Capítulo XIV

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Finalmente sábado havia chegado, e eu estava me arrumando para a festa. Precisava chegar lá às seis e meia da tarde. Planejei dois vestidos para Emma: um com a saia rodada e longa e um curto, que ficava por debaixo da primeira saia. Ela, Kate e Beatrice se apresentariam antes de abrir a pista de dança.

— Você vai mesmo? — ouvi a voz de Nathaniel através da porta. Parecia irritado.

— Vou, Nathaniel. — dei de ombros e continuei me arrumando.

Ele caminhou e se sentou na beirada da cama, me encarando.

— Esse vestido não está muito decotado? Sério, Mari, na frente e nas costas?! Sem contar que ele está colado no seu corpo.

Fechei os olhos e contei até dez em mandarim, antes de me virar para ele e dizer:

— Alya me ajudou a escolher — dei de ombros.

— Devia selecionar melhor suas amizades.

— Agora está me dizendo que Alya é má influência? — zanguei.

— Se quiser colocar assim!

— Foi o que você insinuou!

— Você concordou com a escolha desse maldito vestido?

— Não o teria comprado se não tivesse concordado. — revirei os olhos.

— Tá querendo chamar a atenção de quem, afinal? Do dono da casa?

— Só quero estar apresentável e elegante. Afinal, eles são os Agreste. — coloquei a rosca no brinco e me virei para o espelho.

— Isso é ridículo...

— Vai embora, Nathaniel!

— Mas...

Me virei para ele com irritação. Podia sentir meu rosto queimar de estresse.

— Acabei de pensar sobre o pedido de casamento. E minha resposta é não!

— O quê?

— Você não confia em mim, e eu não quero passar a minha vida toda num relacionamento abusivo igual a este. Acabou tudo!

— Mari...

— Só vai embora. Vai embora da minha vida.

Ele se levantou e ficou me encarando. Senti meus olhos arderem. Eu estava segurando as lágrimas. Chorar ali, na frente dele, seria um ato de fraqueza gigante. Sem dizer uma palavra sequer, Nathaniel saiu do meu quarto e o segui até a sala.

— Eu sei onde fica a saída — falou ríspido e bateu a porta da frente.

Não desabe em lágrimas!
Não desabe em lágrimas!
Não desabe em lágrimas!

Respirei fundo e voltei para o quarto. Passei mais uma camada de rímel e um lápis de olho. Olhei para o decote da frente e sorri. Eu estava me sentindo linda, e isso era o mais importante. Para alguém com quase 40 anos, eu estava até bem.

Mandei uma mensagem para Alya e disse que poderiam vir me buscar. Eu tenho meu carro, mas ela insistiu para eu ir com eles.

— Tia Mari! — Beatrice sorriu assim que entrei no carro. — Nossa, você está linda demais.

— Eu concordo. — disse Ryan sorrindo.

— Ela tá um arraso com esse vestido decotado, né? Eu quem ajudei a escolher. — Alya sorriu vitoriosa.

Nino sorriu para mim e até fingiu flertar comigo para deixar Alya com ciúme. Ela fez cara feia, mas riu depois de um leve tapa no ombro de Nino.
Estacionamos um pouco distante da mansão e descemos. Ryan carregava uma caixinha em uma das mãos e Beatrice, uma de tamanho médio. Mordi o lábio inferior. Não estava segurando nenhuma caixa ou sacola para presentear Emma. Tentei disfarçar minha tensão e entrei.
Fui recebida pelo pequeno Chat, que estava encima do muro e pulou no meu ombro, depois no chão. A decoração estava fantástica. O tema era Cinderela. Haviam várias mesas redondas espalhadas pelo jardim forradas com toalhas azuis e no centro, belos vasos com tulipas. A varanda também estava decorada.

Minha Pequena Emma - MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora