Spirits || h.s

Capítulo 18

Músicas:

Christina Perri - A Thousand Years

Bastille - Oblivion

Colbie Caillat - Try

Estou feliz. O Harry deixou o orgulho e veio pedir-me desculpas, e ainda disse que precisava de mim. 

Estou a meio de Português, a minha última aula hoje e estou cansada de física. Tenho os pés a arder e dói-me a cabeça e o estômago.

O Mark apareceu hoje de manhã e reclamou comigo, mas algo estava mal na maneira como ele falava, parecia que estava com medo de alguma coisa, ou de alguém, mas isso era absurdo porque ninguém lhe pode fazer mal visto que é um espírito. Tentei saber o que se passa mas a única coisa que ele me disse foi que estava ocupado com alguma coisa, mas não me disse o que era.

A campainha toca e eu saiu da sala, andando com pressa pelos corredores para chegar cedo a casa.

Quando entro em casa, cumprimento a minha mãe e recebo um sorriso de volta. Pergunto-lhe como foi o seu dia e subo as escadas para entrar no meu quarto.

"Boa tarde." - Vejo a Lucy sentada na cama a olhar para mim, com cara de poucos amigos.

"Boa tarde." - Respondo para ser bem educada e ela levanta-se vindo até mim.

Olho-a nos olhos e quanto mais a aproximação dela mais medo eu tenho do que possa sair daquela boca.

"Vou voltar para Nova York." - Um sorriso cresce-me nos lábios mas rapidamente o paro. Por muito que esteja feliz não o posso mostrar, não quero ser indelicada.

"Quando?"

"Amanhã." - Antes que pudesse responder, ela fala.

"O pai chega hoje, à hora do jantar." - O meu pai chega hoje! Não me acredito, boas notícias! É oficial, nada me pode tirar o bom humor e o sorriso que tenho no rosto.

"Vou preparar a mala." - Ela diz e eu ofereço ajuda.

"Olha Violet. Eu não quis meter-me com o harry, nunca quis isso. Mas quando o vi algo mais forte que eu fez com que eu quisesse ter alguma coisa com ele. E não te vou mentir, eu tentei beijá-lo várias vezes, e ontem tentei ir para a cama com ele. Não quero que fiques com uma ideia errada de mim, pensa apenas que sou uma rapariga que tem medo de ficar sozinha no mundo e que viu naquele rapaz de olhos verdes e caracóis achocolatados, uma razão para sorrir." - Ela baixou a cabeça, e pousou a sua mão no meu ombro.

"Eu não te vou julgar, nunca. És minha irmã, e todos cometemos erros certo? Eu cometo-os a cada dia que passa e não tenho o direito, nem eu nem ninguém de te apontar o dedo." - Passo a pequena almofada do meu polegar na cara dela e ela sorri. Nunca a tinha visto sorrir assim, com sinceridade e tristeza. Abracei-a e apertei-a contra mim.

"Volta sempre que quiseres, e eu prometo que nunca mais te vais sentir sozinha." - Aquela vozinha irritante na minha cabeça diz-me que estou a ser demasiado compreensiva, mas ela é minha irmã e eu não a posso deixar de parte. Tenho de amá-la com os seus defeitos, aceitá-la como ela é.

"Não sei como agradecer a forma como me estás a perdoar. Eu fiz coisas horríveis contra ti, menti-te, tentei virar o Harry contra ti. E o pior, tentei ser feliz passando por cima de ti. Isso não é justo." - Afastei-me um pouco dela e olhei-a novamente.

"Não foste a primeira, nem vais ser a última a tentar fazer isso comigo, podes ter a certeza. Sim, provavelmente estou a ser demasiado mole contigo, mas se eu não o estivesse a ser, mais tarde me ia arrepender por não te ter perdoado, e por ter alimentado uma guerra que não faz sentido. Eu estou bem, tu vais ficar bem em Nova York, e o que interessa é que não vais precisar de passar por cima de ninguém, porque vais conquistar a tua própria felicidade. Certo?" - Ela sorri e aperta-me contra ela mais uma vez.