22. Só voa

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Mais um capítulo, boa leitura =)

***

E o final de semana do Campeonato regional chegou. Estava mais que aflita tentando colocar um desodorante que não fosse matar minhas companheiras do time.

— Filha, acho que suas axilas estão brancas e o frasco do antitranspirante já deve ter chegado na metade. — falou meu pai enquanto eu disparava mais uma borrifada debaixo dos braços.

Eu estava suando tanto que estava preste as ater uma convulsão de tão nervosa. Eu ainda não havia jogado com outro time e aquilo estava me fazendo virar um picolé derretendo.

Quando chegamos finalmente na quadra, ela já estava lotada de gente. Íamos jogar com o time da cidade vizinha, que já possuía dois títulos e nós apenas um, que foi ganho ainda quando a professora D. jogava, isso não era muito motivador. As garotas do time já estava todas lá e Bia veio rapidamente me cumprimentar.

— Manu, vá logo trocar a roupa, que falta menos de vinte minutos para começarmos.

Nem sei como vesti a roupa, se estava avessada ou de trás para frente. Meu cabelo estava amarrado num rabo de cavalo minúsculo, então para não sair alguns fios, coloquei uma tiara de elástico.

Retornei para a quadra e em poucos instantes o apresentador iniciou a abertura do Campeonato. Cumprimentei as meninas do time adversário, percebendo ao mesmo tempo que não havia ninguém do meu tamanho, eu era, simplesmente, a menor da quadra. Isso nunca foi um problema, então joguei esse medo e tentei algumas respirações diafragmática para relaxar.

E então o juiz inicia o jogo, com posse de boal para o time adversário. A levantadora realiza o saque e dispara a bola para nosso campo, Bia recebe a bola e repassa para uma garota que estava próxima e assim a bola vem para mim, cujo corpo se encheu de adrenalina e, sendo o terceiro e último toque, teria que arremessar para o campo adversário.

Flexionei bem os joelhos e o braços e disparei a bola para dentro do campo da outra equipe e por pouco não marcávamos o primeiro ponto, pois a capitã defendeu se jogando no chão. Mas o jogo havia apenas começado, não havia porquê se desesperar.

Priscila de posicionou ao meu lado e nos preparamos para receber a bola, que vinha em nossa direção, era o momento de nos defender. Seguramos ela no ar com dois toques e passamos para Bia que se inclinou, fazendo com que a bola aterrissasse na quadra adversária. Nosso primeiro ponto. Como não fomos que levantamos a bola, realizamos o rodizio e seguimos para a realização do saque.

Iniciamos o nosso saque, mas assim que a bola disparou para o lado oposto a bola tocou fora da quadra adversária, então ponto para elas. Estávamos empatadas. Um a um. O jogo mal tinha começado e eu já começara a ficar preocupada, mas lá no fundo a energia da arquibancada gritando o nome do nosso time e meus pais sorrindo e filmando tudo só aqueceu meu coração.

Felipe estava lá com a família, sorrindo e aplaudindo perto dos meus pais. Era bom ter pessoas que lhe apoiava quando você estava quase morrendo em campo. Então, olhei para a frente e vi aquelas garotas com o sonho de serem jogadoras profissionais e meu sonho se tornou ainda mais forte.

Alguns olheiros estavam na arquibancada apontando uma coisa ou outra, obviamente não iriamos ser convocadas para jogar na seleção, mas podíamos, ao final do Campeonato, participar de algum time de maior escala antes de entrarmos, mas qualquer passo que dávamos em direção ao nosso sonho era uma vitória muito grande.

E então minha cabeça retornou para o jogo e bolas voaram, inclusive eu. Nunca pulei tanto, as garotas do outro time eram altas, mas minha altura era capaz de atingir uma velocidade maior que a delas, o que foi uma vantagem para realizar os bloqueios e as defesas, inclusive.

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