Capítulo 19

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Tudo vale a pena quando a alma não é pequena

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Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Fernando Pessoa.


Gabriel Barcellos

Laís me olhava um pouco receosa. Mesmo que tenhamos concordado em dar este passo, ainda existia uma pequena lacuna entre nós. A vergonha, que poderia ser sentida de longe, era umas das razões pela qual ainda não tínhamos dado nenhum passo.

Encarei a televisão, mas não prestei atenção no que se passava ali. Eu precisava, com urgência, encontrar um meio de deixar as coisas entre nós um pouco menos complicadas. Era de se esperar que nada acontecesse tão rápido.

Mesmo que eu tenha deixado claro, era perceptível que Laís ainda se prendia ao empecilho chamado Daiane. E agora, tudo o que eu tinha como opção era deixar as coisas mais leves. Propensas para um ato romântico e carnal.

Flor ria absorta as piadas de Sheldon, em "A teoria do big bang". Tenho que admitir que se eu não estivesse louco para beija-la, também riria com este seriado maravilhoso. Encaro seus lábios por um breve momento e me obrigo a afastar estes pensamentos.

Era indispensável que Laís se sentisse confortável com nosso possível romance. Desta forma, eu achava mais do que necessário que eu criasse um clima. Beija-la de forma bruta não irá ajudar em nossa situação.

Levo minha mão de encontro a sua e entrelaço nossos dedos. Laís sorriu ao perceber minha intenção, neste momento, meu coração batucou alegremente. Acomodo-me mais próximo de seu corpo e sinto o quão macia sua pele é. E bem, eu teria seguido com meu plano de calmaria, isso se Flor não tivesse colocado nossas bocas em um gesto firme.

E caramba, foi aí que meu autocontrole de bom-moço foi para o ralo. Vocês não podem me julgar, eu tentei.

Sinto a maciez de sua boca e beijo-a com intensidade. Meu corpo ansiava tanto por este contato que foi inevitável me sentir em uma merda de paraíso. Levo minhas mãos as suas costas e a trago para meu colo, Flor segurou meus cabelos e passou a puxa-los em uma fricção deliciosa.

— Calma. — Ela se afasta. — Tem certeza disto, Bi? Se não quiser se envolver deste jeito, eu vou entender completamente. Não é como se...

— Do que você está falando, maluca?

Rio e afago seus cabelos um pouco descontrolados. Encaro seus olhos e tento, por meio dos meus, fazê-la entender o quanto a desejo.

— Você sabe, talvez isso seja um erro. Não quero ser estraga prazer nem nada, mas se você prestar bem atenção, vai perceber que não sou tudo isso. E é compreensível, juro.

— Acho que deve estar ficando louca. Você é maravilhosa, Flor. — Faço com que ela olhe em meus olhos. — Nunca mais se diminua desta forma! Quer que eu fale o que eu acho de você? Na mais crua verdade?

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