E cá estou eu mais uma vez. Boa leitura.
***
A viagem foi um branco para mim, pois voltei dormindo, assim que cheguei no aeroporto meus pais já me esperavam. Fui todo o caminho falando sobre tudo que me aconteceram, mas meus pais pareciam mais interessados em outra coisa.
— Filha, você viu muita gente conhecida? Seus primos estavam lá? Eles te reconheceram? — começou meu pai.
— E Rafael? — só podia ser minha mãe, mas a ignorei.
Porra.
— Sim, pai, tinha muita gente conhecida, até uma colega que estudou comigo era do time adversário. Não vi meus primos, acho que eles não curtem muito jogo de vôlei, felizmente, ninguém me reconheceu.
— E Rafael? — voltou a insistir minha mãe.
Porra duas vezes!
— E foram lá na casa da gente? Encontrou a amiga de sua mãe? — fugiu meu pai.
— Fomos. — ignorei minha mãe mais uma vez. — Amanda gostou muito do lugar. A amiga de mamãe fez um lanche completo, teve até bolo. Depois levei Amanda para o Centro, foi muito bom rever todos os lugares, embora só faça pouco tempos que siamos de lá.
— E Rafael? — voltou a insistir mais uma vez.
Aí é foda, né mãe!!!
Eu estava prestes a gritar dentro do carro do trabalho do meu pai, que havia fugido uns instantes, para me pegar no aeroporto, quando meu pai interviu.
— Acho que Manuela não quer falara sobre isso, querida.
Minha mãe soltou o ar e não tocou mais no assunto. Terminei de contar como foi o jogo e o restante do caminho eles falaram sobre como foi o fim de semana sem mim. Estava quase me esquecendo do desgosto do começo da conversa assim que entramos no carro, mas avistei Felipe sentado na calçada.
Mãe perguntou se eu gostaria de ir para trabalho com ela, mas eu lidaria com ele. Despedi-me dos meus pais e fui em direção a ele puxando a minha mala.
— Precisa de ajuda? — perguntou ficando de pé.
— Não, obrigada. O que está fazendo aqui? Eu cheguei cansada de viagem Felipe, realmente eu não gostaria de conversar com você agora.
— Cheguei hoje de manhã do exterior. Do curso de dois meses. Por favor, deixe-me conversar com você é importante.
Os olhos dele eram suplicantes, mas se tinha uma coisa que eu queria evitar era discutir sobre minhas escolhas e sobre o que me incomodara durantes esses dois meses. Eu só queria deitar minha cabeça e dormir.
— Amanhã a gente conversa, por favor. — falei olhando em seus olhos.
— Tudo bem, deixarei você descansar, mas amanhã quero muito conversar com você.
Com isso, ele virou-se e sumiu dentro de sua casa. Meu coração batia acelerado em meu peito. Pensei que tudo havia passado, mas dois meses depois esses dois homens pedem para conversar. O que poderia ter mudado que precisou levar dois meses para ser aberto a discussão? Todo esse tempo? Minha boca já estava seca e minha cabeça já doía. Que se danem, só quero descansar! Inferno!
***
Acordei com meu pai batendo na porta de meu quarto. Meu corpo estava todo ansioso e não havia dormido a noite.
— Manu, Felipe está aqui para conversar com você.
Era uma terça-feira, então logo ouvi meus pais falando com ele e saindo. Levantei da cama, fui ao banheiro e troquei de roupa. Estava um lixo, mas pelo menos escovei os dentes e passei uma água no rosto.
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Ele sou Ela®
عاطفيةFábio sempre foi um garoto que viveu rodeado de amigos e participava do clube de vôlei da escola, era um rapaz não muito alto, mas com uma agilidade que dava inveja nos outros garotos. Mas um dia, depois de um acidente de trânsito, ele descobre que...