26-A carta

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[É importante que leiam a nota final, por favor :) ]

*Sarah*

Assim que entrei no carro, peguei no telemóvel, na esperança de não ter nenhuma chamada perdida da Maria. Verfico e agradeço-me por ela (provavelmente) não ter acordado. Liguei a rádio e aumentei o volume suficiente para não me ouvir a cantar. Estou orgulhosa de mim mesma. Pensei que nao teria coragem de bater-lhe e o meu fôlego pode confirmar isso, quando o vi aproximar-se. Mas já passou. Ele está avisado e é bom que se meta no sítio.

(...)

Como tinha levado a chave de casa dela, abri a porta sem ter de a acordar. Dirijo-me ao seu quarto e ela ainda está a dormir. Graças a deus, porque tudo o que eu não queria agora era ter de dar algum tipo de explicação. 

Preparo um croissant com fiambre e um sumo de laranja para ela e outra para mim e acordo-a abanando-a suavemente.

*Katy*

Depois de descansar um bocadinho, decido, finalmente, ligar de volta ao Pedro. Estou nervosa, sim, mas sei que tenho de lhe ligar. Quem sabe ele pensa em mim todos os dias, assim como eu penso nele? Quem sabe se ele ainda gosta de mim como eu senti que gostou naquele beijo? Foi há tanto tempo... mas eu ainda me lembro. Provavelmente é só imaginação minha. Infelizmente. 

Enquanto estou perdida nos meus pensamentos, quando dou conta do que estou a fazer, já se ouve o barulhinho da chamada. Passado não muito tempo, ele atende.

-Estou? Katy?

-Sim. Sou eu.

-Hey. Como estás?- Eu adoro a forma como ele se atrapalha a falar inglês.

-Bem e tu?

-Também.

Um silêncio constrangedor toma conta de nós. Isso acontece até ele continuar.

-Eu liguei-te hoje de tarde.

-Sim, eu sei. Porque o fizeste?-Pergunto.

-Saudades da tua voz- um arrepio passa pelas minhas costas- isso e porque tinha e ainda tenho uma coisa para te dizer.

Mantenho-me em silêncio.

-Eu...

-Espera! Contas em Portugal. Pessoalmente. Hmm... isto se vocês forem ao concerto, claro.

-Vocês? Ah, sim, claro que vamos!

-Ok. Então falamos lá. Eu estou um pouco ocupada e não me dá muito jeito falar agora. Até daqui a duas semanas.

Eu tinha de arranjar alguma desculpa. Eu sei que podia, pelo menos, ter aranjado algum bilhete para eles, mas... eu tenho medo. Eu não me quero magoar mais uma vez, como aconteceu com o John e o Russel. Eu simplesmente... não quero.

Sinto uma lágrima cair no rosto, mas rapidamente a limpo e afasto a tentativa de eu desabar depois de ter superado ambas as minhas quedas.

Só fiquei curiosa com o que ele me tem para dizer. Curiosa e... nervosa, acho.

*Pedro*

Depois da chamada com a Katy fiquei mais confuso do que já estava. Ouvir a sua voz foi como... não sei descrever como foi, mas... eu senti insegurança na sua voz e eu estava a tentar dizer que eu e a Maria estavamos separados, mas ela despachou-me antes de eu o fazer. Eu só precisava de saber a forma como ela reagiria. Largo um suspiro que não sabia que guardava.

Eu tenho de conseguir não me sentir tõ culpado. Ouvindo alguma voz no fundo da minha cabeça, pego num papel e numa caneta e começo a escrever:

"Maria,

Uma vida com Katy PerryOnde histórias criam vida. Descubra agora