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POV LAUREN

Fiquei impressionada Camila estava ainda mais linda, mas meu maior espanto foi descobrir que ela já é uma mamãe. Nathan é tão bonito quanto ela, se tem traços do pai eu não identifiquei. A tal da Lucy também é bem atraente, muito educada, se for ela que faz as comidas daquele lugar é realmente uma excelente cozinheira, aparentemente é amiga de Taylor e Camila. Mas com certeza não chegava aos pés de Camila, quando vi Camila naquela lanchonete/restaurante (enfim) percebi que durante todos esses anos nenhuma mulher me atraia ou me fazia sentir algo como Camila apenas por sorrir para mim, e o que eu pensava ser uma queda era na verdade um abismo. Eu era e sempre fui apaixonada por Camila, por isso amava chamar sua atenção na infância a irritando, os flertes na adolescência. Naquele dia eu e Taylor passamos o dia no hospital, mas os médicos ainda não tinham feitos muitas coisas por que Chris todas as vezes que era acordado urrava de dor,  então ele permaneceu sedado, quase em coma induzido para que houvesse uma recuperação mais tranquila. Durante quatro dias nossa rotina era essa minha mãe e meu pai se revezavam no quarto que Chris estava, eu e Taylor víamos ele na hora de visita e passávamos o restante do dia lá sala de espera na expectativa de ter notícias. Eu tive acesso aos prontuários de Chris e Alejandro muito gentil como sempre permitiu que eu conversasse com todos os médicos envolvidos no tratamento do meu irmão. Até o momento não tive cabeça para conversar com Alejandro sobre a residência na Alemanha, nem agradecer a ajuda a ONG e em tudo mais.

Naquela manhã cheguei ao hospital sozinha, pois Taylor precisou resolver alguma coisa em sua faculdade. Ao chegar me direcionei de imediato para onde meu pai se encontrava. Ele conversava com uma médica, cheguei e fiquei esperando a conversa acabar. Quando a médica se virou logo a identifiquei como sendo a   neurologista chefe (da época que eu estagiava aqui), quando me viu sorriu e me cumprimentou.

- Olha quem os ventos trouxeram - sorriu e me abraçou apertado- vai se aceitar quando seu cargo aqui?

- Olá, Dra. Standard, como a senhora está? - sorri- Um dia nos tornaremos colegas de equipe.

- Espero que logo. -concluiu ela.

- Bom dia, papa. - sorri para meu pai. - Notícias de Chris?

- Oh... minha querida eu estava aqui explicando para seu pai. - Standard falou. - O quadro se estabilizou e fizemos exames mais detalhados, não há comprometimento neural ou até mesmo na coluna, mas os exames mostraram que com o impacto ele está sem movimentos nas pernas. Ele e a família precisam ser fortes para lidar com a fisioterapia para tentar converter esse quadro. Você como médica sabe que eu não posso dá certeza que ele voltará a andar, mas posso dizer que há chances para que isso aconteça.

Fiquei sem fala, eu sabia o que ela estava falando e entendia todo o contexto, mas tudo dependerá de Chris e de sua reação. E no momento eu estou preocupada com isso, Chris sempre foi um cara ativo, sempre gostou de se movimentar, descobrir que ficará em uma cadeira de rodas, mesmo com chances de recuperação será um baque para ele. Eu me aproximei de meu pai que até então não tinha falado nada e olhava para um ponto qualquer do além.

- Papa, precisamos ser fortes para o Chris. Ele é jovem ainda suas chances de recuperar 100% dos movimentos são grandes.- falei para ele em um abraço.

- Eu sei filha, mas como vamos contar isso a ele e a sua mãe?

- Os médicos farão isso, nós estaremos lá para ajudá-los a entender e passar por isso.- falei com calma.

A Dra. Standard falou que quando a equipe fosse comunicar a Chris sobre os resultados nos chamaria. Taylor chegou horas depois e comuniquei a situação ela se mostrou forte, mas pude ver que ela estava apavorada. As horas não passavam e toda as vezes que olhei para o relógio tinha a impressão que ele estava retrocedendo, rezei que se fosse possível retrocedesse para antes do acidente e de alguma forma Chris tivesse se livrado, mas como sabia que não era possível apenas torci para que tudo desse certo a parte dali e Chris não reagisse tão mal. Quando os pacientes entram em negação o tratamento fica mais difícil. Na hora de dar a notícia minha mãe caiu num choro silencioso e Chris, bem... Chris xingou todos, negou tudo e se fechou em copas.

Camren - Linhas do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora