Capítulo 10

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Ele me tacou contra o muro, e me prendeu com as suas duas mãos. Seu olhar indicava raiva, ele me encarava com raiva. Acredito que meu olhar indica medo agora.

— Quem é você?

— Alice, eu vou te dizer quem eu sou. Meu nome é Alexandre Baltasar, eu também sou de 2019, e eu nunca, jamais, permiti que você usasse a minha máquina do tempo!

Meu corpo estava em choque. Então era ele, ele bem na minha frente, o criador da máquina?

— Você quem criou a máquina do tempo?

— Sim, fui eu.

— Me desculpe, Alexandre, foi um acidente!

— Por favor, apenas Alex.

— Então, Alex, me perdoe, foi um acidente.

— Posso te perdoar, mas apenas com um favor.

— Qual?

— Volte para o seu tempo, está bagunçado a linha do tempo.

— Bagunçando a linha do tempo? Por favor, quem é você para me dizer algo?

— Como é que é?

— Você quem criou a porra da máquina, fica viajando por aí e eu que estou bagunçando a linha do tempo?

— Sim.

— Como ousa!

— Eu nunca sai falando com ninguém, e muito menos dizendo pra alguém que sou do futuro. Está causando um estrago na vida da Bella Parker. E também quer fazer o mesmo com os Beatles.

— Não estou causando estrago, estou tentando ajudar!

— Alice, se os Beatles acabaram em 1970, então era para eles acabarem em 1970 e você não vai mudar isso.

— Eu vou sim!

— Não vai, eu vou te impedir.

— Tenta a sorte.

Ele me puxa pelo braço.

— Você vai voltar pro seu tempo agora!

— NÃO! — gritei, e puxei meu braço de volta.

— Alice, pode deixar as coisas mais fáceis?

— Não, por favor, me deixe fazer isso.

— Você vai acabar com a...

— Foda-se a linha do tempo! — interrompi. — Eu tô melhorando ela, me deixe fazer isso, por favor.

Ele suspirou, e então se aproximou de mim.

— Pode fazer.

— Sério?

— Mas com uma condição.

— Sempre vai ter uma condição?

— Não é tão ruim. Apenas vou ficar de olho em você o tempo todo, mas pode continuar dormindo na casa da Bella.

— Vai me deixar mesmo fazer isso?

— Va lá e mude a história da música antes que eu mude de ideia.

Acabo por soltar um sorriso, e o abraço.

— Sem abraços.

— Foi mal.

O sinal do colégio bateu.

— Vamos voltar para sala. — ele pega na minha mão.

— Você sabe que já pode parar de pegar em minha mão?

— Eu te conheço, Alice, não vou deixar você sair de baixo dos meus olhos para aprontar.

Suspiro fundo e então caminhamos de volta para a sala de aula.

Por favor, salve The Beatles Onde histórias criam vida. Descubra agora