Honrada por Deus

Capítulo 21

Estar casada com Ricardo era maravilhoso e eu não tinha palavras para agradecer a Deus ter me dado um marido tão carinhoso e tão querido. Ele cuidava muito de mim, se preocupava se eu estava bem e sempre me perguntava se não estava faltando nada para mim e eu já estava ficando mal acostumada com tanto mimo. Se me perguntar sobre minha tia e se ela havia parado de implicar comigo eu lhe digo que não, mas que eu estava ignorando o máximo possível, apesar de ser difícil as vezes. 

- Oi ficou sabendo? - Juliana entra na biblioteca falando rápido e eu me assusto.

- Quer me matar? - pergunto para ela ainda me recuperando do susto que havia tomado com a chegada brusca dela, até pensei ser uma invasão.

- Desculpa, eu estava na cozinha e ouvi os comentário fui olhar e vi, decidi vir te contar.

- Pois então sente e me conte. O que você viu Ju?

- O senhor Monteiro e os outros homens foram encontrados.

- Que notícia maravilhosa! Digo me levantando para ir até a sala de reuniões ver com meus olhos.

- Calma Ema não vá. - eu a olho da porta com uma interrogação na testa. - Não vai gostar do que vai ouvir, esse foi o motivo para eu entrar correndo, queria que soubesse o quanto antes.

- Soubesse? - digo a encorajando a falar e fecho a porta a trancando, sinto que é algo muito ruim.

- Senhor Monteiro disse que os homens que os prenderam disseram que estavam fazendo a pedido do senhor Lobo e seu. - abro e fecho a boca sem acreditar no que estou ouvindo.

- Ricardo está lá? - pergunto com medo da resposta.

- Não amiga, ele foi logo cedo com senhor Lobo e outros homens ver as terras no Sul que estão pegando fogo e acabando com lavouras.

- A rainha quem recebeu essa noticia então. - digo mais para mim que para ela me sentando, isso quer dizer que ela vai tentar agir antes que Ricardo volte.

Não demorou muito tempo querido diário quando ainda estava processando essa informação e pensando como agiria a porta foi aberta abruptamente que a pequena volta na chave que fiz não deteu a força de quem empurrou, era minha tia com quatro guardas.

- Podem levar. - ela disse olhando para mim com um sorriso de vitória. Olhei para Juliana que me olhava assustada e já estava perto de mim segurando minha cintura.

- Levar quem para onde? - Perguntei.

- Você está sendo acusada de trair a coroa e armar contra nós, não posso lhe colocar no calabouço que é minha vontade, mas vai ficar na torre. - Abro meus olhos em espanto, essa mulher me odeia mesmo. - A única pessoa que terá acesso a você é uma criada designada por mim, assim que meu filho chegar dou entrada na anulação do casamento e seu enforcamento. - ela fala como se estivesse me convidando para uma festa dá as costa e sai me deixando atônita. O atual chefe da guarda da confiança dela é claro, me faz uma reverência e me chama para o acompanhar. Abraço minha amiga que chora e diz que vai tentar avisar ao imperador e os sigo para meu mais novo destino.

Subimos todos os lances de escadas até a torre em silêncio sem ninguém falar nada, quando faltavam apenas um lance ele mandou que um dos guardas me acompanhasse até a porta e a trancasse bem que esperaria ali. Olhou para mim após isso e disse: - Até o dia que irei lhe inforcar sua traidora. - riu de mim e dei as costas sem lhe dar respostas.

- Alteza, eu sou um dos guardas que Lobo contratou, não se preocupe que o imperador vai saber disso e vamos lhe tirar daqui, sei que foi armação só não posso provar, mas ouvir o capitão falar algo sobre o plano ter saído bem do jeito dele.

O guarda me disse assim que adentramos no quarto fedido e húmido da torre leste do castelo.

- Obrigada, sei que Deus vai revelar a verdade, não temo. Aqui tem iluminação? - pergunto olhando para o local que está iluminado apenas por uma luz que vem da única janela que tem perto do teto.

- Não sei senhora, mas vou mandar Juliana providenciar o que a senhora precisar.

- Por favor cuide delas não deixe que sofram por ser minhas amigas. - falo me referindo as minhas damas.

- Com minha vida senhora, preciso descer ou ele vai desconfiar. - ele faz um gesto para a escada e eu assinto, ele fecha a porta e eu abraço o meu próprio corpo sentindo o peso de estar ali naquele lugar.

Me deixo chorar as minhas dores e começo a percorrer o local para procurar como me iluminar a noite, não vou conseguir ficar no escuro a noite toda. Quando acho me ajoelho e oro pedindo a Deus para tomar a frente e proteger meu marido e meus poucos amigos que conquistei. Peço também por misericódia para ela que carrega tanto ódio no coração.