Capítulo 24

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          - Amor? – A voz de Jonatan surge após ele ligar do celular de um amigo.

          - Oi amor... – Minha voz soa ríspida.

          - Acabei esquecendo o celular aí. Quando terminar aqui, passo para pegar. – Ele parecia tranquilo do outro lado da linha.

          - Não amor, vamos fazer diferente! Eu estava afim de experimentar algo novo, um fetiche que eu tinha a muito tempo. Podemos nos encontrar no galpão abandonado, próximo aquela fazenda que fica ao lado da rodovia? – Minha voz soava excitante.

          - Claro amor... Que horas te encontro? – Ele parece empolgado.

          - Às 19h. Te encontro lá. Te amo amor... muito! – Desligo o telefone e vou até o banheiro.

          Tomo um banho bem relaxante. Em seguida, escolho minha melhor roupa e passo creme no corpo inteiro. Arrumo meu cabelo do jeito que Jonatan gostava, preso com apenas algumas mechas em cima da cabeça e deixando os cabelos caídos pelos ombros. Coloco um vestido vermelho que não era tão longo, chegava ao joelho. Pego uma bolsa de lado, não muito chamativa. O perfume bem doce e suave, daquele que Jonatan havia me dado. Eu estava realmente pronta para encontrá-lo.

          - Filha, a polícia apareceu mais cedo aqui. – Observo minha mãe enquanto desço as escadas até a sala. Ela estava sentada no sofá com uma aparência preocupada. – Me perguntaram sobre o Ramon, disseram que encontraram o corpo dele no lago.

          - Mãe, fico muito triste com a notícia que ele tenha morrido. Mas agora eu não tenho tempo para esse tipo de história. Conversamos em outro momento. Talvez em um momento em que eu não esteja tão ocupada. Te amo! – Beijo a testa de minha mãe e saio.

          Caminho tranquilamente pela rua. Estava uma noite muito linda e tranquila e eu estava sem reação a tudo que estava acontecendo. Turbilhões de pensamentos tomavam conta da minha mente. Eu não sabia o que poderia acontecer. Saber que meu namorado havia matado meu melhor amigo, seria a última coisa que pudesse acontecer. Mas eu cheguei até aqui e não poderia mais parar. Enquanto caminho pela rua, um táxi passa e aceno para que ele pare. Entro e peço que me leve ao centro.

          - Querido, me aguarde alguns minutos. Preciso que me leve a outro lugar. – Solicito ao taxista no momento que chegamos ao meu destino.

          Desço e caminho tranquilamente. O letreiro do homem das bugigangas mostrava que ele ainda estava em funcionamento. E dessa vez, ele teria que fazer isso por mim.

          - John, meu querido fornecedor. Hoje, eu vou precisar de algo muito especial de você. – Ele sabia muito bem o que eu queria. Sem demorar, ele vai até uma sala que fica no final do corredor ao lado das prateleiras e traz uma caixa.

          - Você sabe que isso é algo muito perigoso. Uma arma de fogo, não pode ser usada de qualquer forma. – Meio irônico o que ele estava dizendo.

          - Para que mais alguém usaria uma arma, John? Para dar de presente a criancinhas carentes? – Ele sorri meio de lado, mas informa o valor.

          - Para você, fica R$ 500,00. – Pago a quantia e pego a arma.

          - Obrigada querido. Foi muito bom fazer negócios com você! – Antes que eu pudesse sair ele me chama.

          - Ei, mocinha! Juízo! Não vá cometer nenhuma loucura! – Sorrio e respondo.

          - Eu já fiz John... E infelizmente não há mais nada o que eu possa fazer para parar isso. Este é o meu destino, essa é minha nova face. – Fecho a porta e volto ao táxi. Indico ao taxista que me leve até o galpão antigo.

           O lugar era imenso, haviam diversas máquinas antigas, que estavam cobertas por lonas imensas e cheias de pó. Não havia luz artificial, apenas a lua iluminava através de buracos no telhado quebrado. Aguardo ansiosamente Jonatan. Gostaria de mostrar a ele a minha outra personalidade. Dessa vez, ele conheceria Alice, mas eu não sei qual seria a atitude dele. Sem demorar muito, ele chega ao galpão.

Alice - Um Desejo de VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora