Ele estava a olhar para mim como costumava olhar quando namorávamos.
“Vocês conhecem-se?” – Eu tinha namorado com ele quando a Natacha tinha ido para casa dos avós maternos na Europa. Não falava muito com ele nessa altura. Ela nunca estava online e ela ligava-me muito poucas vezes.
“Sim.” – Ele responde antes de mim, eu teria dito que não, assim escapávamos os dois a um grande interrogatório.
“Conhecem-se de onde?” – A Natacha estava cada vez mais chocada e olhava seriamente, tanto para mim como para ele.
Eu não lhe podia dizer que namorei com o Niall, simplesmente não sabia qual seria a sua reação. Nenhum de nós respondeu.
“Vocês estão a brincar comigo? Respondam-me.”
“Nós eramos amigos Natacha.” – Esta mentira não vai durar muito tempo, se bem conheço o Niall, ele vai contar-lhe tudo.
“Namorados, nós eramos namorados.” – Eu não disse? Estou com uma enorme vontade de pegar naquele pescoço e tirar-lhe o ar que ele respira.
“O quê? Namorados?”
“Eu não te contei porque…”
“Cala-te, deixa-me acabar. Tu namoras com alguém e não me contas? Eu pensei que éramos melhores amigas.”
“E somos, mas tu estavas na Europa, e eu não sabia como te contar porque quase nunca falávamos.”
“Então um “Olá Natacha, conheci um rapaz e agora namoramos, vais adorar conhece-lo”, não dava?”
“Tens razão e desculpa.” – Desculpa mesmo porque devia ter contado, se o tivesse feito ela não estava agora com ele, aliás tinha nojo só de ouvir o nome dele.
“Não interessa agora. Vamos?” – O idiota do Niall assentiu e ligou o carro.
Estou a ficar arrependida de não ter convidado o Harry para vir comigo. A presença do Niall deixa-me mesmo desconfortável, ele não tinha sido apenas um namorado, ele foi a pessoa que me mostrou o que era realmente dor. Ele deixou-me na pior fase da minha vida, e fez-me odiar-me pelo que sou, só pelo simples facto de ele não aceitar as minhas diferenças.
De certa forma agradeço por ele me ter abandonado e desistido de mim, porque eu não quero nem preciso de ninguém que não confie em mim e que não me aceite, não preciso de cobardes na minha vida, porque foi isso que ele foi, um grande cobarde.
O carro foi estacionado mesmo em frente à porta do bar. Saímos todos do carro e entramos no bar, que era grande e com um grande balcão também. Nunca tinha vindo a este sítio, mas parecia ser um lugar divertido e livre de homens bêbados com idade para serem meus pais.
Sentamos em bancos em frente do balcão e esperamos ser atendidos.
“Então meninos, o que vai ser?” – Uma mulher baixa de meia-idade, com um copo numa mão e uma garrafa na outra perguntou-nos.
“Para mim pode ser um shot de vodka preta, por favor.” – Claro que ia ser este o pedido dele.
A Natacha e eu acabamos por pedir dois shots de vodka com cereja. Passados uns segundos os pequenos copos foram postos na nossa frente. Não estava com vontade para brindes, então peguei no meu copo e levei-o à minha boca. Depois de o beber de uma só vez, pedi mais um à mulher que se situava atrás do balcão.
“Vai com calma Violet.”
“Não és ninguém para me dares conselhos.”
Atirei de volta e ele olhou-me mais atentamente.
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Spirits || h.s
FanfictionViolet e Harry cruzam os seus caminhos num mundo diferente e cheio de emoções.