Capítulo V

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Chorei absurdos. Chloé havia partido e me deixado...me deixando apenas com o filho. Agora, tudo seria mais complicado.

— Senhor Agreste, sinto muito, mas o senhor deve se retirar da sala. — doutora Tikki tocou meu ombro, delicadamente. — Lamento.

Fechei os olhos e sequei as lágrimas que ainda escorriam em meu rosto. Assenti e saí dali. Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Eu devia ter insistido para que ela ficasse em casa. A culpa é minha!

A culpa é toda minha!

Me sentei numa cadeira e curvei a cabeça para baixo. Senti uma mão tocar meu ombro. Olhei para cima e vi minha mãe. Ela tentava sorrir, mas sua boca tremia.

— Vim o mais rápido que pude — ela se sentou ao meu lado e acariciou meu rosto.

— Ela se foi, mãe — a abracei, chorando em seu colo.

— Adrien...

Minha mãe foi interrompida por um médico que se aproximou da gente. Endireitei minha coluna e o observei.

— Sim? — minha mãe se pronunciou.

— Tenho notícias do bebê.

Me levantei da cadeira rapidamente, completamente eufórico. Mamãe se levantou também e colocou as mãos em meus ombros tensos.

— O quê? — quis saber.

— Ele tinha 20% de chance de sobreviver — começou ele. — Fizemos de tudo para que isso fosse possível. Ele ficou em observação por uma hora, até que veio a óbito. Eu lamento.

Ele fez um breve aceno para minha mãe e se retirou. Meu Deus! Por que? Eu só queria saber o porquê disso tudo! Perdi duas pessoas importantes na minha vida, só hoje.

Abaixei a cabeça e me ajoelhei no chão, chorando, como uma criança mimada. Queria morrer agora.

"Cuide do nosso filho por mim".

A voz de Chloé ecoava na minha cabeça, e isso me fez ranger os dentes. Eu não poderia cuidar dele. Eu não o poderia ter...e também não teria mais ela.

Nunca mais.

— Filho — minha mãe se ajoelhou ao meu lado e me abraçou. —, tudo tem uma explicação. Nada acontece por acaso. Para tudo existe um plano.

— Que plano injusto é este? — a fuzilei com o olhar, na esperança dela recuar, mas isso não aconteceu. — A Chloé e meu filho morreram, mãe!

— Eu sei que está contrariado. Mas...

— Só quero ir embora — me levantei. — Os pais da Chloé estão vindo de Nova Orleans para decidir se vão doar os órgãos ou não.

— Filho...

— Boa noite, mamãe.

Coloquei as mãos nos bolsos da calça e caminhei apressadamente até o elevador, que Graças a Deus, estava vazio.

— Deus, qual é o seu plano, afinal?

— Deus, qual é o seu plano, afinal?

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Marinette

Demorei quase uma hora e meia para ter o bebê. Nathaniel estava comigo e meus pais estavam prestes a chegar. Quando finalmente ouvi o primeiro choro, respirei fundo e caí com o corpo na maca novamente.

— Parabéns, é uma linda menina. — ouvi a médica dizer.

— Uma menina...? — perguntei meio tonta.

— Marinette, ela é linda. — ouvi Nathaniel dizer. — Ela nasceu com os cabelos da cor do seu, e...

Não consegui ouvir mais nada depois disso, só senti meus olhos pesarem e meu corpo ceder ao cansaço. De repente, tudo escureceu.

Narrador observador

Marinette acabou desmaiando após dar a luz a uma bela e saudável garotinha. Porém, estava um pouco abaixo do peso, e iria precisar ficar em observação por alguns dias. Enquanto Marinette descansava no quarto, a pequenina fez todos os testes necessários e colocada num bercinho, junto a outros bebês num berçário. Ela foi chamada de "paciente número 507", já que ainda não possuía um nome.

Sabine e Tom estavam lá o tempo inteiro, e não viam a hora da filha acordar para nomear a criança. Nathaniel não ficou por muito tempo e precisou voltar para casa.

Kagami, enfermeira do hospital e amiga de Adrien, ficou sabendo do acontecido e se lamentou muito pelo ocorrido. Sempre quisera uma chance com o loiro, mas nunca havia desejado a morte da finada modelo internacional, Chloé Bourgeois. E muito menos, de seu herdeiro.

Na noite daquele mesmo dia, ela estava andando pelo berçário e viu a bebê de número 507. Ficou curiosa.

— Por que este bebê tem um número de identificação? — perguntou para uma outra enfermeira que passava pelo local.

— Ah — se aproximou de Kagami. — Ela ainda não tem um nome. A mãe desmaiou de cansaço após lhe dar a luz, e precisamos trazê-la para cá de qualquer maneira.

— E a paciente tem chance de acordar?

— Claro — afirmou. — Ela está dormindo agora com o efeito do remédio. Perguntou aonde estava a filha, mas mesmo assim, não lhe deu um nome.

— Ela corre risco de sofrer alguma lesão? Tipo, se esquecer do que se passou?

A mulher deu de ombros e disse apenas:

— Ambas estão em observação. A mãe e a filha. — e saiu.

Kagami olhou para a pequenina de 54 centímetros e sorriu. Não era um menino, mas iria alegrar o coração desolado de seu amigo. Afinal, a mãe daquela criança poderia ser uma descompensada, e talvez, não se lembraria de ter tido uma filha. Aquela menina era a luz. A solução para tudo. Para ela e para Adrien.

Ela olhou de um lado para o outro para ver se não tinha ninguém mais ali além dela e dos bebês. Ela pegou a manta cor-de-rosa que estava ao lado da menina e a enrolou. Antes que ela pudesse chorar, Kagami a sacudiu e cantou um trecho de uma canção de ninar japonesa, que a acalmou, para a sorte da jovem enfermeira.

Cortou a pequena etiqueta ao redor de seu pequeno pé e a carregou dali, desviando ao máximo das câmeras.

...
Mais um hoje, porque já me recuperei psicologicamente. Esse também é meio triste, mas...precisamos desses momentos para vir a felicidade depois!
Espero que tenham gostado.
E, aqui, a Kagami vai ser a vilã e a Lila vai ser considerada a boazinha.
É isso aí meus lindos!
Bye bye!

;)

Minha Pequena Emma - MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora