Capitulo Bônus

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Um capitulo extra aqui para vocês. <3 

***

Dias atuais

O domingo do dia dos pais chegou e encontrei-me sentada na varanda olhando as crianças correr pelo jardim. Rafael havia ido buscar o pai e o cunhado, enquanto eu tinha ficado de preparar um jantar para quando eles chegassem. Coloquei a lasanha no forno e acabei dormindo sentada, lembrando do dia mais especial do meu companheiro.

Doze anos antes

Estava deitada na minha cama e mexendo no celular aguardando a chegada de Rafael, quando senti uma vontade de vomitar que não mau consegui segurar para chegar ao banheiro. Vomitei tudo que tinha colocado para dentro do almoço de mais cedo. Um suor frio cobriu minha espinha diante daquela possibilidade.

Eu não podia estar grávida, podia?

Segurei na pia e olhei para meu rosto parecendo um zumbi. Eu e Rafael estávamos namorando há dois anos e não tínhamos planejado um casamento para tão rápido. Tínhamos tanta coisa para planejar que se fosse um filho era óbvio que cuidaríamos com todo amor, mas iriamos receber sem nenhuma estrutura.

Então resolvi não contar nada para meus pais nem para Rafael antes de ter total certeza. Amanhã eu iria no meu médico Dr. Almir para saber qualquer coisa que estivesse ocorrendo ao meu corpo.

Sentei-me na cama e fiquei encarando minha barriga. Tinha pouco mais de três anos que eu havia descoberto que o corpo que eu vivia era na verdade biologicamente feminino e passei pela cirurgia para explicitar meu órgão sexual feminino, que estava embutido ou desconstruído dentro de mim.

Corri para a cozinha e tomei um copo de água bem grande, quando escutei a voz de Rafael me chamando da varanda. Taquei o copo na pia, quase o quebrando e corri para atendê-lo.

— Você está linda! — falou me abraçando e roubando um selinho.

— E você exagerado como sempre. — retruquei, tentando soar descontraída, mas com a mente a mil.

— Vamos sair? Hoje o trânsito não está tão ruim, então podemos ir ao parque depois passar na pizzaria.

— Vamos, espera só um segundo que vou pegar minha bolsa.

E essa era a minha rotina: trabalhava jogando nos campeonatos e tínhamos algumas semanas livres durante o ano, que me permitia só sair para comer besteira e namorar. Rafael ainda estava cursando odontologia e a faculdade não terminaria nem tão cedo, ou seja, meu trabalho como jogadora pagava bem o suficiente para cuidar de um filho, mas de uma família seria outra história.

***

No dia seguinte corri para a clínica de seu Almir, se tinha uma coisa que eu havia feito na noite anterior, além de namorar com Rafael, era passar a noite em claro pensando mil e uma coisa sobre bebê.

— Que surpresa você por aqui tão cedo, Manuela. — cumprimentou seu Almir todo contente.

— Bom dia, seu Almir. Estou com um caso preocupante...

E com isso passei a manhã inteira na clínica, fiz o exame e fiquei na recepção aguardando o resultado. Todos de lá já me conheciam e ficaram todos eufóricos com a possibilidade de minha gravidez, mas eu estava surtando e soando frio. Estava a perguntar a Marta, a recepcionista se iria demorar muito, quando Rafael entra na clínica e se aproxima de mim.

Se tinha um pingo de sangue na minha face até aquele momento, já era. Ele logo percebeu meu desconforto.

— Oi, Manu. — falou tocando minha mão. — Sua mãe disse que você tinha vindo aqui, sei que fui à sua casa ontem, mas quando ela disse isso aproveitei que vinha aqui no mercadão e passei para te ver. Aconteceu alguma coisa? Ainda algo da cirurgia?

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