Capítulo 29

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Violet's POV

O dia correu bem, e a minha apresentaçao de inglês correu igualmente bem. Estava nervosa mas o trabalho que fiz sobre os países mais pobres de África deu-me motivação para uma boa apresentação.

Combinei ir com a Emily para sua casa no fim das aulas e aqui estou eu, sentada num banco de pedra ao lado do portão à espera que ela apareça. Acabou de tocar para finalizar o tempo de aulas mas como a minha última aula foi Educação Física saí mais cedo. Avisto um carro preto brilhante aproximar-se do passeio e cerro os olhos para poder ver melhor quem era.

Um corpo robusto e alto, não tanto como o Harry sai do carro pelo lado do condutor e dirige-se até mim.

Não o conheço, deve estar a confundir a pessoa.

"Miss.Walker?" - Assinto e franzo o sobrolho.

"Venha comigo, por favor." - Nego com a cabeça e olho em volta à procura da Emily.

A sua mão grande e àspera agarra a minha que por sua vez é pequena e suave e sou obrigada a entrar no carro.

"Quem é o senhor?" - Guincho e recebo um olhar de desaprovação do homem que me acabara de abordar.

O caminho é curto e não reconheço a rua. Talvez tenha ficado sem gasolina ou alguma coisa.

"Sai do carro." - Uma ordem escapa-se da boca de um dos homens que se encontravam fora do carro e eu saiu sem protestar.

Olho com confusão para todos e não recebo resposta de nenhum.

Um outro carro aproxima-se de nós e suspiro com a quantidade de gente presente.

"Ora ora." - Reconheço de imediato a voz, e o meu coração falha uma batida.

Viro-me de relance e olho-o nos olhos, tento manter-me calma mas é-me impossível, isto não pode acontecer novamente.

"Tem calma querida. Hoje vamos só brincar." - Não gosto do seu tom de voz e encolho-me no meu lugar.

"Deixa-me em paz, por favor." - Choramingo mas apenas recebo risos em troca.

"Agora que a coisa está a ficar divertida? Nem penses." - Ouço o riso doentio de Louis e fecho os olhos com força. Só quero o Harry.

"Leva-a para dentro do carro e depois segue-me. Vamos levá-la até o sítio que combinamos." - Um frio nada bem vindo atravessa-me o corpo e tento não chorar. Eu fui forte na primeira vez, não posso ser fraca agora.

Entrei no mesmo carro e o mesmo homem entrou a seguir para o conduzir. Suspiro e atiro-me para trás, se mostrar que estou aborrecida talvez me libertem.

"Tens fome?" - O homem pergunta e nego, não vou comer nada que estes dementes me ofereçam.

"Não te quero magoar, eu sei que tens fome. Aqui." - Um saco de papel é-me entregue e olho-o com receio.

"Pega por favor. Já me sinto mal ao fazer-te isto de levar-te até ele. Pelo menos não morras à fome comigo." - Reviro os olhos e aceito o pequeno saco.

"O que é?"

"Um croissant misto. Foi fodido para arranjá-lo por isso espero bem que gostes." - Riu com as palavras do homem - não tão mau - que acabou de salvar o meu estômago.

"Sim, gosto. Obrigada." - Agora sinto-me envergonhada.

"Como te chamas?" - Pergunto a medo.

"Paul." - O seu sorriso é contagiante e faz-me sorrir de volta.

"Obrigada Paul, não te quero arranjar problemas."

"Não arranjas. Apenas te dei um pseudo-jantar, nada demais." - O seu sorriso é caloroso e convidativo, ele não é carrancudo como os outros.

Spirits || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora