Capítulo 2

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POV Lauren

Acordo novamente de ressaca, minha cabeça está girando, será que chegará um dia em que o álcool deixará de fazer efeito em meu corpo? Parece que não, é sempre a mesma sensação horrível no dia seguinte, olho para o relógio e suspiro aliviada, dessa vez não estou atrasada, levanto preguiçosamente da cama, estico meus braços para me espreguiçar, tenho tempo para um longo banho relaxante e para me arrumar com calma, visto meu conjunto social preto e uma camiseta branca por baixo do blazer, tento arrumar meus cabelos, porém sem sucesso, nunca fui boa nisso, faço apenas um coque frouxo. Quando estou pronta passo um café para chegar apresentável na empresa, afinal, não sei o que me espera lá, a mulher daquele babaca pode ser até pior que ele, vai saber.

Enquanto estou tomando meu café ouço o toque do meu celular, pego e vejo que Vero está me ligando, vejo que havia algumas mensagens e ligações que recebi e não visualizei, então atendo a chamada.

- Fala Verônica. 

- Nossa, quanto mau humor a essa hora da manhã. 

- Não estou de mau humor, estou de ressaca. - Explico e ela solta um "sei" que é quase um sussurro. - E você está me atrapalhando a tomar meu café.

- Você nem sequer se deu ao trabalho de responder minhas mensagens ou sequer atender minhas ligações, mas agora sei o motivo, você saiu sem mim, não acredito nisso, que punhalada tomei agora, que vaca traidora. - Ela diz fazendo voz de quem está extremamente magoada.

- Que dramática, se não te conhecesse eu até poderia cair nesse teu drama, e não, eu não saí, curti minha fossa em casa mesmo.

- Uau, isso sim que é drama e também muito solitário. - Ela diz com voz triste.

- É. - Só consigo responder isso, de fato é tudo muito solitário.

- Lauren, você tem que sair dessa, seguir em frente.

- É o que eu estou fazendo. - Digo como se realmente estivesse fazendo o maior esforço do mundo para melhorar.

- Não é não, você está se afundando. - Fala como quem briga com um filho desobediente, reviro os olhos e tento fugir dessa conversa.

- Vero, preciso desligar, vou acabar me atrasando.

- Ok, fica bem. - Ela diz com a voz triste e carregada de preocupação.

- Beijos. - Desligo a ligação.

Termino meu café, vou andando lentamente para o lado de fora, quando estou á uma certa distância, paro e me viro, observo aquela casa por um tempo e então entro no carro e sigo para a empresa.

[...]

Quando chego, todos olham para mim e logo penso que fiz algo errado, ou se demorei tanto para sair de casa que me atrasei, mas logo todos soltam suspiros de decepção e voltam aos seus afazeres, é ai que eu percebo que a esposa do Sr. Mendes ainda não chegou e é isso que eles tanto esperam, então me direciono para a minha mesa e começo a trabalhar.

Outros funcionários chegam e foi a minha vez de olhar com ansiedade, mas não era ela e até eu suspirei decepcionada. Talvez seja o costume, o Sr. Mendes nunca atrasava, mas dessa vez não era ele, talvez sua mulher não seja tão responsável assim ou não ligue tanto para os negócios.

Quando estou trabalhando distraída o elevador apita e eu desisto de olhar, mas quando Mani chega e me cutuca é que eu percebo que ela chegou, ela, Camila Cabello, a mulher do meu chefe, chegou e levou embora todo ar dos meus pulmões, tudo que existia no meu cérebro, deixei de raciocinar, ela parou e olhou para cada um de nós, avaliando, formando suas primeiras impressões de cada um, inclusive olhando para mim, que devia estar com uma cara ridícula, pois ela ergueu uma sobrancelha e sorriu de canto, mas rapidamente desviou o olhar e começou a falar:

A mulher do meu chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora