Capítulo 8

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"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus

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"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Romanos 12:2

Como havia sido combinado eu saí um dia depois de minha mãe e das meninas, Joana estava odiando ter me deixado para trás, mas expliquei a ela que para mim estava tudo bem. Marinete não veio comigo pois sentiu-se mal e papai a deixou ficar em casa já que no palácio iria ter muita gente para ajudar.

- Adeus papai! - falei mais uma vez ao me despedir dele com o coração pesado por estar o deixando só.

- Vai em paz minha garota e se divirta. Lembre que vão passar na vila para deixar uma encomenda minha. - ele diz ao cocheiro. 

Debaixo de muita recomendação partimos e eu aproveitei estar só e fui lendo a Bíblia que estava devidamente encapada para não ser reconhecida. Enquanto passávamos perto da colina lembrei do meu amigo e dos momentos divertidos que passamos juntos. Retirei de dentro da Bíblia o ramo de flor do campo que me deu e o guardei dentro do livro.

Não senti que havia adormecido até que fui desperta pelo cocheiro sr. João Tadeu me acordando. - Senhorita, a roda quebrou vamos ter que nos deter na vila. - ele diz me olhando aflito. Ele sabia que uma moça solteira em uma estalagem não seria bem visto, temia por minha reputação.

- Não se preocupe vou ficar bem, vá tentar consertar a roda eu me viro bem aqui. Depois combinamos quando partiremos. - digo para ele demonstrando ser forte e olho para taberna que serve de pensão e com receio do que vou encontrar lá dentro começo meu trajeto até ela.

Ao entrar percebo que está quase vazia e agradeço a Deus mentalmente por estar assim. Me dirijo ao caixa que serve como recepção da pensão e peço um quarto.

- A senhorita quer um quarto para passar uma noite? - o homem alto, forte e sujo me pergunta com olhar malévolo. - Para quantas pessoas senhorita? - diz passando a língua nos dentes cariados.

- Eu é... - começo a gaguejar com medo de dizer que estou só, até que ouço uma voz por minhas costas.

- A senhora que um quarto para dois. - olho para ver quem é e reconheço meu amigo. - É minha esposa. - continuo olhando para ele que me faz um gesto com a cabeça. - Desculpe amor, demorei mais que o devido para deixar nosso cocheiro no curral e voltar.

- Não tem problema. - respondo em um tom baixo.

- Aqui a chave é o quarto cinco. - o homem diz com outro tom de voz. - Subam a escada é no final do corredor. Ela está grávida?

- Não senhor, estamos indo para nossa lua de mel, mas nosso transporte quebrou e terá que reparar.

- Então esse quarto é perfeito, é o mais distante. Boa noite, se quiserem comer vendemos refeição.

- Obrigada. - ele diz me pegando pelo braço e levando até as escadas. - Suba com cuidado, essas escadas podem ser velhas. - ele diz baixinho e eu começo a obedecer sem questionar com a mente em parafusos.

- Porque disse que sou sua esposa? - questiono quando nos encontramos a sós. - Não podemos dormir no mesmo quarto. - completo baixando meu olhar envergonhada pela situação.

- Calma. Só quis lhe proteger, aqueles homens lhe olhavam como um pedaço de carne no prato. - ele diz passando a mão no cabelo e me fazendo admirar. - O que deu em você para estar só aqui?

Baixei novamente meu olhar para o chão e disse: - Minha mãe me mandou vir na charrete pois não deu para mim na carruagem. Ela quebrou e sr. João está tentando consertar. - ele estava exaltado e eu com medo e vergonha. - Nem ao menos sei seu nome.

- Afonso me chame de assim. Desculpa ter me alterado, sua mãe é muito irresponsável, pensei que os homens iam lhe agarrar quando entrei, nem tinha visto que era você só quis proteger. Como se chama?

- Ema. O que faz por aqui?

- Eu é hum podemos dizer que estou fugindo. - ele diz rindo.

- Fugindo de sua mãe?

- Também, mas fugindo dos negócios que meu pai deixou. Esta com fome Ema?

- Um pouco. - confesso. - Como vamos resolver a dormida?

- Ficará na cama eu dormirei ali. - aponta para uma cadeira no canto da parede.

- Dormirá sentado? O que houve com suas botas? Ai nossa eu faço muitas perguntas, desculpa.

- Estou acostumado a não dormir ou dormir em qualquer lugar, sobre minhas botas eu tiver problemas com meu cavalo, tiver que descer dele e era um caminho de lama.

Não disse mais nada, comecei a ajeitar tudo para dormirmos. Iria fazer uma parede na cama para que ele deitasse sem tocar em mim. Ele no começo resistiu, mas depois cedeu. Comemos no quarto mesmo e deitamos para dormir depois de orarmos juntos.

Pela manhã eu levantei antes dele, fui tomar um banho e me ajeitar antes que ele acordasse, ele quando acordou eu estava limpando suas botas e questionou.

- O que faz?

- Limpando suas botas. - disse com um sorriso. - Bom dia para você também Afonso.

- Bom dia. Não devia estar fazendo isso. 

- Não se preocupe, estou acostumada, vivo sujando as minhas e limpando para mamãe não ver. - digo sorrindo sapeca e ele me acompanha.

- Sabe mesmo fazer isso? - ele pergunta.

- Olhe como já estão. - mostro a ele e rimos juntos novamente.

- Para onde está indo? - ele pergunta.

- Para o pa... casa de tia Catarina. - tive vergonha de dizer que minha tia era a rainha.

- Na corte?

- Sim.

- Terá um baile lá.

- Eu sei.

- Irá?

- Sim. Minha tia faz questão.

- Eu também irei com minha mãe.

(- Jade percebe que os dois escondem as coisas um do outro?

- Sim princesa eu percebi e acho que é seu pai sim.

- É meu pai o segundo nome dele é Afonso. Estão apaixonados.)

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