Capítulo 1

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"Até a criança mostra o que épor suas ações;o seu procedimentorevelará se ela é pura e justa

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"Até a criança mostra o que é
por suas ações;
o seu procedimento
revelará se ela é pura e justa."

Provérbios 20:11

"Ganhei esse diário de Marinete minha ama de leite, ela disse que queria que eu expressasse aqui todos os meus sentimentos e vivências, que um dia eu olharia para esse livro e entenderia o que Deus fez por mim. Para não ficar sem escrever quero começar contando um fato que me ocorreu no mês do aniversário de mamãe. Ela é a princesa da Normandia, mas não moramos no castelo de Hatland, minha mãe é uma mulher fina e bonita, porém amargurada. Ela era a filha caçula e como costume do país que as filhas mais velhas casavam primeiro, minha tia a princesa Catarina casou-se com o príncipe Ricardo Afonso Brunsvique I e foi morar no castelo real. 

Se me perguntar porque minha mãe não mora hoje em um palácio como a maioria do povo da realeza, a única resposta é porque ela não se casou com uma pessoa da realeza, ela se casou com o mestre de armas do meu avô o meu amado e querido pai Isaac Pablo Noel. Meu avô não queria consentir o casamento, foi um tumulto muito grande na época isso tudo eu sei porque a Marinete me conta, ela é amiga de mamãe desde pequena e diz que meu pai ficou muito apaixonado por ela e quando o duque não sei de onde quis vir desposar minha mãe, tentou agarrar mamãe a força e a confusão ficou tão grande que eu não posso nem imaginar, papai quase matou o tal duque de tanto lhe bater, foi preso e minha mãe mentiu dizendo que não era mais pura e que havia sido meu pai que a conheceu primeiro.

Na verdade eu não sei dizer o que isso significa, só sei que ele saiu da prisão e foi obrigado a casar com mamãe e condenados a viver nessa montanha onde vivemos. Era antigamente a casa de inverno da família, mas foi dada a eles para morar e hoje vivemos aqui. Temos uma vez ao ano a visita de nossa tia, o filho que ela teve com tio Ric eu na verdade nunca o vi, ela não o deixar vir visitar, diz que ele não pode se misturar, minha mãe sempre fica feliz e triste com a visita dela.

Mas voltando ao que aconteceu com o aniversário dela, eu acordei bem mais cedo do que sou acostumada a acordar, visto que o normal é toda a casa levantar depois das oito e eu com meu pai sempre levantamos com as galinhas como diz ele. Mas esse dia precisava fazer uma surpresa e teria que sair cedo. 

Não deu tempo tirar a camisola e nem calçar as botas, sai procurando flores para fazer um buquê e como nós estamos no outono eu não encontrei, mas perto do pântano já eu vi umas folhas amarelinhas e uns cogumelos que seriam perfeitos para o que eu ia fazer. Então não pensei duas vezes sentei no tronco de árvore que tinha o lodo que produzia os cogumelos e comecei a colher. Ouvi ao longe uma voz me chamar e reconheci a voz da minha ama amada e então gritei o quanto pude para ela me ouvir.

- Aquiiiii! - não demorou muito ela chegou perto de mim com aquela cara que ela fazia quando eu fazia algo errado, mas que dessa vez eu estava certa, ao menos eu achava.

- Princesinha, quer me matar? Sua tia vai chegar já e ainda está assim? E que cor de roupa é essa? Achei que essa camisola era branca ontem a noite.

Dei meu melhor sorriso, reconhecendo que havia me sujado um pouquinho e tratei de responder: - Mari, precisava colher flores para o presente de mamãe.

- Mas isso são cogumelos. - ela disse e eu confirmei com a cabeça.

- Vai servir para o que pensei. - disse levantando e indo até ela.

- Vamos voltar antes que sua mãe fique brava.

Voltamos e ela me fez entrar pela cozinha, para não ser vista por minha mãe ou minha irmã Joana, ela era mais velha que eu e vivia me corrigindo.

- Maria por favor fez o que lhe pedi? - pergunto a cozinheira que me abre um lindo sorriso e me mostra o bolo que havia pedido para fazer.

- O que você está aprontando Ema?

- Nada Mari eu apenas pedi um bolo recheado para Maria e vou decorar. - digo enfiando os cogumelos no bolo, nessa hora minha tia entra na cozinha e começa a gritar comigo coisas que não entendo, ela tem mania de reclamar com a pessoa em latim e isso me faz revirar os olhos.

- O que foi? - minha mãe entra na cozinha e me olha com cara feia. - O que é isso na sua mão?

- São cogumelos mamãe, coloquei no seu bolo para enfeitar, é seu presente.

Eu acho que ela não gostava de ganhar de presentes um bolo enfeitado de cogumelos, me pegou pelo braço e pôs de castigo, tive que fazer todas as refeições no quarto e até Isa que é pequena participou da festa e eu não. Hoje aos seis anos eu entendo que os cogumelos verdadeiros não são para colocar no bolo, mesmo assim foi injusto eu não ter descido e comido tudo de gostoso que havia ali. Soube depois que até o primo Ricardo II veio.

 Soube depois que até o primo Ricardo II veio

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