Estou a andar pelas ruas sem saber o que fazer. Porque é que eu não fui para Nova York? Agora estou sozinha, eu devia de ter pensado nesta hipótese, ficar chateada com o Harry.
Ele vai ter de me explicar o porquê das minhas informações estarem em casa dele. Eu pensava que ele gostava de mim, pensava que não era capaz de me trair assim. Ele não era capaz de me fazer mal, eu sei disso. Então, aqueles papéis estavam lá porque razão?
Sem dar por isso, tinha o telemóvel na mão com o número da minha mãe marcado. Ligo?
"Olá?" - A voz doce e alegre da minha mãe faz-se ouvir do outro lado da linha.
"Vocês já chegaram?"
"Aterramos à pouco. O que se passa?" - Vou arrepender-me de pedir isto. Não, não vou. Ele faz-me mal, tenho de o tirar da minha vida.
"Será que... Uh... Será que eu podia ir para aí, ter com vocês? Estive a pensar e não faz sent..."
"Oh claro Violet! Para quando queres o voo? O teu pai pode tratar disso já."
"Para hoje."
"Já?" - Não vou mandar nenhuma mensagem nem ligar ao Harry, vai ser melhor para ambos.
"Não faças perguntas por favor... Ah, e então? Está tudo bem?"
"Sim, tudo ótimo, o teu pai fez uns telefonemas e acho que tenho trabalho como decoradora de bolos numa pastelaria aqui ao pé." - Dá para perceber no seu tom de voz que está contente, e graças a isso o meu dia melhorou ligeiramente. Não sei o que me deu na cabeça para deixar os meus pais por um rapaz. Por um rapaz? Será ele apenas um rapaz? Bem, se for ou não, agora não quero saber. Ele magoou-me, duas vezes. Não mostra o que sente por mim, ou então sou eu a fazer filmes. Ele nunca disse que me amava. Eu não o amo, acredito que não. Eu... Gosto de estar com ele.
Se eu não o amo, ele também não me vai amar, sou demasiado simples, demasiado eu.
Nunca estive realmente apaixonada, nem pelo Niall, por isso não sei o que sentir em relação a isso. Mas se implica sair magoada, não quero de todo apaixonar-me.
Secalhar estou só a confundir as coisas, e ele só me vê como uma amiga, uma simples amiga. Com benefícios claro, não beijo nem deixo que os meus amigos me toquem. Só de pensar o meu corpo enchesse de arrepios.
O caminho até casa não demorou muito e mal cheguei atirei-me para o sofá, estava cansada de andar. A casa do Harry parece muito mais perto quando estou no carro.
"Porra!" - Gritei mesmo sabendo que ninguém me ouvia. Descalcei-me e liguei a televisão, para ver o episódio que não vi ontem de The Vampire Diaries.
O meu telemóvel deve ter umas 20 chamadas, não pára de tocar e vibrar. Não me dou ao trabalho de me levantar e desligar, ele tem de ter consciência que as pessoas têm uma vida para além de estar com a pessoa que gostam. Esperem, eu disse "com a pessoa que gostam"? Não, eu não o queria dizer.
Já farta de ouvir o meu toque, decido atender.
"Diz."
"Fodasse Violet, estou a ligar-te desde que saiste daqui. Porque é que não me deixas explicar a merda que viste?" - Consigo perceber que ele está cheio de raiva. Mas quem devia estar com raiva era eu.
"Porque não há nada para explicar, simples."
"Há muito por explicar. Eu não tenho aquilo porque quero, tenho porque preciso. Porque te quero proteger." - Como é que ele me pode proteger tendo aquilo?
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Spirits || h.s
FanfictionViolet e Harry cruzam os seus caminhos num mundo diferente e cheio de emoções.