A felicidade é como a saúde: se não sentes a falta dela, significa que ela existe.
Turgueniev, Ivan.•
Gabriel BarcellosO sorriso que permeava o rosto de Laís fazia com que o meu se abrisse. Mamãe e ela conversavam sobre muitas coisas enquanto eu a avaliava descaradamente.
Meu pai e os meninos provavelmente chegaria a qualquer momento, e eu temia a reação deles. Não por nada muito específico. Mas sim, porquê algum deles poderiam fazer tempestade em copo d'água apenas por Laís estar aqui comigo.
Pode ser estranho para ela a reação de meus familiares, mas é mais que compreensivo que ele as tenha. Não trago uma mulher aqui desde Daiane. Na verdade, sinto um misto de dor e felicidade ao constatar meu progresso desde que conheci Laís.
Obvio que não pretendo namora-la, isto nem passou por meus pensamentos. Porém, ter sua amizade é mais do que reconfortante.
Devagar, os minutos foram se passando. Flor e minha mãe pareciam se divertir as minhas custas enquanto riam de alguma coisa que eu tenha feito anos atrás.
— Filho. — A voz de minha mãe soa. — Seu pai acabou de mandar mensagem, o pneu do carro furou. Eles vão demorar um pouco mais.
— Acho que vamos embora então. — Encaro Laís. — Outro dia a gente volta. Temos um grande dia amanhã.
— Por quê? — Um sorriso se forma no rosto de minha primogênita.
— Estamos nos mudando para um apartamento, achamos conveniente já que ambos precisam se mudar. — Dou de ombros tentando evitar os olhos avaliativos de mamãe.
— Vão morar juntos? Vocês estão namorando e não querem me contar, não é? — Sua voz vacila em um drama digno de novela. — Você e James não tem consideração comigo.
— Nada disso, Carol. — Laís se apressa em falar. — Somos amigos, mas tive problemas em meu apartamento e decidimos dividir um.
— Isso, sua dramática. — Sorrio. — Além do mais, a senhora sabe que venho querendo me mudar a um tempo. Eis a oportunidade.
— Se é assim, fico feliz por vocês. — Mamãe abre um sorrisão. — Me chamem para conhecer o lugar, estarei esperando ansiosa.
Rindo, Laís se despede de todos e logo seguimos para as grandes ruas de São Paulo. Meu coração batia vacilante assim que descansei minhas costas sobre o colchão macio de minha cama.
Tinha certeza de que as coisas seriam diferentes a partir de amanhã. Tudo o que eu poderia pedir é que desta vez, tudo saísse bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Chance Para O Amor
RomanceNem em mil anos Laís pudera sequer cogitar a ideia de ser feita de refém. Quem em sã consciência assalta uma livraria? Contudo, há loucos pra tudo neste mundo. E quando essa catástrofe acontece, ela se vê sem saída. Mas quando um Deus pecaminoso...