Capítulo 17

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         Eram três garotos e uma garota. Eles diziam estar a caminho de uma balada que havia no centro. Sem ser percebida, caminho tranquilamente atrás deles como se fosse até essa balada também. Logo, passamos por um beco bem escuro e a esquerda mais à frente havia alguns homens fumando maconha. Naquele momento meu coração gela. No momento em que os jovens passam os insultos começam.

         - Bando de viadinhos! Essas pragas têm de morrer, vamos tacar fogo neles e deixar que queimem de volta para o inferno! – Um deles diz, enquanto cospe no chão perto dos jovens. Eu começo a caminhar mais lentamente, enquanto os jovens começam a acelerar os passos. Mas como se não fosse o suficiente, os homens começam a persegui-los. Eu tinha de fazer algo. Eu tinha que ajudar aqueles jovens.

          Rapidamente olho para a direta do beco, onde havia uma longa cerca de madeira, ao redor de um estacionamento antigo. Me aproximo da cerca afim de procurar um pedaço de madeira. Logo acho um pedaço enorme e por incrível que pareça, estava solto do cercado. Pego e começo seguir os homens. Os insultos aos jovens aumentavam cada vez mais. Seguro minha adaga em uma das mãos, enquanto a outra estava com a madeira. Quando eu percebi que eles iriam para cima dos garotos eu grito.

          - Hey, seus babacas! – Eles param e voltam o olhar para mim. Meu rosto estava totalmente coberto com a touca do moletom. A madeira escorada no chão.

          Um deles me observa mais atentamente e começa a caminhar em minha direção. Quando ele estava perto o suficiente, retiro a adaga do meu bolso, deixando à mostra a enorme lâmina que brilhava à luz do único poste a alguns metros. Era minha próxima vítima, era ele! Ele quem eu deveria matar na primeira oportunidade. Mas logo atrás de um dos outros colegas falam:

          - Mano! Vamos deixar isso para lá, olha, ela tem uma faca mano. – Escuto atentamente cada palavra e dou um passo à frente. Eu estava disposta a tudo! E não iria recuar, não dessa vez. Mas após alguns segundos ele se vira para os amigos e caminha até eles, olhando para trás em determinados momentos. Os jovens já haviam sumido no beco. E logo os homens somem de minha visão.

          Continuo caminhando pelo beco, pois eu gostaria de reencontrar aqueles jovens, e mais à frente, escuto um assobio vindo ao lado de uma lata de lixo no meio da escuridão.

          - Gostaríamos de agradecer você! – Um dos garotos sai por trás da escuridão, deixando seu rosto a mostra. Ele parecia alguém que eu conhecia.

          - Daniel? – Sussurro. Mas ele não entende o que eu digo, na verdade ele não conseguia se quer olhar meu rosto. A sombra da touca tampava parte de meu rosto.

          Volto ao garoto e estendo a mão. Ele olha para os amigos que estavam de pé atrás e me cumprimenta. Eu não poderia deixar que vissem meu rosto, pelo menos não agora. Ele sorri, mas logo volto ao meu caminho. Eu entro na próxima rua, pois ainda precisava saber onde aquele homem morava. Mais à frente observo os três homens. Eles estavam parados conversando alguma coisa. Entro em um corredor que havia entre os edifícios e começo a observar de longe.

          - Mano, estou indo, amanhã tenho que estar no Newton às 10hs. Tô com 10 carros pra consertar. – Minha vítima dizia.

          - Vai lá Carlo! Boa sorte mano! E cuidado com a defensora de viadinhos! Não vai encontrar ela por aí... – Eles riem, mas logo minha vítima entra em um carro que estava estacionado próximo a eles e sai. Os dois observam a rua, que naquele momento estava vazia, afinal, já estava muito tarde e caminham em frente, olhando sempre para trás. Até que somem de minha vista.

         - Carlo... Carros... Newton... Já sei onde ele trabalha! – Encosto minha cabeça na parede pensando, até que um táxi passa em frente e eu o grito.

          Havia apenas um lugar que consertava carros na cidade, no qual tinha o nome de "Oficina do Newton".Eu sabia que minha vítima estava trabalhando naquele lugar e que entrava geralmente às 10h, pois era o horário que sempre ficava estampado no outdoor da oficina. O horário de fechamento era 20h, o que me dava perfeitamente o horário que eu deveria encontra-lo. Isso se conseguir terminar os dez carros amanhã antes das 20h. Ou seja... Eu já sabia onde seria a cena da minha próxima vingança.

Alice - Um Desejo de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora