Joana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneos, decide procurar um médico para descobrir o que tem, descobre que por conta dos contraceptivos dif...
Eu sou Joana Benett, tenho vinte e oito anos, sou empresária, casada com o homem da minha vida e a única coisa que está faltando na minha vida para ela ser completa, é um filho.
- Amor ? - chamo atraindo a atenção de Thales, meu marido, para mim - Eu estava pensando em parar de tomar os anticoncepcionais.
Espero alguma reação dele, mas ele só fica me encarando estático.
- Como assim parar de tomar os anticoncepcionais? - pergunta tenso.
- É parar, eu já estou com vinte e oito anos, quase aos trinta, você tem vinte e nove, estamos bem profissionalmente e financeiramente, então, pensei que já estava na hora de termos nosso primeiro filho - respondo apreensiva.
- E você decidiu isso sem me avisar? - ele se altera e me encolho na cadeira.
- Não, estou te falando agora.
Ele passa a mão nos cabelos nervoso, se levantando de sua cadeira guardando o celular no bolso.
- Joana conversamos depois, eu vou trabalhar agora - ele sai antes que eu possa falar algo.
Meus olhos começam a lacrimejar, mas me seguro para não chorar, não vou me deixar abalar por isso, eu só o peguei num mal momento, sim é isso.
- A senhora esta bem? - Marília, nossa cozinheira e governanta, pergunta entrando na sala de jantar.
- Sim, eu só o peguei desprevenido - suspiro me levantando pegando minha bolsa - Eu vou para a revista, tchau Marília.
Eu nasci em uma família de classe alta, assim como Thales, tenho só uma irmã mais velha, digamos que ser uma Benett e a caçula da família me permitiu ter alguns benefícios, sou formada em administração e sou a diretora da revista " Positiva " . Uma revista fundada pelo meu bisavô, a mais de cinquenta anos atrás.
Já Juliana minha irmã mais velha, é formada em advocacia, ela é uma ótima advogada e me ajuda muito nas papeladas burocráticas da empresa, ela é casada e é mãe do Rafael, meu sobrinho de doze anos.
Minha história com Thales começa ainda no ensino médio, no terceiro ano, ele era o aluno tranferido, começamos como amigos só quando entramos na faculdade é que começamos a namorar, noivamos um ano depois e casamos seis meses depois, estamos casados a nove anos e de relacionamento temos quase onze anos e depois de tanto tempo acho que já está na hora de termos um filho.
Estaciono meu carro, um Ford Mustang GT 2019, na minha vaga de presidente, olho ao redor e percebo que o carro da minha irmã esta em sua vaga. Ao chegar na presidência encontro Juliana falando com sua assistente pessoal, com um simples aceno ela entende que precisamos conversar.
Dois minutos foi o tempo que ela levou para adentrar minha sala como um furacão sorridente, mas ao ver meu estado su sorriso morre.
- O que aconteceu? O que o bastardo do seu marido fez? - pergunta sentando-se na cadeira a minha frente.
- Eu acho que ele não quer ter filhos - respondo desabando, agora não tem mais como segurar as lágrimas.
- Espera, ele te falou isso?.
- Não, mais sua atitude já disse tudo - falo limpando as lágrimas teimosas que insistem em cair, sem permissão - Acho que vou desistir.
- Oh, minha irmã - diz se levantando, contornando a mesa vindo me abraçar.
" Um mês e meio depois "
O dia começou ruim para mim, tive mais uma discussão com Thales, agora é isso que se resume nosso casamento, uma discussão atrás da outra, depois comecei a passar mal durante o trabalho, até sair mais cedo por causa disso.
A princípio era só uma dor nas costas, mas agora ela se alastrou para o pé da barriga, até duas horas atrás era uma dorzinha pequena mas está mais forte agora.
- Au - gemo ao sentir uma pontada muito forte no baixo ventre, me levanto segurando-me no criado-mudo, olho para o colchão onde tem uma mancha de sangue, com as mãos trêmulas passo nas minhas partes íntimas e me apavoro ao constatar que estou sangrando - Ah meu Deus, Marília - grito desesperada.
- A senhora me chamou?.
A essa altura já tinha sangue escorrendo pelas minhas pernas e o vestido que outrora era branco está vermelho.
- Chama uma ambulância - peço.
- Já estou chamando senhora, já estou chamando, fica calma - ela pede mais nervosa que eu.
Não sei quantos minutos levou para a ambulância chegar, já estava perdendo a noção das coisas de tanta dor.
- Liga para a Juliana - falo enquanto os paramédicos me levam.
Perdi os sentidos antes mesmo de chegar ao hospital, quando acordei já estava em um quarto conectada a vários aparelhos.
- Senhora Galvea, como está se sentindo? - foco minha atenção no médico de cabelos grisalhos.
- Com um pouco de dor - responde ainda meio grogue.
- Isso é normal para uma mulher que acaba de passar por um aborto espontâneo - diz anotando algo em sua prancheta.
- Como assim aborto espontâneo? - pergunto, porque acho que ouvi errado.
- A senhora estava grávida, não sabia?.
- Na-não - choque é tudo o que sinto passar por meu corpo, ao ouvir suas palavras.
Cinco minutos depois Juliana entra, seu semblante diz tudo.
- Oh minha irmã, eu estou aqui - fala segurando minhas mãos.
- Ele já sabe? - pergunto, me referindo a Thales.
- Já e ele não pareceu muito feliz - responde.
- Eu imaginei isso.
Não sei até quando meu casamento vai sobreviver assim.
- O que está acontecendo com seu casamento? Ultimamente você anda muito triste - Juliana me conhece melhor do que eu mesma.
- Eu não quero falar disso. Pode perguntar quando vou para casa? - peço e ela concorda com a cabeça e logo ela sai me deixando sozinha.
Merda.
Quando finalmente minha vida poderia estar entrando nos trilhos, isso me acontece, até quando vou ter que passar por isso, meu casamento está desandando cada vez mais e agora um filho que eu nem sabia que existia foi tirado de mim.
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Raiane Benett : 53 anos.
JoãoRicardo Bennett : 57 anos. Angelina Harper : 53 anos. Carlos Harper : 57 anos.
Eles são os pais de Joana e Juliana Benett, e Maurício Harper.