Um Sucesso!

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Soluço trabalhou duro em sua nova criação, ou melhor, no primeiro protótipo. Ele não tinha todas as medidas e não tinha como ter certeza de que a barbatana estava cortada do jeito que devia.

Banguela parecia muito mais acostumado a ele, ao ponto de deixá-lo tocar sua pele escamosa de vez em quando. Mas era como se o dragão ainda não tivesse certeza se devia ou não confiar no rapaz.

Soluço esperava conseguir toda a confiança de Banguela um dia... E talvez aquilo pudesse ajudar!

Por sorte, por causa das chuvas dos últimos dias, os treinos na arena tinham sido cancelados, o que lhe dava ainda mais tempo para trabalhar na barbatana. Ele tinha pensado e repensado em que mecanismos usar para mantê-la aberta, e para virá-la para os lados, mas era cedo demais para pensar nisso. Ele nem sabia se funcionaria ou se caberia na cauda do dragão!

Banguela o deixava tocar a cauda cortada de vez em quando, mas só por alguns segundos, antes de a puxar para longe com um rosnado de alerta. Tinha vezes que o dragão nem o deixava chegar perto, pelo jeito ainda um pouco apreensivo ou desconfortável – isso é, se um dragão podia sentir tais coisas.

Soluço acreditava que ele sentia.

Banguela era diferente de tudo que Soluço já tinha aprendido sobre dragões. Ele era tão expressivo, tão estranhamente humano, ainda sendo algo completamente diferente...

De qualquer modo, ele ainda era uma companhia muito mais agradável do que muitos vikings em Berk, na opinião de Soluço.

Ele esperava que Banguela pensasse assim dele também...

-o-

"So-luço!" O garoto quase pulou ao ouvir a voz da irmã.

"Oi, Biscoito." Ele disse sem tirar os olhos do seu trabalho.

"Estava querendo ver se tinha alguma coisa interessante rolando aqui." Biscoito disse mesmo sem pergunta alguma.

"Ah, sim, tem muita coisa interessante..." Com um pouco de dificuldade, Soluço ergueu o machado que segurava. "Barba-de-musgo conseguiu quebrar a ponta do machado..."

"De novo." A gêmea revirou os olhos e riu. "Eu não sei como ele não entende que se ele continuar jogando o machado contra uma pedra maciça isso vai continuar acontecendo..."

"É, pelo menos ele não desiste, não é?" Soluço deu de ombros, voltando a afiar a nova lâmina da arma. "Mas é só isso por aqui... Então, se você quiser mais aventuras, ah, acho que é mais fácil encontrar perto das docas e--"

"Soluço. O que é isso?"

Soluço se virou para a irmã e sentiu o mundo ficar gelado ao seu redor.

Biscoito estava segurando a barbatana de couro em que ele estava trabalhando, abrindo e fechando o apetrecho, examinando-o de uma ponta à outra com as sobrancelhas unidas.

"Aah... Bem, isso é... Sabe, história interessante, ah..." Soluço balbuciou, tentando pensar em que história contar. "Ok... Então, er... Sabe como dragões podem voar? E isso dá a eles uma grande vantagem, não é?"

"Sim...?"

"Então eu estava pensando..." Ele rapidamente tirou a barbatana das mãos da irmã. "Que se... Vikings pudessem voar também... Talvez fosse uma vantagem pra nós também?"

"O que... Do que você está falando exatamente?" Biscoito cruzou os braços.

"Uh... É... Roupa voadora?" Soluço inventou o nome na hora, segurando sua criação contra a parte de baixo de um de seus braços, abrindo e fechando a barbatana para efeito.

Como Treinar o Seu Dragão - To the SkyWhere stories live. Discover now