Chego em casa e vou para o banheiro. Debaixo do chuveiro começo a pensar o quanto aquele garoto me fez lembrar Daniel. Os olhos dele, havia o mesmo brilho, na mesma intensidade. E estavam fixos em mim, da mesma forma como ele me olhava sempre. Me abaixo e começo a chorar. – Eu não consigo fazer isso! – Digo para mim mesma. Aquilo estava sendo muito difícil para mim. Matar pessoas nunca foi algo que imaginaria fazer, mesmo que eu sempre fosse essa garota durona e de certa forma difícil de lidar. Eu nunca sequer gostava de matar uma mosca. Achava que todos deveriam ter uma oportunidade de viver. Mas eu sei que a Alice conseguiria, ela era o meu outro lado. Era o lado que eu sempre recusei em ser. Ela é o meu lado sombrio eu precisava fazer isso. Precisava fazer por Daniel.
Termino o banho e vou até a janela de meu quarto. Os vizinhos não estavam mais fazendo as gritarias noturnas, pelo menos a um bom tempo não acordo achando que minha mãe estava quebrando as coisas dentro de casa. Era realmente, perturbador. O céu estava com poucas nuvens naquela madrugada. Era por volta das 02h30 e ninguém mais andava nas ruas. Penso no quanto eu estava deixando o Jonatan de lado. Mas penso também no quanto eu sempre fui distante com ele e mesmo assim, ele sempre foi muito fiel a mim. Meu amor por ele era muito grande e decidi, que no dia seguinte iria a algum lugar com ele. Eu precisava dele mais do que tudo!
Escrevo uma mensagem no WhatsApp e envio a ele. Na mensagem eu escrevi que queria sair com ele amanhã. Dar uma volta no shopping e assistir um filme. Mas ele estava dormindo naquele momento, então espero que me responda no dia seguinte. Vou até minha cama e caio no sono. Sou acordada pelo meu celular tocando.
- Bom dia amorzinho! Estava dormindo? – A voz de Jonatan soa do outro lado. Ele parecia estar disposto.
- Estava sim amor! Que horas são? – Minha voz de quem tinha acabado de acordar, desanimaria qualquer um.
- São 11h30! Respondi sua mensagem, mas como demorou a visualizar, resolvi te ligar. – Ele era um garoto espetacular, até na maneira de falar comigo.
- Desculpa..., mas e aí? Vamos dar uma volta? – Percebo que ele havia ficado feliz.
- Claro, em uma hora chego aí! – Ele se despede e desligamos.
Levanto e vou tomar outro banho. Acho que um dos lugares que eu mais passava tempo nos últimos tempos, era o meu banheiro. Mas eu não poderia aparecer suja ou cheirando a homens próximo a minha mãe e Jonatan. Após o banho, escolho minhas melhores roupas, uma blusinha que havia ganhado dele e uma calça jeans azul escura bem bonita. Passo uma maquiagem e escovo os cabelos. Eu estava um pouco agradável. Até que a campainha lá em baixo toca. Deixo que minha mãe atenda. Escuto as vozes lá em baixo, até que poucos segundos ele aparece na porta. Me viro para ele.
- Nossa! Como está linda! – Ele entra no quarto e me abraça me dando um beijo. – Cheirosa também! Isso tudo é para mim? – Ele olha colocando a mão no queixo.
- Claro! Pro homem da minha vida! – Sorrio.
Sem demorar mais, pego minha bolsa e saímos. Chegamos ao shopping e damos umas voltas em algumas lojas. Resolvo comprar uma bolsa nova, pois a minha estava bem-acabada. Jonatan comprou uma camisa do time que ele gosta. Depois fomos até uma loja de alianças e trocamos a nossa, pois estava bem arranhada e feia. Após isso, fomos comer na praça de alimentação. Iria passar um filme bem bacana, mas que não era de nossas preferências. Assistimos e depois damos uma última volta ao shopping. Decido antes de ir embora comprar uma fondue. Fazia um bom tempo que não comia aquele troço e era muito gostoso.
Ao chegar em casa, pedi que ele dormisse comigo e ele o fez. Fizemos amor a noite inteira e confesso que não estava cansada. Sempre queria mais, mas Jonatan não era tão fogoso quanto eu sou. Por fim, dormimos agarrados e aquele dia fez com que eu me sentisse a Jennifer de antes, mas alguém estava querendo voltar a me dominar. Alice precisava terminar seu trabalho. E agora só faltava mais um da sua lista. Um deles matou Daniel. E como era praticamente impossível ouvir uma confissão, todos deveriam pagar. Afinal, eles eram homens desprezíveis e eu estava fazendo um bem a sociedade.
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Alice - Um Desejo de Vingança
General Fiction"Observo aquele homem com desprezo enquanto o sangue escorre de seu pescoço. - Eu sabia que ele merecia aquilo. E eu ainda não havia acabado com ele completamente. - " Este livro não possui nenhum vínculo com a realidade. Todos os fatos que coincida...