Capítulo 14

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Cheguei rápido, mas devido à minha pequena corrida fiquei um pouco cansada, e a minha dor de cabeça tinha aumentado.

Quando abri a porta deparei-me com toda a gente no meio da sala de estar.

"Violet, onde raio estives-te o dia todo?" - Mas que porra de pergunta estúpida. Onde é que ele acha que uma adolescente passa os dias da semana?

"Estive na escola. Onde é que achas que estive?" - É incrível como apenas uma pergunta vinda de um simples rapaz consegue irritar-me.

"Eu estive lá e não te vi."

"Tenho pena. Vou subir até ao meu quarto." - Olhei para ele e ele olhou-me com raiva.

Num segundo estava a subir as escadas e a entrar no meu quarto.

"O que é que estás aqui a fazer?" - A minha voz saiu rouca, por ter gritado contra aquela voz insuportável. Estava tão cansada, e com raiva. O Harry era incapaz de ter alguma coisa com a Lucy, eu sei que sim. Mesmo que só o conheça à semanas, eu sei que ele lá no fundo se importa comigo.

"Vim perguntar se estavas bem."

"Porquê?"

"Quantas vezes tenho que te lembrar que sou um espírito?" - Virei-lhe costas e entrei na casa de banho.

"Bem, eu não sei o que foi aquilo nem o que sentis-te mas lamento."

"Lamentas mesmo? Se lamentas porque é que não fizeste nada? Estavas lá certo?" - Respirei fundo e tentei conter as lágrimas que já ameaçavam cair à muito tempo.

Preciso do Harry. Preciso do toque dele, e do seu beijo. Preciso que a língua dele envolva a minha e que as suas mãos agarrem as minhas pequenas pernas.

"Violet? Estavas a falar sozinha?" - Como é bom vê-lo aqui, ao meu lado, ver aqueles olhos verdes, aqueles lábios carnudos perfeitos.

"Harry." - Atirei-me contra o seu peito e descancei a minha cabeça entre o seu ombro e o seu pescoço.

"Porque é que não me atendes-te a merda do telemóvel? Sabes a quantos sítios fui para poder tocar-te e ver que estás bem?" - A sua voz é rouca e suave. Levantei a minha cabeça e saí do seu aperto depois de poder cheirar o seu perfume.

"Desculpa." - Baixei a cabeça e olhei para as minhas mãos que estavam agora a formar uma dança divertida.

Ele levantou o meu queixo calmamente com as suas mãos e fez-me olhar para a sua linda face.

"Desculpa eu por ter saído com a tua irmã para te procurar." - Oh Deus, ele sabe que eu fiquei lixada com isso? Não, não pode ser, ele não tem como saber.

"Eu... Eu não..."

"Shhh... Vem cá." - Ele puxou-me novamente para o seu abraço.

Ficamos assim por segundos que pareciam uma eternidade.

"Não recebo nada?" - O quê? Como assim?

"O quê?" - Olho para ele confusa e ele parece reparar.

Ele aproxima-se mais de mim e lentamente une os seus lábios aos meus. As suas mãos passaram a estar agora nas minhas ancas. O seu toque era delicado e fazia o meu corpo estremecer.

A língua quente do Harry invadiu a minha boca e quando juntei a minha língua à dele um leve gemido escapou-lhe por entre os lábios. Depois de eu me afastar, ele olhou para mim, olhos nos olhos, pela segunda vez hoje.

"Senti falta da tua língua bebé." - Um sorriso torto formou-se rapidamente nos seus lábios. Aquele sorriso fazia-me lembrar o meu pai.

"Só da língua?" - Faço beicinho e ele sorri.

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