Ramon arregala os olhos enquanto tiro a adaga de minha cintura e perfuro seu peito. Ele segura a adaga e dá alguns passos para trás. O sangue começa a manchar a camisa branca da escola. Ele volta a me observar e enquanto caminha até o lago, cai desfalecido, boiando até o meio do lago com minha adaga em seu coração. Sento-me na grama verde e observo o corpo seguindo seu caminho. Mas após alguns minutos me levanto e pego algumas pedras que estavam próximas a uma árvore. Levo até o corpo de Ramon e coloco as pedras dentro de sua mochila, fazendo com que o corpo afunde dentro do rio.
Chego em casa totalmente molhada. Minha mãe percebe e pergunta onde estava.
- Um carro passou em uma poça de água e me molhou inteira. – Ela me observa sem parecer acreditar em minha hipótese. Dou de ombros e vou para o banho.
Após o banho resolvo deitar um pouco. Acredito que seria a hora de descansar, afinal, neste momento tudo já havia acabado e não teria mais nada a se fazer a não ser descansar. Acordo com Jonatan me chamando.
- Amor, boa tarde! – Ele acaricia meus cabelos. Eu estava tão serena, tão calma. Nada mais perturbava meus pensamentos. Jonatan me dá um selinho e se deita ao meu lado.
Ficamos por um bom tempo em silêncio, apenas sentindo o calor um do outro. Fazia um tempo em que não ficávamos tão próximos e dividindo o amor que nos cercava. Eu o amava, cada vez mais. E agora, que tudo havia acabado, eu daria a ele todo amor que ele precisava. Afinal, eu sempre fui a que demonstrava menos sentimentos. Mas Jonatan não merecia isso. Ele era tão lindo, um sorriso radiante. Seus olhos tinham um brilho que eu nunca conseguia descrever. E tudo aquilo me levava a um estado de êxtase em que eu não merecia estar. Eu vou pedir ele em casamento. Mesmo que ele não tenha feito o pedido, já havia feito tanto por mim, era o mínimo que eu deveria fazer. Após um tempo ele fala comigo.
- Preciso formatar meu celular, está dando uns problemas e inclusive deixei carregando próximo a escrivaninha. – Confirmo com a cabeça e começo a beijá-lo. O silêncio toma conta novamente e acabamos cochilando. Mas logo Jonatan acorda desesperado. – Caramba! Esqueci que eu tinha um compromisso com os amigos do futebol. Amor, amanhã eu venho te ver. – Ele me beija e sai rapidamente do meu quarto.
Continuo deitada até que algo me chama a atenção. O celular de Jonatan estava na escrivaninha. Na correria ele acabou esquecendo, mas sei que logo viria buscar. – Vou formatar o celular para ele. – Sussurro. Ligo o computador e conecto o iPhone dele. Ao terminar a formatação e o backup, resolvo dar umas olhadas no Whatsapp dele. Havia algumas conversas, mas apenas uma me chama a atenção. Era uma conversa com Daniel, no sábado de sua morte.
- Hey Dani, tudo bom? – Jonatan.
- Oi Jonatan, tudo e as coisas por aí? – Daniel.
- Tranquilo. Deixa eu te falar, a Jennifer pediu para você encontrar ela próximo ao lago. – Jonatan.
- Ela disse para que? – Daniel.
- Não, apenas pediu para você encontrá-la em 1 hora. – Jonatan.
- Beleza, estarei lá. – Daniel.
Neste momento o mundo inteiro desabou sob minha cabeça. Eu não conseguia me mexer e o celular de Jonatan cai no chão como se fosse um sinal de que nada era mais aterrorizador do que isto.
- Meu Deus, eu não acredito nisso! – Sussurro.
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Alice - Um Desejo de Vingança
General Fiction"Observo aquele homem com desprezo enquanto o sangue escorre de seu pescoço. - Eu sabia que ele merecia aquilo. E eu ainda não havia acabado com ele completamente. - " Este livro não possui nenhum vínculo com a realidade. Todos os fatos que coincida...