Para longe de Berk

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Ola, amigos, que tal um capítulo um dia antes?

Eu estou um pouco ocupado, e tenho várias coisas para fazer no domingo e na próxima semana e seu que talvez eu não tenha tempo para postar amanhã, por causa disso, decidi postar o capítulo antes.

Ah, tenho notas pessoais importantes no fim do capítulo, gostaria que dessem uma lida. Obrigado!

E aproveitem o capítulo!

-...-

   Soluço estava em silêncio, ainda processando o que tinha acontecido. Ele fechou os olhos, mas ainda conseguia ver os olhares confusos de sua família por trás de suas pálpebras, como se aquela imagem tivesse sido queimada em suas retinas.

Banguela trinou suavemente em baixo dele, chamando sua atenção, e Soluço abriu os olhos, voltando-os para o dragão. Ele conseguia ver as pupilas negras do Fúria da Noite olhando para cima, focados nele.

"Nem comece... Você sabe que isso é culpa sua, não é?" Soluço desviou os olhos, bufando alto, e cruzou os braços. "O que você estava pensando, Banguela? Você-- Você apareceu do nada! Você--"

A única resposta que Soluço conseguiu do dragão foi um rosnar alto e um leve movimento de corpo, como se Banguela tentasse derrubá-lo de cima. Mas é claro que não queria fazer tal coisa. Soluço podia não conseguir ouvir Banguela ainda, mas ele tinha uma boa ideia do que aquilo queria dizer.

Soluço suspirou.

"É, tem razão... Se você não tivesse aparecido... Flamejante ia acabar comigo, nem ia pensar duas vezes..." Ele murmurou, se lembrando do modo como o dragão avançou contra ele, mesmo depois de ele tentar acalmá-lo. E então a imagem de Banguela lutando contra o Pesadelo Monstruoso surgiu em sua mente, e ele sentiu um arrepio, se lembrando de como foi ver o dragão tão menor atacar um gigante como aquele. "Desculpe por agir desse jeito, Banguela... Eu só estava preocupado com você..."

Banguela bufou, erguendo a cabeça levemente. Soluço não sabia o que aquilo queria dizer, mas acreditava que tinha algo a ver com ser "capaz de se defender". Ele sorriu, afagando a cabeça do dragão que ronronou levemente.

"Que bom que você está bem, amigão..." Ele disse.

Os dois voltaram a ficar em silêncio, voando sobre o mar.

Soluço desviou a atenção para a água quase infinita que havia em baixo deles, vendo seus reflexos na superfície. E, mais uma vez, Soluço imaginou o que poderia ter feito, se seu plano tivesse dado certo.

"Eu só queria..." Um suspiro. "Eu só queria mostrar para os outros que não precisamos lutar, que podemos-- Que usar armas e violência só piora as coisas..." Ele pensou em sua mãe, nas palavras que ela dizia e nas coisas que fazia, e seu coração doeu um pouco. Então pensou no dragão e no que tinha acontecido na arena. "Eu cheguei tão perto!" Soltou mais um suspiro. "É, mas agora é que não dá, não é?" Soluço deu um sorriso sem humor. "Se meu pai não tivesse..." O sorriso sumiu e ele balançou a cabeça com um suspiro pesaroso. "Eu nem sei porque pensei que ia funcionar..."

Banguela trinou suavemente em baixo dele, como se tivesse algo importante para dizer. Soluço encarou o horizonte, vendo como o mar e o céu azul se encontravam. As nuvens brancas no céu eram as únicas companheiras que eles tinham no meio do puro nada. Só havia oceano até onde a vista alcançava.

"Mas a pergunta agora é... Pra onde a gente vai?" Soluço murmurou. "A gente não pode voltar para o cânion, é, com certeza não, né? Agora que a Biscoito sabe que a gente ficava lá... Ela já deve ter levado o pai e os outros pra lá, esperando que a gente voltasse..." Ele balançou a cabeça, se lembrando daquele momento fatídico dois dias atrás. "Em geral, eu acho que Berk está fora de questão, não é, amigão?"

Como Treinar o Seu Dragão - To the SkyWhere stories live. Discover now