Capítulo 24

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Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro

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Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro.

Sigmund Freud.


Laís Silva

É muito desesperador quando nos deparamos com coisas que não sonhamos nunca em presenciar. Eu estava bem, apesar de meu desmaio fazer com as coisas ficassem ainda mais difíceis.

Encaro Bi. Suas pálpebras, fechadas e levemente esbranquiçadas faziam com que meu estômago embrulhasse. Eu precisava mais do que tudo ver seus olhos oceânicos de novo.

Ainda mais que seu peito subisse e descesse devagar, ele ainda se mantinha desacordado. Em coma.

Por isso, tenho a total convicção que eu estava de fato vivenciando uma das piores dores do mundo. O medo de perde-lo se alastrava cada vez mais em cada veia do meu corpo.

E mesmo que eu estivesse muito brava com ele, eu jamais poderia ignorar o amor que eu sentia.

Aproximo-me de sua cama e suspiro.

— Sabe. — Observo seu rosto. — Eu tive muito tempo para pensar sobre diversas coisas, Bi. Já faz alguns dias em que você ficou aqui, desacordado. E apesar de querer esgana-lo por ser tão estupido, eu admito que você foi um campeão. Conseguiu prender Jorginho, estou orgulhosa.

Uma pequena lágrima escorreu por minhas bochechas. Senti meu coração se apertando. — Já li milhares de livros em que o mocinho fica em coma, mas ele sempre acorda. E bom, espero que você também volte para mim, Bi. Sei que não estamos em um livro, lembro que você me disse que as coisas são diferentes no mundo real. Contudo, eu peço que pelo menos desta vez, as coisas tenham um final feliz.

Levo minha mão até seu rosto e sinto os pelos ásperos de sua barba. Eu queria dizer a ele o quanto eu o amava. Sei que já disse isto, mas é impossível não pensar no fato de que se Bi não acordar, ele nunca saberá o que sinto de verdade.

As lembranças dos últimos meses estavam servindo como um aconchego. Lembrar do seu sorriso, nossos momentos e até mesmo nossas brigas, faziam com que eu me prendesse a esperança.

Contudo, assim que um mês se passou, minhas esperanças perdiam cada vez mais espeço. O medo se alastrando por toda parte, roubando de mim a felicidade.

— Não fique assim, ele vai acordar. — Julia passa sua mão por meus cabelos.

— Ju. — Fungo. — Um mês é muita coisa, e...

— Aposto que ele está pronto para acordar. — Ela me corta. — Gabriel vai abrir os olhos, olhar em volta e se espreguiçar. E mesmo sentindo suas costas meio doloridas pela cama nada confortável, vai se sentir renovado.

— Você acha?

— Sim. — Ela garante. — E claro, ele vai estar louco de vontade de te ver novamente. E é aí que você entra! Toda bela e pomposa.

— Pomposa. — Tiro sarro e suspiro. — Tem razão. Ele logo estará de volta, e sabe? Eu não vou perder a chance de puxar a orelha dele.

— Sim. Da um sermão, ele foi muito delinquente.

— Mas depois eu vou beija-lo. — Sorrio. — E fazê-lo entender o quanto o amo. Porque Ju, eu amo esse homem demais!

 Porque Ju, eu amo esse homem demais!

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