Honrada por Deus

Capítulo 12

"Pois eu sou o Senhor, o seu Deus,

que o segura pela mão direitae diz a você: Não tema; eu o ajudarei."

Isaías 41:13

Volto para casa e fico sabendo que papai havia ido caçar. Subo tomo um banho demorado, troco o vestido do baile por uma roupa simples e vou para o quintal ver os animais, meus únicos amigos verdadeiros.

- Oi meus amigos, desculpa ter abandonado vocês por seres humanos. - digo deixando a lágrima voltar a descer.

Passo um tempo desabafando com meu cavalo e chorando, ele fica me olhando de um jeito como se entendesse minha dor.

- Filha? Soube que havia chegado só, o que houve? - meu pai me surpreende chegando por trás de mim. Sou rápida em secar as lágrimas.

- Não houve nada papai. - digo o abraçando.

- Houve sim, ninguém faz uma viagem de duas horas só e ainda com essa cara se não houvesse nada. Foi sua tia?

Foi o suficiente para o abraçar e chorar horrores, ele me guiou até a beira do abismo onde tinha um banco e com muito amor como só ele sabia me inquiriu a falar. Contei tudo para meu pai com ele em silêncio. Mas quando terminei ele anunciou que ia falar.

- Minha filha linda, eu acredito que seu primo é inocente, eu mesmo cruzei com eles por esses campos diversas vezes. Sei que ele e você proferem a mesma fé que a minha, mas respeito não comentarem nada comigo, ouvi os dois louvando um tempo atrás. Eu só lhe digo uma coisa. - disse sério e me puxando para lhe olhar bem nos olhos. - Deveria ter ouvido ele, não se pode julgar ninguém sem provas e não se condena sem ouvir o réu.

- Pai eu... - ele me interrompeu com um gesto.

- Eu sei que se sente humilhada e tudo que me contou, mas o que estou vendo é um princípio de amor verdadeiro, contra o amor verdadeiro não prevalece nada. - me puxou beijou minha testa e levantando de perto de mim disse: - Vá ao campo, encontrará um rapaz lá louco para conversar e acho que deveria ouvir o que ele tem a dizer.

- Como sabe que ele está lá? - digo olhando para o alto da montanha.

- Eu só sei filha, não deixe toda a amargura e obscuridade de sua tia lhe atrasar a felicidade.

- Obrigada papai. - digo me levantando pegando o cavalo e saindo em galope.

Realmente como meu pai falou eu o vi no nosso lugar preferido, mas eu não tive coragem de me aproximar então apenas passei a galope por lá indo em direção ao campo de flores. 

Afonso gritou por mim e não obedeci, até que como bom cavaleiro ele me alcança e pede que pare.

- Não devia estar aqui alteza. - digo orgulhosa.

- Por favor, precisamos conversar. - ele diz descendo do cavalo e eu faço o mesmo.

- Seja rápido, estou com muita pressa.

- Ema eu só descobri que você é minha prima quando fomos no jardim. Confesso que não disse nada porque tive medo de me rejeitar. Jamais tramaria nada contra a mulher que amo.

Levantei a vista ao ouvir a última frase, até então só olhava para meus pés. - Eu também não tinha o direito de lhe acusar.

- Só vamos esquecer tudo isso? - ele diz segurando minha mão.

- Tudo bem eu esqueço. Mas como será daqui pra frente?

- Fui coroado ontem no baile, por isso não corri atrás de você. Se aceitar será a única mulher escolhida por mim a subir comigo ao trono.

- Mas ontem teria que escolher entre as presentes uma esposa. - digo com medo de estar sendo boba.

- Sim eu teria. Mas a minha escolhida estava fugindo de mim. Disse a minha mãe que já havia escolhído e que diria hoje quem era.

- Eu acho que ela não gosta muito de mim.

- Vai se casar comigo Ema. Aceita?

Fito seus lindos olhos me olhando com vontade de ouvir minha resposta e citando mentalmente que eu consigo respondo: - Sim.

Ricardo me pega no colo girando no ar arrancando de mim um leve grito. - Seremos muito felizes. - ele diz e eu não tenho certeza. Teria minha tia e minha mãe na história.

Ficamos conversando algum tempo ainda e contei tudo que já sofri com as duas. - Eu vou estar ao seu lado sempre e para sempre. - ele diz e eu o beijo. Nosso primeiro beijo foi carinhoso e cheio de amor.