Soluço tem sucesso

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  "O que ele está fazendo aqui fora?!"

"Vai já para dentro!"

Soluço ignorou o que os demais vikings tinham a dizer ao vê-lo correr pela vila.

Honestamente, ele estava feliz em saber que seu pai tinha o mandado ficar na forja dessa vez - ao invés de ficar em casa - não só porque seria útil para a vila, mas também porque tinha uma coisa muito importante que ele tinha deixado na forja...

Ele chegou à cabana sem nenhum incidente e rapidamente tirou seu colete de pelos, trocando-o pelo "avental" de couro.

"Ah, até que enfim decidiu aparecer!" Bocão disse sem levantar os olhos da espada que estava arrumando. "Pensei até que tinham pegado você..."

"Quem eu? Ah, qual é!" Soluço deu um risinho nervoso enquanto – tentava – erguer um martelo e colocá-lo na parede. "Eu sou musculoso demais para o gosto refinado dos dragões. Eles nem saberiam o que fazer com tudo..." Ele fez uma pose, como se tivesse músculos para mostrar. "Isso!"

"Ué? Eles não usam palitos de dentes?" Bocão falou em tom brincalhão, ganhando um revirar de olhos do jovem rapaz que se apressava a começar seu trabalho com as várias espadas que lhe eram entregues. Do lado de fora da casa o caos continuava, com vikings berrando seus gritos de guerra e dragões destruindo tudo ao seu redor.

De vez em quando Soluço conseguia ver seu pai, gritando ordens, forte e imponente, atirando dragões para longe com apenas uma mão! Enquanto Soluço ficava na ferraria, afiando machados e arrumando espadas...

Também dava para ver sua mãe e sua irmã correndo para lá e pra cá com a brigada de incêndio de Berk. Entre as duas estavam alguns dos outros mais jovens da tribo. Soluço conhecia todos, é claro que conhecia, mas, fora Perna-de-Peixe, ele não podia dizer que tinha uma boa amizade com nenhum deles. Eles estavam mais para conhecidos do que para amigos, honestamente.

O trabalho deles é tão mais maneiro..., Soluço se inclinou contra a janela, tentando ver em que direção o grupo estava indo. Mas um gancho de metal agarrou sua camisa, o impedindo de subir no batente da janela.

"Ah, por favor, me deixa ir!" Soluço reclamou. "Eu tenho que deixar a minha marca!"

"Você já deixou um monte de marcas, todos nos lugares errados!" Bocão disse simplesmente, soltando o garoto no meio da forja. Soluço quase revirou os olhos mais uma vez.

Ele sabia que Bocão estava certo e não precisava ser lembrado disso, muito obrigado.

"Dois minutinhos, eu mato um dragão e a minha vida vai ser infinitamente melhor!" Soluço disse rapidamente. "Quem sabe eu até arranje uma namorada!"

"Você não levanta um martelo, não aguenta um machado, nem consegue atirar um desses!" Bocão ergueu uma Boleadeira com apenas uma mão

E Soluço realmente tinha que concordar, ele não conseguia nem atirar uma pedrinha muito longe, imagine uma corda com duas bolas de metal presas? Pelo menos o viking que tirou a arma das mãos do ferreiro não tinha muita dificuldade...

"Ah, tudo bem!" Ele sorriu, andando até a sua criação. Ele tinha passado meses trabalhando nela, experimentando-a longe de Berk, onde sabia que não ia machucar ninguém, às vezes com a supervisão de sua irmã e Perna-de-Peixe, que parecia surpreso, mas interessado na nova criação. "Mas isso vai atirar por mim!"

Ele tocou a capa de madeira de sua besta portátil com ar de orgulho. Mas, mesmo com o toque leve, a arma reagiu violentamente, abrindo a capa e rapidamente atirando em uma direção aleatória.

Como Treinar o Seu Dragão - To the SkyWhere stories live. Discover now