12-A morte

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Consegui arranjar um tempinho para acabar de escrever e por isso aqui está.

Espero que me deculpem :)

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*Maria*

Abri a porta e fui ter com ela até ao portão a correr. Ajudei-a a entrar sem nenhum zumbi o fazer também. Chegámos a casa e abraçamo-nos com tanta força que eu não consigo explicar.

-Annie, que saudades!

-Também tive muitas saudades tuas! Muitas mesmo!

-Anda, querida anda comer alguma coisa.- Dei-lhe a mão e trouxe-a para a cozinha. Arranjei um sumo de laranja e um pão com manteiga.- Toma.

Ela comeu tudo tão rapidamente! Meu Deus! Nunca tinha visto alguém comer tão rapidamente! Quando terminou, começou a chorar e eu abracei-a, tentando servir de consolo alguma coisa que ainda não sabia. Não queria pressioná-la a falar.

-Desculpa.- Pediu.

-Desculpa? Desculpa por quê princesa?- Perguntei. Porque é que ela estaria ali a pedir desculpa?

-Sim. Desculpa por não ter conseguido ficar com os pais e trazê-los para aqui.- Ela disse isto e eu fiquei a olhar enquanto ela chorava.

-Annie, -Puxei a cabeça dela de forma a olhar-me nos olhos- Onde é que estão os pais?

-Eles… eles… eles já não estão em Milão. Eles… ficaram como aquelas pessoas que me perseguiam!- E voltou a chorar.- E é tudo por minha culpa! Eu devia ter ajudado a escapar, mas não, eles ajudaram-me a mim e ficaram como aqueles monstros!

- Calma, fofinha, tem calma. Eu tenho a certeza de que não tens culpa de nada. Tenho a certeza que tu não fizeste nada de mal. Ok?- Abracei-a e sussurrei:- Não te preocupes.

-Deita aqui e vê-se descansas.- Pedi.

Fui ter com o Pedro para ver como é que ele está. Bati à porta. “Posso?” e abri lentamente a porta. Ele sentou-se e eu aproximei-me.

-Como é que estás?- perguntei.

-Estou bem. Dentro dos possíveis.- Respondeu.- Mas agora o que interessa é como é que tu estás.

-Mais ou menos. A minha irmã conseguiu vir para casa. Os meus pais já não vou vê-los, pelo menos da forma como me lembro deles.

Ele manteve-se em silêncio.

-Porque é que não a trazes para aqui?- Perguntou-me.

-Porquê? Porque ela não te conhece muito bem.

-Mais uma razão.

-Achas?- Ele respondeu que sim com a cabeça.

Levantei-me e fui buscá-la.

-Para onde me levas?- Ela acordou e perguntou-me assustada.

-Para o meu lado. Já estivemos muito tempo afastadas uma da outra. Pode ser?

-Sim.- Ela já estava quase a adormecer novamente.

Cheguei ao quarto e deitei-a ao meu lado e do Pedro. Acabamos por ficar muito tempo a dormir, ali, os três.

*Annie*

Estamos em Milão! Eu ainda não acredito que estamos em Milão! Eu, a minha mãe e o meu pai. Só é pena a Maria não ter vindo, mas não faz mal. É tudo tão giro! Tantos monumentos! Acho que é assim que se diz. Eu não tenho culpa, é uma palavra ainda um bocadinho para uma menina de 5 anos. Um dia, estávamos a ver televisão e apareceu uma notícia qualquer em que apareceu o nome Katy Perry. Eu gosto muito da Katy Perry! A minha irmã gosta mais, mas eu gosto muito dela! “You make me fel like I’m living a teenage drem”. Sei que ainda tenho de melhorar o meu inglês, mas não faz mal. Continuando… Quando a minha mãe viu aquela notícia começou a gritar e a chamar o meu pai e disse que nós tínhamos de fugir dali. Eu só perguntava o porquê de tanta confusão. A única resposta que tive foi: “Não te preocupes fofinha, nós vamos cuidar de ti!”. Fiquei assustada, mas não chorei. Custava muito aguentar as lágrimas, mas teve de ser. Conseguimos viajar para Portugal, porque a doença ainda não tinha atingido a Europa. Quando lá chegamos, os problemas começaram. A doença já tinha chegado, pelo que percebi, através de um avião vindo da América. Decidimos r para um hotel antes de ir para casa mas foi uma péssima escolha. No hotel onde chegamos, já estava muita gente infetada. Conseguiram apanhar a minha mãe e o meu pai mas eu escondi-me atrás de um sofá e vi-os ali, a serem mortos. Nem sequer foram mordidos. Eram tantos a ir para cima deles os dois que não foi mordida sequer. Eu sentia-me na obrigação de os ajudar, mas eu não queria ter o mesmo destino! E, por minha causa, eles morreram! Como é que isto foi acontecer? Como é que eu tive coragem para não os ajudar?! Eles sempre me ajudaram e eu fugi! Ou uma covarde! Finamente, depois de me esconder de muitas criaturas, cheguei a uma rua muito parecida à minha. Afinal, o aeroporto não era muito longe, nem o hotel. Eu estava cansada e bati contra uma lata de metal que fez com que outra também batesse e caíram as duas. Que estrondo! De repente ouvi passos de alguém que estava a correr. Várias pessoas. Olho para trás mas o que vejo, não são pessoas! Definitivamente, não. Comecei a correr, não sei com que forças eu o fiz, mas quando cheguei ao fim daquela rua, estava lá, realmente, a minha casa. Cheguei lá sem saber! Boa! Toquei à campainha. Várias vezes e a Maria atendeu. Eu achava que era a Maria, mas pude ter a certeza quando ela correu para me ajudar daqueles monstros. Levou-me para casa e fez-me um lanche. Comecei a contar parte do que aconteceu e ficamos algum tempo a conversar até que adormeci no sofá. Mais tarde, ela levou-me para a cama dos nossos pais e adormecemos lá. Pareceu-me estar mais alguém, mas eu não quis saber, só adormeci. 

Uma vida com Katy PerryOnde histórias criam vida. Descubra agora