Capítulo 16

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Um barulho forte fez-me acordar. Abri os olhos devagar e olhei em volta.

"Foi só um trovão, volta a dormir." - Quero perguntar-lhe para onde é que ele me vai levar mas tenho medo que ele leve a mal por não confiar nele. Mas eu não tenho de confiar numa pessoa que conheci à minutos, certo? Eu não sei ao certo quanto tempo dormi.

"Quanto tempo dormi?" - A minha voz é baixa, mas tenho a certeza que ele ouviu.

"2 horas." - 2 horas? Isso quer dizer que ele está a conduzir à 2 horas. Agora estou mesmo com medo do que ele me possa fazer. Secalhar raptou-me e vai pedir dinheiro aos meus pais, ou então vai meter-me num barco e levar-me para África. Não chores. Não chores. Não chores.

"Caso estejas a perguntar a ti mesma porque é que estás num carro comigo à 2 horas, a resposta é muito simples. Vou levar-te para minha casa, lá estás segura do que eles queriam e poderiam fazer-te."

"O que é que eles queriam fazer-me?" - Murmuro.

"Não achas que estás a fazer demasiadas perguntas?" - Como assim demasiadas perguntas? É a minha vida, tenho direito de saber porque é que fizeram aquilo comigo.

Ele não me respondeu a mais nada, nem quando lhe perguntei o nome. Deve estar farto de me ouvir visto que aumentou o volume do rádio.

Tenho o casaco dele por cima de mim, deve tê-lo posto em mim para eu não ter frio. Decidi sentar-me e olhei para ele.

"O que é que estás a fazer?" - Este tom de voz assusta-me.

"Não tens frio?" - Olhei para o seu casaco à minha volta e depois para ele de novo.

"Não." - Ok, não queiras falar. Vou deitar-me e ignorar-te.

"Chegamos, acorda." - Sinto o carro parar e mais uma vez vi que tinha adormecido.

A porta de trás é aberta e ele pela segunda vez hoje pega em mim ao colo. Ele cheira tão bem. Deito a minha cabeça no seu peito e vejo que ele ficou um pouco incomodado, por isso afasto-me.

"Podes encostar-te, se te sentires confortável." - Olhei para ele e ele estava concentrado a abrir a porta.

"Podes responder às minhas perguntas?" - Eu só quero mesmo saber o nome dele.

"As que forem pertinentes." - Então perguntar o nome dele é uma pergunta não pertinente? Eu posso muito bem descobrir o nome dele. Vou perguntar ao Harry.

Meto a mão dentro da minha casaca e não encontro nada. Roubaram-me o telemóvel, boa.

"À procura de alguma coisa?" - Ele senta-me no sofá.

"Sim, do meu telemóvel. Acho que o roubaram."

"Não me parece." - Vejo-o rir com o meu telemóvel na mão esquerda.

"Hey, dá-me isso."

"Só te vou dar o telemóvel quando o Styles te vier buscar." - Boas notícias.

"Ele vem? Agora?"

"Tu és muito inocente, sabes?" - Eu não sou inocente, apenas quero saber se o Harry me vem ou não buscar.

"Eu não sou inocente! Diz-me de uma vez. Ele vem buscar-me agora?"

"Claro que não, eu não o vou avisar. Até porque ele não é bem-vindo a este sítio e só me ia trazer problemas. Eu amanhã levo-te comigo para a minha casa lá em Seattle."

"Onde é que nós estamos?" - Espero não estar longe de casa, se não faço um escândalo.

"Pullman. Podes parar com as perguntas?" - Isso explica as horas que estive dentro de um carro a dormir.

Spirits || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora