Capítulo 9

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Sakura Haruno

O mundo é cruel, até com aqueles de bom corações, posso afirmar isso depois de tudo que passei, ainda tenho pesadelos e choro com uma criança, ainda tento caminhar, um passo de cada vez, um dia após o outro, como curar cicatrizes tão profundas que dilacera a alma? Eu só quero os braços daquele a quem amo, mas o que tenho são apenas lembranças, de momentos que nunca voltarão. E mesmo assim estou aqui tentando fazer esses momentos continuarem, não nas minhas lembranças, mas na dela, na pequena garota de cabelos rosas a qual um dia eu fui. 

Vão ser dois futuros distintos, caminhos separadas apenas por um único ato, o final de um longo caminho.

A noite já se faz presente e Itachi continua em silencio, é um homem misterioso, e inegavelmente atraente, acho que estaria em terceiro na minha lista de caras que acho excepcionalmente maravilhosos. 

Kakashi Hatake está no topo dela.

Mas quem é o segundo? Quando foi que houve um segundo? 

- Vamos passar a noite aqui, pela manhã continuamos - Concordei - O que estava pensando? - Minhas bochechas avermelharão.

- Nada - Desfiei o olhar, o moreno riu.

- Sei - Sentamos com o tronco de uma árvore apoiando nossas costas, peguei minha bolsa e tirei alguns Oniguiri ( bolinhos de arroz, em formato de triângulo ou ovalada coberto por uma folha de nori ) estendi um ao ninja ao meu lado, que pegou.

- Obrigado - Agradeceu, apenas dei de ombros.

Comemos na escuridão, com o som dos insetos que vivem na floresta, apenas paz e silêncio, Itachi levantou subitamente.

- Tem alguém vindo - Senti algo atingir meu pescoço, retirei, minha visão escureceu.

- Acho que me acertaram - Tentei levantar, mas fui segurada pela cintura e depois não vi mais nada.

[...]

Acordei desorientada e com a cabeça pesada, levantei e senti tudo girar.

- Finalmente - Olhei em volta, estamos em uma caverna o som da chuva pesada abafada pelo lugar, meus olhos recaíram sobre o moreno, que está sem a capa e seu blusa, olhei para o varal improvisado, aquilo são minhas roupas, encarei meu corpo com apenas minha langeri vermelha e corei em bilhões de tons diferentes. 

- Por que tirou minhas roupas? 

- Queria pegar um resfriado? 

- Que vergonha - Tampei o peito com os braços.

- Por que a vergonha? Não é nem um pouco atraente - Agora fiquei irritada, levantei e caminhei na sua direção.

- Não sou o que? - Levantou a sobrancelha e depois riu com gosto, voltei a cruzar os braços chateada - Idiota - Resmunguei, depois de sentar ao seu lado perto da fogueira.

- Está com frio?

- Levando em conta que estou sem roupas - Resmunguei, meu puxou para perto de si, envolvendo em seus braços, fortes e quentes.

- Melhorou? - Apenas ignorei - O Hatake era um homem de sorte - Murmurou algo.

- O que? 

- Nada não - Respondeu.

- E aqueles ninjas? 

- Foi fácil me livrar deles - Dei de ombros.

- Entendi - Mais silêncio.

- Vamos dormir amanhã vai ser um longo dia - Assenti, peguei dois lençóis da minha mochila e estendi um no chão e outro sobre a gente, deitei sobre o peito do moreno, ignorando a vergonha e querendo apenas me esquentar, meus olhos começaram a se fechar - Se você pudesse, tentaria me impedir? - Levei pelo menos dez segundos para entender o que falava.

O Lamento Da Cerejeira - KakasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora