Ao me deitar em minha cama, me deparo com meus pensamentos. – Quem sou eu? Meus planos nunca foram machucar ninguém. Eu nunca quis de fato matar aquela garota. Por que eu a beijei? Por que eu me deixei levar a luxúria que a vida insiste em me dar todos os dias? Eu já não me conhecia mais. Não sabia quem de fato era Jennifer. Mas não tinha mais como parar. Era como se eu estivesse em um estado de êxtase e não quisesse ter fim. O sangue havia se tornado meu maior triunfo, meu legado, minha história. Eu não sou uma assassina, para mim isso não é verdade. Não havia como ser uma assassina, sendo que tudo que estou fazendo é pela memória do meu maior amigo. – Me levanto e vou até a janela do meu quarto.
Meus pensamentos voltam a me consumir. - O que Daniel faria se soubesse no que me tornei? O que diria se visse o que eu estou fazendo? Já são três pessoas que eu matei e uma delas não tem envolvimento nenhum com a morte dele. Mas e os outros dois? Será que eles realmente teriam a ver? Será que eu estou indo atrás de alguém que de fato não é o assassino? Mas para mim isso de fato não importava. Eu não posso parar! Não agora. Não tem como. Então eu realmente me tornei aquilo que eu mais desprezei. Uma assassina!
Ao acordar no dia seguinte, a primeira coisa que penso é no quanto isso teria que acabar. Eu não queria mais ser uma assassina. Tudo estava sendo de certa forma um peso gigantesco em minhas costas. Vou até a cozinha e como rapidamente um pão com presunto. Eu amava comer pão e presunto. Se não o fizesse era como se o dia não fluísse de maneira adequada.
- Bom dia filha, tudo bom? – Minha mãe desce as escadas e vai até a geladeira. Abre-a e quando fecha eu estava atrás da porta. Instantaneamente abraço minha mãe e começo a chorar. Seu corpo estava quente, o que me fez mergulhar em sentimentos que eu pensava não existir mais. Eu amava minha mãe, acima de qualquer coisa nesta vida. Se eu tivesse perdido ela no lugar de Daniel, certamente não estaria mais respirando neste momento.
Ao solta-la, ela passa as mãos em meus olhos secando minhas lágrimas e sorri para mim. Seus olhos se enchem de lágrimas também.
- Filha, você é o meu maior tesouro. – Ela me abraça novamente. - Eu te amo muito e tudo vai ficar bem, mas eu estou bem preocupada que você anda saindo bastante e voltando tarde.
- Fica tranquila mãe, estou precisando espairecer mesmo, e nada melhor do que caminhar sob o luar e pensar na vida. – Ela continua me olhando esperando algo mais. – Está tudo bem! – Sorrio e volto para a mesa da cozinha, para terminar de tomar meu café.
Jonatan resolve aparecer e ficamos juntos a tarde inteira vendo televisão, que ao aparecer o jornal mostra a manchete de um homem que estava desaparecido e da prostituta encontrada morta. Segundo o jornal a polícia estava procurando sinais de alguém que pudesse estar fazendo isso.
- Meu Deus! Está acontecendo muitos assassinatos ultimamente na cidade. Já são 4 em menos de uma semana. Jenny quero que você se cuide viu? – Diz ele preocupado com o que estava acontecendo. O abraço sem dizer nada. Ao anoitecer ele vai embora e eu decido que era hora de acabar com tudo que eu tinha começado. Subo até o banheiro do meu quarto e pego algumas luvas de látex, minha adaga e visto meu velho moletom (ele fazia mais parte de todos assassinatos que eu mesma).
Ao chegar na oficina que ainda estava aberta, passo rapidamente sem ser percebida pela cerca indo em direção aos fundos do galpão. A janela ainda estava entreaberta. Observo dentro do lugar e vejo várias mesas com diversas peças e equipamentos em cima. Logo observo minha vítima, e o melhor de tudo! Sozinho. Enquanto ele estava distraído serrando uma peça de ferro, pulo a janela e subo em cima de algumas peças de carros bem grandes, porém algumas caíram fazendo um grande barulho.
- Quem está aí? – O homem olha em direção as peças, eu tinha caído a esquerda das peças, atrás de uma máquina e rapidamente me abaixo e começo a observar o homem através do equipamento.
Ele começa a caminhar em direção as peças. Logo acho um pedaço de ferro como se fosse um bastão. Vou atrás dele e o chamo. – Carlo.... - Rapidamente ele se vira para mim, mas antes que pudesse dizer algo, dou um golpe em sua cabeça, fazendo com que ele caísse desmaiado no chão. Em seguida, verifico se ele estava consciente, mas estava desacordado. Puxo ele pelos braços até uma coluna de ferro que sustentava o teto do galpão. Deixo-o sentado e vou até um amontoado de corda que estava em um dos cantos. Fecho os portões da oficina, amarro o homem e coloco uma fita tampando sua boca. Aquele era o momento. Era o momento de fazer o meu grande final.
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Alice - Um Desejo de Vingança
General Fiction"Observo aquele homem com desprezo enquanto o sangue escorre de seu pescoço. - Eu sabia que ele merecia aquilo. E eu ainda não havia acabado com ele completamente. - " Este livro não possui nenhum vínculo com a realidade. Todos os fatos que coincida...