𝒸𝒽𝒶𝓅𝓉𝑒𝓇 𝓉𝓌𝑜

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- Você tem certeza que vai fazer isso? - Draco resmungou, pegando uma das almofadas na cama de Arista.

O loiro analisou a almofada, e quando notou o imponente leão estampado nela, revirou os olhos e jogou-a para o lado. Toda vez que ele entrava no quarto da irmã gêmea, ele se sentia tonto com o tanto de vermelho e dourado que decorava o ambiente.

E ver as fotos  da pequena Arista de onze anos ao lado de Harry Potter e seu bando de idiotas decorando as paredes faziam com que ele sentisse vontade de vomitar.

- Absoluta. - Arista fechou o malão com tudo, determinada. - Lembre-se, para todos os efeitos eu estou indo passar a última semana de férias na casa da Daphne e os pais dela vão nos deixar na estação no dia primeiro de setembro. Não deixe escapar nada!

- Você já considerou a possibilidade da mamãe ou do papai te verem perambulando pelo Beco Diagonal ao lado do Potter? - Draco perguntou, pronunciando o sobrenome do garoto de olhos verdes com sua típica dose de veneno.

- Claro que já, e é por isso que você vai ficar atento a todos os movimentos deles. Qualquer sinal de que um dos dois está indo para lá, você me envia uma coruja depressa.

- O que eu não faço por você? - Draco bufou.

- Ah Draco, você me ama! - Arista foi até a cama, jogando-se em cima dele e o abraçando, esmagando o rosto do irmão gêmeo. 

- Eu amo quando você não tenta me matar sufocado!

Arista riu com gosto ao se afastar de Draco, vendo ele fazer uma cena fingindo que estava sem ar, e sentiu seu coração se aquecer enquanto o observava.

Durante o ano que ficaram separados, Arista pensou que a saudades que sentia do irmão iria literalmente matá-la. Mesmo com suas discussões e desentendimentos, ela nunca havia ficado tanto tempo sem ver pelo menos a expressão de superioridade de Draco, e só quando se lembrava do rosto dele ela sentia vontade de chorar.

Se não fosse pelos amigos que a Malfoy fez em Durmstrang, que não eram muitos, ela provavelmente teria surtado.

- Arista...isso não tem nada a ver com o que aconteceu naquele dia, tem? - Draco perguntou com cuidado, chamando a atenção da irmã. - Sabe que você não precisa ficar longe de casa por causa daquilo, quer dizer, o papai mal está falando com você mesmo...

- Não fale dele. - Arista o interrompeu, desviando o olhar ao sentir seu rosto queimar de raiva.

Ela sabia do que Draco estava falando. Da fatídica noite a duas semanas e meia atrás, quando seu pai agiu da forma mais absurda e retrógrada possível em mais uma de suas tentativas de controlar Arista.

Depois daquele anúncio ridículo, o jantar foi literalmente pelos ares. O surto que Arista Malfoy teve foi tão grande que sua magia se descontrolou e o Sr.Nott ameaçou cancelar o noivado recém-formado.
E ele teria cancelado se não fosse pela riqueza dos Malfoy, que era o que ele realmente almejava com aquela história toda.

Desde então Arista sequer olhava na cara de seu pai, ela simplesmente fingia que ele não existia, e Lúcio compartilhava do sentimento.
Segundo ele a atitude dela havia sido vergonhosa e indigna. O homem jurou que só falaria com a filha novamente quando ela se desculpasse com os Nott.

E para Arista aquilo não poderia ser melhor, assim se dependesse dela, ela nunca mais teria que ouvir a voz arrastada do pai tentando mandar nela outra vez.

- Não tem nada a ver com aquele dia Draco, não seja bobo. Até parece que eu vou deixar uma besteira daquelas me afetar. - Arista disse, se levantando e indo verificar a gaiola aonde seu coelho Petit dormia, sentindo-se ansiosa. - Eu estou indo fazer companhia para o Harry! Eu fiquei um ano longe dele e ele é meu melhor amigo, não vou aguentar esperar até as aulas começarem para ver ele. Foi uma sorte ele ir passar o resto das férias no Caldeirão Furado e não com os tios.

Arista Malfoy - | First Book |Onde histórias criam vida. Descubra agora