23. O que faz aqui?

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Um capitulo com uns detalhes... ( ͡° ͜ʖ ͡°)

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Estava deitada no sofá vendo TV morta de cansada, pois tinha acabado de chegar da terapia com a psicóloga Gabriela e assim que terminei voltei a pé do Centro. Fiz um suco de goiaba e estava quase pegando no sono com a reportagem que passava na tela, quando de repente meu telefone toca. Por um momento pensei que fosse o Rafael, mas era seu Almir.

"Alô, Manuela."

"Olá, seu Almir."

"Nunca mais liguei para você, como anda a terapia? Tudo bem com você?"

"A terapia anda bem, acabei de chegar de lá. Sua equipe é muito bondosa comigo. E eu estou ainda me habituando. Cada dia estou aprendendo mais sobre mim."

"Sua voz está bem diferente, você tem forçado para falar assim ou está natural? Sei que tem a fonoaudióloga que está te acompanhando, mas não quero que você force está bem?"

"Imaginei que fosse achar estranho a minha voz. Mas não, não estou forçando. Depois que tomei umas doses de hormônio feminino, não sei bem se teve alguma interferência ou se foi psicológico, mas minha voz foi afinando. Sei que não era grossa como a de um garoto, mas a rouquidão, imagino que eu que forçava e agora estou supondo que essa seja a minha voz normal. A fonoaudióloga disse que era muito importante falar normalmente."

"Muito bem, Manuela. Vi você nascer, acompanhei sua família por vários anos e é uma alegria ver o quanto você cresceu e se descobriu durante esse tempo."

"Obrigada seu Almir. No inicio foi bem pior, eu tentava ser forte. Agora, viver cada dia está sendo muito interessante. A terapia tem me ajudado muito em entender quem sou e em como tudo a minha volta funciona."

"Alegro-me com sua evolução Manuela. Sempre ligo para seus pais para saber como você está. É bom saber como estais da sua própria boca. Fique bem. Tchau."

"Tchau, Seu Almir. Obrigada pela preocupação. Estou me descobrindo, cada dia mais."

***

Já eram duas horas da tarde. Estava vendo um jogo de vôlei quando ouvi uma batida na porta.

— Felipe, que faz aqui?

— Resolvi te visitar. Não posso?

Ele estava com um sorriso enorme no rosto e chegava a ser engraçado o jeito que me olhava, mas ignorei o olhar sobre meu corpo quando o deixei entrar.

— Então, resolvi passar aqui um pouco, pois naquele dia fui te ver jogando e logo você e seus pais tiveram de ir embora, nem tive como te parabenizar. Então, parabém atrasado.

— Não precisava. — e sorri. — Acabamos perdendo.

— Vocês não ganharam por muito pouco, então já considero uma vitória.

— Obrigada. Chegamos perto mesmo. Ainda faltam mais cinco jogos antes de ver a verificação para saber quem passará para a próxima etapa, mas só o fato de ter uns técnicos da seleção por lá já anima nossos corações.

— O time masculino aqui da cidade tem muito campeonato, muito destaque. Vocês estão, praticamente, começando agora, mas já percebo um potencial muito grande. Quer entrar para a seleção?

— Não era necessariamente um sonho, mas tinha vontade. Sempre gostei de vôlei, ganhei vários troféus na escola.

— Nossa, posso vê-los? Cadê as fotos? Estou curioso como você era mais novinha.

Ele sou Ela®Onde histórias criam vida. Descubra agora