nos desculpe pela barulheira, olha a vergonha que você nos passa, amor - Marc disse e ela ainda olhava para meu rosto indignada e agora além do desenho da mão dele abrigava meus olhos arregalados. - Ah, não se assuste querida, S&M. - ele disse a ela, passou a mão na minha cintura e firme me levou até o quarto. - Eu fico pensando o que se passa nessa sua cabeça! - ele me jogou no chão com força. Eu gritei de dor, muito alto, quando senti um chute na minha barriga, e lágrimas da segunda vez, ele me levantou do chão, pelos cabelos, enquanto eu ainda agonizava. - Eu não gosto de te machucar, Annie, realmente não gosto, mas você me obriga...

   - Fica longe de mim, eu odeio você! - e eu apaguei com um soco.

Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora